Centenas de pessoas participaram hoje no enterro de Viatcheslav Ivankov, um dos mais conhecidos chefes da máfia russa que encontrou a sua última morada num importante cemitério da capital russa, onde estão sepultados famosos poetas, cantores e desportistas.
Ivankov, conhecido pela alcunha de “Japonesinho” devido aos traços asiáticos do seu rosto e ao gosto pelas artes marciais, foi mortalmente assassinado em Julho, durante um tiroteiro.
Homens vestidos de preto, porte atlético, cabeças rapadas e de óculos escuros, transportavam coroas de flores onde se podia ler: “Da Irmandade de Iaroslavl”, “Da Irmandade de Kirov”, “Para o querido amigo”.
“Irmandade” é o nome que os criminosos russos dão às suas organizações.
A polícia russa enviou dezenas de agentes para os arredores do cemitério, tendo impedido os jornalistas de filmarem ou fotografarem a cerimónia fúnebre.
Ivankov era um dos criminosos mais conhecidos na Rússia desde os anos 60 e, após a desintegração da União Soviética, emigrou para os Estados Unidos, onde foi condenado por “extorsão”. Depois de ter cumprido a pena, foi deportado para a Suíça, onde, entre outros crimes, foi acusado de portar passaportes falsos, entre eles um português.
As autoridades russas conseguiram a sua extradição da Suíça para a Rússia em 2004, onde era acusado pelo assassinato de duas pessoas num restaurante.
Durante o julgamento, todas as testemunhas do assassinato disseram não ter visto nada e Ivankov foi mandado em liberdade. Segundo fontes russas, o mafioso passou os últimos meses de sua vida mediando a disputa entre gangues rivais por salas de jogos clandestinas.
Ivankov era conhecido como "vor v zakone" (um ladrão dentro da lei) porque obedecia ao restritivo código de conduta e lealdade que rege o comportamento dos chefes do mundo do crime russo.
Segundo o código, o criminoso tem que abandonar a família, prometer nunca trabalhar legalmente, nem cooperar com as autoridades policiais, construir uma comunidade criminosa organizada e executar as suas ordens - que incluem punições - além de recrutar jovens membros.
Actualmente, os “ladrões dentro da lei” vêem fortemente limitado o seu poder de influência, pois torna-se cada vez mais difícil extorquir dinheiro a empresas e homens de negócios, porque estes recorrem cada vez mais à protecção informal de agentes da polícia e dos serviços secretos, conhecidos por “kricha”(telhado, protecção).
Ivankov, conhecido pela alcunha de “Japonesinho” devido aos traços asiáticos do seu rosto e ao gosto pelas artes marciais, foi mortalmente assassinado em Julho, durante um tiroteiro.
Homens vestidos de preto, porte atlético, cabeças rapadas e de óculos escuros, transportavam coroas de flores onde se podia ler: “Da Irmandade de Iaroslavl”, “Da Irmandade de Kirov”, “Para o querido amigo”.
“Irmandade” é o nome que os criminosos russos dão às suas organizações.
A polícia russa enviou dezenas de agentes para os arredores do cemitério, tendo impedido os jornalistas de filmarem ou fotografarem a cerimónia fúnebre.
Ivankov era um dos criminosos mais conhecidos na Rússia desde os anos 60 e, após a desintegração da União Soviética, emigrou para os Estados Unidos, onde foi condenado por “extorsão”. Depois de ter cumprido a pena, foi deportado para a Suíça, onde, entre outros crimes, foi acusado de portar passaportes falsos, entre eles um português.
As autoridades russas conseguiram a sua extradição da Suíça para a Rússia em 2004, onde era acusado pelo assassinato de duas pessoas num restaurante.
Durante o julgamento, todas as testemunhas do assassinato disseram não ter visto nada e Ivankov foi mandado em liberdade. Segundo fontes russas, o mafioso passou os últimos meses de sua vida mediando a disputa entre gangues rivais por salas de jogos clandestinas.
Ivankov era conhecido como "vor v zakone" (um ladrão dentro da lei) porque obedecia ao restritivo código de conduta e lealdade que rege o comportamento dos chefes do mundo do crime russo.
Segundo o código, o criminoso tem que abandonar a família, prometer nunca trabalhar legalmente, nem cooperar com as autoridades policiais, construir uma comunidade criminosa organizada e executar as suas ordens - que incluem punições - além de recrutar jovens membros.
Actualmente, os “ladrões dentro da lei” vêem fortemente limitado o seu poder de influência, pois torna-se cada vez mais difícil extorquir dinheiro a empresas e homens de negócios, porque estes recorrem cada vez mais à protecção informal de agentes da polícia e dos serviços secretos, conhecidos por “kricha”(telhado, protecção).
15 comentários:
1. Porque o sr. escreveu que ele foi sepultado "hoje"? Foi sepultado na semana passada.
2. "Actualmente, os “ladrões dentro da lei” vêem fortemente limitado o seu poder de influência, pois torna-se cada vez mais difícil extorquir dinheiro a empresas e homens de negócios, porque estes recorrem cada vez mais à protecção informal de agentes da polícia e dos serviços secretos, conhecidos por “kricha”(telhado, protecção)."
Actualmente os micro-empresários trabalham simplesmente sem nenhum "telhado" e só lhes podem cobrar dinheiro alguns órgãos de supervisão tipo analogo russo de vossos bombeiros (só se há realmente algumas falhas; se um micro-empresário trabalhar honestamente e cumprir todas as regras, não deve ter problemas, pelo menos é assim na minha região). Nos anos 90, realmente, dizem, havia muita extorção por parte do crime organizado.
3. Um facto interessante. Uns 80 % dos "ladrões dentro da lei" são de origem georgiana, sem nenhum exagero. Pelo menos, antes foi assim. Existem teorias de que isso podia ter raizes na época de Stalin, quando os chefes de órgãos policiais tentavam estabelecer controlo sobre uma enorme massa de reclusos. Mas não sou um grande especialista no assunto.
"A polícia russa enviou dezenas de agentes para os arredores do cemitério, tendo impedido os jornalistas de filmarem ou fotografarem a cerimónia fúnebre."
A polícia vigiou o assunto, sim, mas duvído que fosse para impedir os jornalistas de filmarem. Segundo eu li, os próprios "amigos" do defunto "pediram gentilmente" os jornalistas para desligarem as camaras e deixarem-nos despedir-se do defunto. A polícia, pelos vistos, respeita cada vez menos os bandidos, por mais importantes que sejam no mundo criminal, e tem pouca admiração perante eles, os anos 90 já passaram. Quando tem motivo para isso, sempre os apreende, mas a dificuldade consiste em que é dificil provar alguma coisa, porque, dizem, os lideres criminosos pouco fazem com as suas próprias maos, costumam utilizar os outros para cometer um crime.
Por sinal, finalmente os moradores do bairro onde foi ferido o "ladrão" mencionado tiveram que recorrer à polícia, quando encontraram um carro com armas, preparado, provavelmente, para o caso se alguns dos amigos do defunto quisessem visitar o local do atentado.
Leitor anónimo russo, Ivankov foi sepultado "hoje", ou melhor, "ontem". Voce não acompanha as notícias? Ele morreu há algum tempo, mas ontem foi enterrado.
Na Geórgia, desde o início da presidência do Mikael Saakashvili a frase “eu sou ladrão em Lei” é punida com um termo de prisão de 7 anos e toda a propriedade do “ladrão em Lei” pode ser vendida em vasta pública. Assim os velhos “ladrões em lei” ou desapareceram ou emigraram do pais.
E atenção, este feitio foi conseguido por um político “inexperiente” e “pró – americano”, os políticos “experientes” não fizeram nada parecido.
Jose Milhazes disse...
Leitor anónimo russo, Ivankov foi sepultado "hoje", ou melhor, "ontem". Voce não acompanha as notícias? Ele morreu há algum tempo, mas ontem foi enterrado."
Realmente, parece que foi enterrado ontem.
Super!
Muitas fotografias e vários filmes sobre o Yaponchik numa única postagem:
http://ssmirnoff.livejournal.com/1313256.html
O respeito da “bratva” de Dagestão custa muito. Os realizadores do Hollywood devem estudar a maneira de se vestir dos “autoridades” do sub – mundo do crime russo, até eu achei bastante piada…
Jest nas Wielu disse...
Na Geórgia, desde o início da presidência do Mikael Saakashvili a frase “eu sou ladrão em Lei” é punida com um termo de prisão de 7 anos e toda a propriedade do “ladrão em Lei” pode ser vendida em vasta pública. Assim os velhos “ladrões em lei” ou desapareceram ou emigraram do pais.
É isso é que se chama o "farol da democracia" (© George W. Bush, Jr.))
Agora imaginem se na Rússia dessem 7 anos de prisão só por três palavras… Já estou a ouvir os gritos “NKVD-KGB-FSB-putler-stalinismo-totalitarismo-etc.” Alguns dos leitores nem conseguiam adormecer a noite sem o soporífero)).
Vai tarde criminoso!!
"foi mortalmente assassinado" ???
2 Roman
É exactamente por isso, que os ladrões georgianos fugiram da Geórgia, enquanto Japonesinho foi enterrar com a bandeira tricolor carregada pela “bratva”. No Live Jornal russo já se fala sobre a necessidade de lhe atribuir o estatuto póstumo da “herói da Rússia”.
Dois países, dois sistemas de valores…
p.s.
Também dizem que Boris Moiseev foi pagar tributo ao Japonesinho. lol
Jest nas Wielu disse...
No Live Jornal russo já se fala sobre a necessidade de lhe atribuir o estatuto póstumo da “herói da Rússia”.
Lá se fala da muita coisa. Palermas há em todo lado.
Dois países, dois sistemas de valores…
...Pois é, a política da medida dupla. É isso é que mais exaspera.
JM, quando usa a frase "com todas as honras" está a dizer que o Estado russo fez as honras no funeral? Com guarda e salvas de canhões?
É que, pela reportagem, o que dá a entender é que foram os bandidos a homenagear o defunto, e não o Estado russo. A polícia só terá estado presente pra prevenir incidentes.
Se calhar deveria ter escolhido melhor o título, para não induzir em erro...
Caro Pippo, eu não falei com "honras de Estado", mas tratou-se de um funeral pomposo, como se de uma figura ilustre se tratasse.
A propósito do termo "Honras de Estado", eu ouvi na semana passada o noticiário na Euronews e o termo utilizado foi precisamente esse, "enterrado com honras de estado".
Claro que, tal como JM refere, a frase "honras de estado" é no sentido de "funeral pomposo, como se de figura ilustre se tratasse".
Cordiais cumprimentos
Mas se o indivíduo tinha dinheiro e poder, não estou a ver qual é o mal. A não ser que haja leis a impedir que mafiosos tenham funerais grandiosos. Eu, sinceramente, não conheço nenhuma lei portuguesa nesse sentido, e nos filmes americanos vemos sempre os "Dons" a serem enterrados com toda a pompa.
Enfim, da notícia, que não me parece muito relevante, pelo menos há o lado bom, que é o do tipo ter desaparecido.
Ab,
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