terça-feira, agosto 11, 2009

Ninguém tem qualquer prova de que sou um assassino


“Ninguém tem qualquer prova de que eu tenho assassinado ou mandado assinar alguém. Jornalistas, polícia, procuradores, todos investigaram e investigam. Se provarem a minha culpa, que me castiguem”, declarou Ramzan Kadirov, Presidente da Tchetchénia, numa entrevista exclusiva à Agência Lusa.
“Que poderia fazer essa mulher contra mim? Ela acusava-me de violar os direitos humanos, queixou-se de mim a Moscovo, vieram cá comissões, activistas, mas nada conseguiram provar”, acrescenta, indignado.
Kadirov referia-se, concretamente, a Natália Estemirova, activista dos direitos humanos que foi raptada em Grozni e assassinada na Inguchétia (república vizinha da Tchetchénia) no mês passado.
“Ela nunca teve honra, consciência, honestidade. Eu convidei-a para trabalhar em conjunto pelo povo, mas ela recusava-se a trabalhar com a direcção da república”, acrescentou.
“Putin vai ao estrangeiro, assassinam Politkovskaia; Medvedev vai ao estrangeiro, assassinam Estemirova. Com que objectivo?”, interroga Ramzan Kadirov.
Anna Politkovskaia, forte crítica da política do Kremlin na Tchetchénia, foi assassinada em Outubro de 2006 em Moscovo, tendo alguns activistas dos direitos humanos acusado Kadirov de estar por detrás desse crime.
Porém, o dirigente tchetcheno não tem dúvidas de que essas acusações são dirigidas não só contra ele, mas contra o primeiro-ministro,Vladimir Putin.
“Sou totalmente um homem de Putin. Dizem que sou um homem do Kremlin, eu jamais trairei Putin, estou disposto a dar a minha vida por ele”, frisa, acompanhando estas palavras com forte gesticulação.
Kadirov não tem dúvidas que por detrás dessas acusações estão aqueles que “recebem dinheiro do Ocidente e querem receber mais e mais, por isso inventam”.
“Eles (activistas dos direitos humanos) não se preocupam com a integridade da Rússia. Consideram-se defensores dos direitos humanos, mas não respeitam os meus. Sou, em primeiro, lugar, um homem, e só depois Presidente. Não me acusem sem provas”, sublinhou.
“Sabem que Kadirov é firme, tem um programa claro para o futuro da Tchetchénia, quer ver a sua república próspera e maravilhosa. Os cães ladram, mas a caravana passa”, concluiu.
P.S. Hoje, terça-feira, tornou-se pública a notícia de que mais dois defensores dos direitos humanos foram assassinados a tiro em Grozni. O mistério continua...

15 comentários:

Anónimo disse...

É parecido com o Zé do bode que está sempre na tasca a beber minis, lá na minha aldeia.

Infante D. Henrique, o Navegador! disse...

.... Se provarem a mim culpa, que me castiguem"..?
Надобно исправить, непонятно!

Anónimo disse...

Os russos, com grande cinismo, servem-se deste tipo de pessoas no Cáucaso.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor D. Henrique, já entendi que sabe russo, não sei ainda se entende bem português. O que é que não entendeu? Explico-lhe: se provarem que fui eu que assassinei alguém, então que me castiguem.
Leitor anónimo seguinte, não sei quem se serve de quem no Cáucaso.

Infante D. Henrique, o Navegador! disse...

... Se provarem a minha culpa, que me castiguem... !!!
А вы, на каком языке написали... Претугешь!?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor D.Henrique, peço desculpa pelo erro.

Anónimo disse...

Mais dois ativistas são encontrados mortos na Chechênia

Chefe de ONG e seu marido haviam sido sequestrados; no Daguestão, jornalista russo também foi achado morto

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GROZNI - Os corpos da chefe de uma ONG juvenil da Chechênia e de seu marido foram encontrados nesta terça-feira, 11, no porta-malas de um carro com ferimentos à bala. O casal estava desaparecido desde a segunda-feira, quando foi visto pela última vez próximo à sede da Unicef, na cidade de Grozni, segundo o diário espanhol El País. Um jornalista russo também foi encontrado morto no Daguestão, também na região do Cáucaso.
arema Sadulayeva, à frente da ONG "Salve a nova geração!" e seu marido, ambos ativistas de direitos humanos na Chechênia, foram sequestrados na segunda-feira por cinco homens que invadiram a sede da organização por volta das 14 horas locais e saíram em alta velocidade com um carro, afirmaram as testemunhas.



O casal foi encontrado pela madrugada com vários ferimentos à bala. É a segunda vez que um dirigente da ONG é assassinado: em 2005, Murad Murádov foi detido em um bairro de Grozni e mais tarde seu corpo foi entregado completamente desfigurado aos seus familiares.



A "Salve a nova geração!" se dedica à reabilitação física e psíquica de crianças e jovens chechenos, principalmente as vítimas de minas terrestres e outras armas remanescentes das ultimas duas guerras no país com a Rússia nos anos 90. A idade máxima dos jovens ajudados pela ONG, que trabalha na Chechênia desde 2002, é de 21 anos.



"Se trata de um crime monstruoso", declarou Tatiana Lokshiná, chefe da filial de Moscou da ONG Human Rights Watch. "Depois da morte de Natalia Estemírova parecia que teríamos uma pausa nos assassinatos a ataques contra os ativistas de direitos humanos. Infelizmente não foi assim", continuou.



Natalia, chefe da ONG "Memorial" da Chechênia, foi sequestrada em Grozino e brutalmente assassinada no mês passado. Vladimir Orlov, que dirige a central da organização, acusou o presidente checheno, Ramzan Kadirov, de ser o responsável pelo crime. O presidente negou a acusação e, no sábado passado, reafirmou inocência referindo-se a si mesmo em terceira pessoa, como costuma fazer. "Porque Kadirov assassinaria uma mulher como ela? Não tinha honra, nem dignidade e nem consciência", disse o presidente.



Muitos ativistas dos direitos humanos acreditam que Kadirov - acusado de praticar pessoalmente a tortura e de usar sequestros e execuções sumárias nos suspeitos de simpatizarem com a guerrilha - está por trás de outros assassinatos, inclusive o da jornalista Anna Politkovskaya, em 2006.

O jornalista russo Malik Akhmedilov foi encontrado morto em Makhachkala, a capital do Daguestão, informaram fontes policiais dessa divisão federal russa no Cáucaso Norte, segundo a agência de notícias EFE.



O cadáver do jornalista, correspondente do jornal "Hakikat" ("A Verdade"), foi encontrado no interior de um automóvel Lada que estava estacionado em uma rua da periferia da capital. "Malik Akhmedilov foi assassinado com um tiro no abdômen", afirmou um porta-voz do Ministério do Interior do Daguestão, citado pela agência "Interfax".



Uma equipe de peritos e investigadores policiais trabalha no local onde foi achado o cadáver do jornalista, acrescentou a fonte, que não antecipou nenhuma versão sobre os possíveis motivos do crime.

Ítalo Tavares

Anónimo disse...

Deixem-no berrar

Anónimo disse...

Anónimo disse das 9:40 disse

" É parecido com o Zé do bode que está sempre na tasca a beber minis, lá na minha aldeia. "

Concordo a 100%.
Faz boa parelha com o Putin, que parece um enfezado (terá este sido criado num asilo?)

Anónimo disse...

Cada um merece ter voz, e acho que e sempre bom ver a cara dos representantes destes povos que eu nunca pensei existirem.
Vou comecar a ler a historia das invasoes do Genghis Khan, ja que parece que continuam nos dias de hoje.

Anónimo disse...

Porque é que o Italo não se vai juntar aos islamitas a combater os bárbaros russos?

anónimo russo disse...

"A "Salve a nova geração!" se dedica à reabilitação física e psíquica de crianças e jovens chechenos, principalmente as vítimas de minas terrestres e outras armas remanescentes das ultimas duas guerras no país com a Rússia nos anos 90. A idade máxima dos jovens ajudados pela ONG, que trabalha na Chechênia desde 2002, é de 21 anos."

E que tem a ver isso com algum Kadirov?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor anónimo russo, eu estou de acordo consigo, mas apenas com um "se": porque é que as autoridades russas praticamente quase nunca descobrem os assassinos de jornalistas e activistas dos direitos humanos? A responsabilidade moral, até que sejam castigados os criminosos, é sempre dos políticos. E isto diz não só respeito à Rússia, mas a qualquer país.

anónimo russo disse...

Jose Milhazes disse...
Leitor anónimo russo, eu estou de acordo consigo, mas apenas com um "se": porque é que as autoridades russas praticamente quase nunca descobrem os assassinos de jornalistas e activistas dos direitos humanos? A responsabilidade moral, até que sejam castigados os criminosos, é sempre dos políticos. E isto diz não só respeito à Rússia, mas a qualquer país."

Eu acho, que as autoridades da Rússia não são onipotentes. Talvez esteja nisto a resposta. Mas não sou especialista neste assunto.

Anónimo disse...

No Caucaso há muito mais do que guerrilhas e problemas politicos. É zona de grandes traficâncias. Muita gente desaparece porque descobre o que não deve e depois é tudo assacado aos politicos. Sigam a psta da massa que pode ser que descubram alguma coisa de interessante.