Os dirigentes da Ucrânia participaram hoje numa manifestação para assinalar o 76º aniversário do Holodomor, fome artificialmente provocada pelas auitoridades comunistas que provocaram milhões de mortos.
Victor Iuchenko, Presidente da Ucrânia, Iúlias Timochenko, primeira-ministra, Vladimir Litvin, dirigente do Parlamento da Ucrânia juntaram-se a milhares de pessoas que participaram na marcha fúnebre “Acende uma vela”, em memória de um dos mais graves crimes do estalinismo na URSS.
Junto do monumento às vítimas do Holodomor, os manifestantes fizeram um minuto de silêncio.
A fome de 1932 e 1933 atingiu as principais regiões cerealíferas da URSS: Ucrânia, Cáucaso do Norte, Região do rio Volga, parte central da Rússia, Cazaquistão, Sibéria Ocidental e Urais Meridionais.
As autoridades de Kiev consideram que a política do ditador estalinista José Estaline, que esteve na origem dessa fome, visava destruir o povo ucraniano.
Em Novembro de 2006, a Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia considerou o Holodomor “genocídio”.
Segundo os cientistas ucranianos, a fome matou de 07 a 10 milhões de pessoas na Ucrânia, tendo morrido mais alguns milhões na Rússia e Cazaquistão.
Na véspera, Victor Iuschenko declarou ao canal televisivo ucraniano “Inter”: “nós não acusamos a Rússia, nós não acusamos o povo russo”.
Segundo ele, o Estado que foi o culpado do Holodomor “já não existe no mapa”, sublinhando que “o estalinismo tentou destruir o movimento nacional ucraniano”.
Moscovo continua a acusar o Presidente ucraniano de tentar utilizar o Holodomor para objectivos políticos próprios, considerando que esse crime atingiu outros povos da União Soviética.
“A posição de Kiev sobre o Holodomor visa a divisão dos povos”, declarou o Presidente russo, Dmitri Medvedev, apelando aos dirigentes ucranianos “dar início a um trabalho de formação de abordagens conjuntas”.
4 comentários:
O Moses Fishbein tinha a razão, a divisória foi cavada em 1932-1933…
Mais informação sobre o Holodomor:
1. O Parlamento do diarquia de Andorra aprovou em 26 de Novembro uma declaração em homenagem às vítimas do Holodomor:
http://www.consellgeneral.ad/
micg/webconsell.nsf/0/
85CFA1066515E305C1257671002BACE9
Butlletí del Consell General – núm. 38/2009 – Casa de la Vall, 27 de novembre del 2009
2. Jornalista & analista político português, Nuno Rogério (SIC – Sociedade de Nações), sobre o Holodomor:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/
interior.aspx?content_id=1431618
3. Igreja Católica sobre o Holodomor
http://www.agencia.ecclesia.pt/
cgi-bin/noticia.pl?&id=76319
Era curioso saber se o "ditador estalinista José Estaline" foi de facto estalinista. É que se diz que nem Marx era marxista....
p.s.
Erro meu, o jornalista e comentador se chama Nuno Rogeiro...
Aniversário do referendo da Independência
No dia 1 de Dezembro de 1991, os eleitores ucranianos votaram no referendo que perguntava: “Apoia o Acto de Declaração de Independência da Ucrânia?” O referendo pretendia confirmar a declaração de Independência ucraniana, proclamada pelo parlamento nacional no dia 24 de Agosto do mesmo ano.
Participaram no referendo 31,891,742 pessoas (84.18% dos eleitores inscritos), destes, 28,804,071 (ou 90.32%) votaram "Sim".
No mesmo dia, tiveram o lugar as eleições presidenciais, ganhos pelo Leonid Kravchuk, até a data, o chefe do parlamento ucraniano.
Já no dia 2 de Dezembro a Ucrânia foi reconhecida pelo Canadá e Polónia.
Ver as estatísticas de votação:
http://en.wikipedia.org/wiki/
Ukrainian_independence_referendum,_1991
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