O primeiro concerto de música coral portuguesa na capital russa, realizado no passado fim de semana, esgotou os bilhetes da Sala Rakhmaninov do Conservatório de Moscovo, um dos melhores palcos musicais de Moscovo.
O Coro de Câmara “Academia”, da Academia Russa de Música Gnessin, interpretou, sob a direcção do maestro português João Tiago Santos, obras de compositores portugueses do séc. XVI a séc. XX: Duarte Lobo, Lopes Morago, Rodrigues Esteves, Claudio Carneyro, Joly Braga Santos, Fernando Lopes Graça e Eurico Carrapatoso.
Após o concerto, o maestro João Tiago Santos não escondia a satisfação pela grande adesão do público russo à música coral portuguesa, pouco conhecida na Rússia.
"Como já tem acontecido em ocasiões anteriores, os músicos russos, num primeiro contacto, mostram uma certa desconfianca em relação ao nosso repertório. Mas ao longo dos ensaios, essa desconfianca foi-se transformando em empatia, e no concerto o coro interpretou a nossa música com grande entusiasmo. Acima de tudo, penso que conseguimos transmitir ao publico moscovita o espirito da nossa musica", declarou à Lusa, por telefone, o maestro português.
"O concerto insere-se na política que tem sido seguida pelo Instituto Camões de divulgação da cultura portuguesa. É bastante relevante o facto de o nosso repertório ser interpretado por músicos russos. Para grande satisfação nossa, verificou-se que os próprios músicos começaram a incluir algumas destas peças nos seus próprios programas”, acrescentou à Lusa João Mendonça João, leitor do Instituto Camões na Rússia.
“ Deste modo”- continua o organizador do evento - “alcança-se o objectivo ambicioso de ver a execução do nosso repertório alargada a outros coros. Para além do mais, a descoberta do património coral português suscitou tal curiosidade no seio dos músicos que se planeia ministrar um seminário de história da música portuguesa na Academia Russa de Musica Gnesin”.
João Tiago Santos é aluno finalista em Direcção de Orquestra no Conservatório de São Petersburgo, na classe do maestro Vassily Sinaisky. Participou em master-classes com Kurt Masur, Jorma Panula e Osvaldo Ferreira.
Apresenta-se em concertos em várias cidades da Rússia e do Brasil. Dirigiu a Orquestra Sinfónica Kapella de S. Petersburgo, Filçarmónica de Tomsk (Sibéria) e as orquestras sinfónicas dos festivais de Campos do Jordão e Curitiba.
Enquanto maestro de ópera, dirigiu, em São Petersburgo, “Cosi fan tutte” de Mozart e “Evgueni Oneguin de Tchaikovski.
João Santos é bolseiro do Instituto Camões.
O Coro de Câmara “Academia”, da Academia Russa de Música Gnessin, interpretou, sob a direcção do maestro português João Tiago Santos, obras de compositores portugueses do séc. XVI a séc. XX: Duarte Lobo, Lopes Morago, Rodrigues Esteves, Claudio Carneyro, Joly Braga Santos, Fernando Lopes Graça e Eurico Carrapatoso.
Após o concerto, o maestro João Tiago Santos não escondia a satisfação pela grande adesão do público russo à música coral portuguesa, pouco conhecida na Rússia.
"Como já tem acontecido em ocasiões anteriores, os músicos russos, num primeiro contacto, mostram uma certa desconfianca em relação ao nosso repertório. Mas ao longo dos ensaios, essa desconfianca foi-se transformando em empatia, e no concerto o coro interpretou a nossa música com grande entusiasmo. Acima de tudo, penso que conseguimos transmitir ao publico moscovita o espirito da nossa musica", declarou à Lusa, por telefone, o maestro português.
"O concerto insere-se na política que tem sido seguida pelo Instituto Camões de divulgação da cultura portuguesa. É bastante relevante o facto de o nosso repertório ser interpretado por músicos russos. Para grande satisfação nossa, verificou-se que os próprios músicos começaram a incluir algumas destas peças nos seus próprios programas”, acrescentou à Lusa João Mendonça João, leitor do Instituto Camões na Rússia.
“ Deste modo”- continua o organizador do evento - “alcança-se o objectivo ambicioso de ver a execução do nosso repertório alargada a outros coros. Para além do mais, a descoberta do património coral português suscitou tal curiosidade no seio dos músicos que se planeia ministrar um seminário de história da música portuguesa na Academia Russa de Musica Gnesin”.
João Tiago Santos é aluno finalista em Direcção de Orquestra no Conservatório de São Petersburgo, na classe do maestro Vassily Sinaisky. Participou em master-classes com Kurt Masur, Jorma Panula e Osvaldo Ferreira.
Apresenta-se em concertos em várias cidades da Rússia e do Brasil. Dirigiu a Orquestra Sinfónica Kapella de S. Petersburgo, Filçarmónica de Tomsk (Sibéria) e as orquestras sinfónicas dos festivais de Campos do Jordão e Curitiba.
Enquanto maestro de ópera, dirigiu, em São Petersburgo, “Cosi fan tutte” de Mozart e “Evgueni Oneguin de Tchaikovski.
João Santos é bolseiro do Instituto Camões.
6 comentários:
"os músicos russos, num primeiro contacto, mostram uma certa desconfianca em relação ao nosso repertório".
Curioso. Essa desconfiança é relativa à qualidade dos nossos compositores e das suas composições? Na opinião do Maestro João Tiago, qual é a razão para tal "desconfiança"?
Mais interessante ainda (no bom sentido) é a inclusão de músicas portuguesas no repertório russo, prova da qualidade daquelas.
Essa desconfiança é por desconhecimento! A Rússia é um país com uma enorme tradição musical e Portugal aqui não é propriamente conhecido pela sua música (talvez com excepção do fado).
Por isso é até compreensível que antes de começarmos a ensaiar os músicos tivessem algumas reticências quanto à nossa música. A desconfiança não era com certeza em relação à qualidade dos compositores, até porque eles eram absolutamente desconhecidos.
Como diz e bem, a inclusão de algumas das nossas obras nos seus concertos é a prova de que os nossos compositores tiveram "nota muito positiva", aqui num país de música por excelência! Em breve deverá estar pronta uma gravação audio. Espero que nessa altura seja possível partilhar online alguns dos momentos do concerto.
Então, João Tiago, quando essa gravação se tornar disponível, agradeço que nos avise.
Muito boa sorte com a sua estadia, e desejo-lhe muito (e bom) trabalho!
PS - reparei que não incluiu Carlos Seixas. Foi por o compositor já estar explorado no panorama musical russo, ou foi simples opção sua?
Carlos Seixas foi incluído no último concerto que realizámos aqui em S.Petersburgo, em Junho. (Sinfonia em si bemol e concerto para cravo).
Desta vez o concerto era com coro a capella, e segundo sei, o repertório de Seixas para coro inclui sempre instrumentos, o que não era exactamente o propósito deste concerto.
Em última análise, nestes concertos pretende dar-se um panorama geral da nossa música, mas é impossivel incluir todos os compositores. Há que escolher os mais representativos dentro de cada género.
e que tal Vianna da Motta???? pelo que sei está em São petersburgo um Português a fazer Doutoramento sobre a obra desse compositor e inclusivé já foi a Moscovo apresentar artigos e a obra pianistica deste compositor...Não seria má ideia valorizar esse material e divulgar esse trabalho...
e que tal Vianna da Motta???? pelo que sei está em São petersburgo um Português a fazer Doutoramento sobre a obra desse compositor e inclusivé já foi a Moscovo apresentar artigos e a obra pianistica deste compositor...Não seria má ideia valorizar esse material e divulgar esse trabalho...
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