A Ucrânia comemora no Domingo o “Dia da Liberdade” e o 5º aniversário da “revolução laranja”. Em plena campanha eleitoral para as presidenciais, marcadas para 17 de Janeiro, os festejos serão mais um pretexto para ataques políticos entre os candidatos.
No dia 22 de Novembro de 2004, depois da Comissão Eleitoral Central da Ucrânia ter anunciado a vitória do candidato pró-russo, Victor Ianukovitch, nas eleições presidenciais, centenas de milhares de pessoas saíram para as ruas de Kiev e de outras cidades do país contestando os resultados e defendendo a vitória do candidato pró-ocidental, Victor Iuschenko.
A Praça da Independência em Kiev foi o principal centro dos protestos que obrigaram à anulação dos resultados do escrutínio e à realização de uma terceira volta a 26 de Dezembro, que deu a vitória a Victor Iuschenko.
Iuschenko já anunciou que participará na comemoração do “Dia da Liberdade”, durante a qual irá discursar e condecorar conhecidas personalidades .
“Nesse dia, o Presidente da Ucrânia estará no epicentro dos festejos”, anunciou o centro de imprensa da Presidência, acrescentando que “o discurso será seguido de um concerto de conhecidos artistas ucranianos”.
“Este acontecimento é o mais marcante para o povo ucraniano nas últimas décadas... O Dia da Liberdade é o símbolo do amor próprio do povo ucraniano, do seu desejo de afirmar um Estado livre e democrático”, frisou Iuschenko.
Este ano, os festejos da “revolução laranja” coincidem com a campanha eleitoral, onde participam dezoito candidatos na luta pelo cargo de Presidente da Ucrânia. Em 2004, esse número foi de 24.
O facto de Victor Iuschenko não estar entre os favoritos (as sondagens dão-lhe cerca de 03 por cento nas intenções de voto) é visto como uma prova da desilusão dos ucranianos face às expectativas depositadas no líder da “revolução laranja”.
Um dos candidatos, o funcionário alfandegário Vassili Gumeniuk, poderia passar despercebido na longa lista, mas tal não deverá acontecer depois de ter mudado de apelido para “Protivsikh” (Contra Todos, em ucraniano).
Os estudos da opinião pública apontam para a necessidade de realização de uma segunda volta, onde deverão defrontar-se Victor Ianukovitch, dirigente do Partido das Regiões, e Iúlia Timochenko, actual primeira-ministra do país.
A campanha eleitoral tem ficado marcada por uma série de escandalos. Vários deputados do Bloco de Iúlia Timochenko foram acusados de pedofilia pelo Partido das Regiões, enquanto o Presidente Iuschenko acusou a primeira-ministra de “estar na origem da epidemia de gripe” na Ucrânia.
Não obstante todos os desmentidos, Moscovo é um dos participantes activos da corrida eleitoral, não escondendo o seu apoio a Iúlia Timochenko.
“Sentimo-nos confortáveis ao trabalhar com o Governo de Timochenko. Considero que a nossa cooperação tornou mais estáveis e reforçou as relações entre a Rússia e a Ucrânia”, declarou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, depois de um encontro com a sua homóloga ucraniana na sexta-feira.
No dia 22 de Novembro de 2004, depois da Comissão Eleitoral Central da Ucrânia ter anunciado a vitória do candidato pró-russo, Victor Ianukovitch, nas eleições presidenciais, centenas de milhares de pessoas saíram para as ruas de Kiev e de outras cidades do país contestando os resultados e defendendo a vitória do candidato pró-ocidental, Victor Iuschenko.
A Praça da Independência em Kiev foi o principal centro dos protestos que obrigaram à anulação dos resultados do escrutínio e à realização de uma terceira volta a 26 de Dezembro, que deu a vitória a Victor Iuschenko.
Iuschenko já anunciou que participará na comemoração do “Dia da Liberdade”, durante a qual irá discursar e condecorar conhecidas personalidades .
“Nesse dia, o Presidente da Ucrânia estará no epicentro dos festejos”, anunciou o centro de imprensa da Presidência, acrescentando que “o discurso será seguido de um concerto de conhecidos artistas ucranianos”.
“Este acontecimento é o mais marcante para o povo ucraniano nas últimas décadas... O Dia da Liberdade é o símbolo do amor próprio do povo ucraniano, do seu desejo de afirmar um Estado livre e democrático”, frisou Iuschenko.
Este ano, os festejos da “revolução laranja” coincidem com a campanha eleitoral, onde participam dezoito candidatos na luta pelo cargo de Presidente da Ucrânia. Em 2004, esse número foi de 24.
O facto de Victor Iuschenko não estar entre os favoritos (as sondagens dão-lhe cerca de 03 por cento nas intenções de voto) é visto como uma prova da desilusão dos ucranianos face às expectativas depositadas no líder da “revolução laranja”.
Um dos candidatos, o funcionário alfandegário Vassili Gumeniuk, poderia passar despercebido na longa lista, mas tal não deverá acontecer depois de ter mudado de apelido para “Protivsikh” (Contra Todos, em ucraniano).
Os estudos da opinião pública apontam para a necessidade de realização de uma segunda volta, onde deverão defrontar-se Victor Ianukovitch, dirigente do Partido das Regiões, e Iúlia Timochenko, actual primeira-ministra do país.
A campanha eleitoral tem ficado marcada por uma série de escandalos. Vários deputados do Bloco de Iúlia Timochenko foram acusados de pedofilia pelo Partido das Regiões, enquanto o Presidente Iuschenko acusou a primeira-ministra de “estar na origem da epidemia de gripe” na Ucrânia.
Não obstante todos os desmentidos, Moscovo é um dos participantes activos da corrida eleitoral, não escondendo o seu apoio a Iúlia Timochenko.
“Sentimo-nos confortáveis ao trabalhar com o Governo de Timochenko. Considero que a nossa cooperação tornou mais estáveis e reforçou as relações entre a Rússia e a Ucrânia”, declarou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, depois de um encontro com a sua homóloga ucraniana na sexta-feira.
29 comentários:
A Rússia está apoiando Timoshenko?
Pobre país.
A politica Ucraniana é um verdadeiro mistério, maior, muito maior que o russo.
Os seus dirigentes tem qualidades abaixo do sofrível, até parece mentira como é que um país maior que a França, e com cerca de 50.000.000 de almas se entrega a gente de tamanha baixeza, sem sentido de estado, capaz de se vender por pouco.E de recear o futuro de algunas "estados" saidos da URSS, e a ucrânia, por ser europa e pela proximidade, é um caso sério.
A proximidade geográfica da russia, os interesses territoriais (crimeia) e a enorme quantidade de população russófona não ajuda.
E a falta de sinceridade dos russos, que em vez de apoiarem o seu aliado natural, Ianukovitch, se ligam (pelo menos oficialmente) a Timochenko, deixa tudo mais obscuro.
Boa sorte aos ucranianos...
É triste ver o Yuschenko a comemorar o "dia da liberdade" enquanto a crise económica abate o país.
A Ucrânia está numa situação de colapso económico com indices de desemprego a disparar e queda de mais de 20% do PIB no 1 semestre-2009:
http://www.rb.com.ua/eng/
company/publications/2009/730.html
Yuschenko é o responsável pela maior parte da crise, graças à guerra do gás contra a Rússia. O povo ucraniano não têm muitas opções, mas o pior é o político russofobo pró-ocidente!
Só para dizer relativamente ao ultimo comentário que para existir uma guerra é necessario dois lados, e não concordo nada que o Presidente Ucraniano seja o unico responsavel do braço de ferro com a Russia. Afinal o Kremlin usou o gás para tentar dobrar um dos seus opositores politicos e há quem veja nisso a culpa de quem não esteve disposto a ajoelhar-se como era pretendido, quando se esquecem de quem é que usa essa mesma "arma" e dos seus objectivos ao faze-lo.
Afinal o Kremlin usou o gás...
E só o pode usar porque o Kremlin faz descontos à Ucrânia.
Quando a Ucrânia passar a pagar a preços de mercado como pagam os outros, de certeza que a Rússia não irá usar essa arma.
2 Ítalo
Parece que desta vez o Kremlin decidiu descartar Yanukovich e apoiar Timoshenko (ela já não é “a ladra com a trança”, neste momento é “político responsável”, etc).
O recente encontro em Yalta produziu duas decisões sobre o gás: em 2010 a Ucrânia comprará o gás por 230 – 210 USD e aumentará em 60% as taxas de trânsito do gás pelo território nacional.
Algumas musicas da revolução Laranja:
http://www.youtube.com/watch?v=
PZLmE1OW2nU (Greenjolly – Juntos somos muitos)
http://www.youtube.com/watch?v=
YfvBxfvwpTw (Tartak – Eu não quero)
http://www.youtube.com/watch?v=
NXnytBRDh-4 (Okean Elzy – Levanta-te!)
http://www.youtube.com/watch?v=
F-NZ_IgXF0c (Mandry – Não dorme, minha terra)
http://www.youtube.com/watch?v=
lE30XpNep_I (Maria Burmaka na Praça de Independência em Kyiv – Maydan)
http://www.youtube.com/watch?v=
fPblAomHZX4 (TNMK – Babilónia)
Muito inteligente da parte de Moscovo. Resta saber como é que a Julia vai pagar o capital politico recebido do Kremlin.
Desta vez ela esta amarrada dos "pés-à-cabeça".
Caro PM, nessa altura a Russia terá de se sujeitar aos preços fixados pela Ucrania para usar os gasodutos que atravessam o seu país, e também respeitar as decisões Ucranianas sobre uma certa base numa peninsula. Caro amigo, ambos sabemos que esse não é o problema, se me dissesse que a Russia aumenta os preços para equipara-los aos praticados noutro lado qualquer como numa verdadeira economia de mercado, até concordaria consigo, agora virem usar o gás como arma energética-politica de arremesso e de coacção contra a Ucrania, e assumirem isso publicamente do genero, vão para ali senão terá consequencias, já acho um pouco forçado concordar com esse tipo de comportamento (nota - nem sequer fazem intenção de esconder o seu jogo!!! - afinal é ou não o seu quintal). A Ucrania deve procurar alternativas o mais rapidamente possivel para obter uma maior autonomia da Russia, assim como esta o faz com a construção dos novos gasodutos, para deixar de depender da Ucrania.
2 NB
É muito fácil enganar os russos, basta prometer não entrar na NATO lol
++
Na Rússia, como no resto do mundo, os criminosos têm a sua própria linguagem marginal, mas só na Rússia essa linguagem é usada no seu dia-a-dia pelo chefe do estado (primeiro – ministro). Uma colectânea de famosas frases do Putin (preferência clara para os retretes, ranho, babo, etc):
http://www.youtube.com/watch?v=
sWxPFgkn6FM
Caro Sérgio,
Caro PM, nessa altura a Russia terá de se sujeitar aos preços fixados pela Ucrania para usar os gasodutos que atravessam o seu país...
Não é a Rússia que se irá sujeitar aos preços que a Ucrânia pratica. Se a Ucrânia resolver cobrar valores acima de mercado, está a prejudicar-se imenso, como país de trânsito fiável, afinal estaria a usar a sua posição dominante sobre abastecimentos russos à Europa e ficaria muito mal vista por todos.
Mas mesmo que decidisse uma loucura dessas, a Rússia só tinha uma coisa a fazer, cobrar esse valor adicional aos clientes. E aí abririam novos problemas entre a Europa e a Ucrânia.
também respeitar as decisões Ucranianas sobre uma certa base numa peninsula.
E que decisões são essas exactamente?
ambos sabemos que esse não é o problema,...
A Rússia usa os seus trunfos e não tem nada que escondê-los. E porque é que tem que os esconder? É a Rússia que SUBSIDIA o gás ucraniano. A Rússia NÃO CONCORDA que a Ucrânia adira à NATO e tem TODO o direito em acabar com os subsídios. Da mesma forma que a Ucrânia tem TODO o direito a aderir á NATO, que o faça. Não é a Rússia que o está a impedir de certeza...
A Ucrania deve procurar alternativas o mais rapidamente possivel para obter uma maior autonomia da Russia
Falar é fácil, fazer... aí é que são elas. Mas sim eram o que deveriam ter começado por fazer. primeiro a Ucrânia preparava a sua economia para lidar com preços de energia de mercado e só depois é que tratava de aderir ao que quisesse. Qual o problema? São precisos muitos anos e mais mandatos que o actual presidente consegue ter e só o actual presidente consegue garantir que a Ucrânia siga o caminho da adesão à NATO, porque o próximo é uma incógnita.
E devido à pressa em aderir a NATO, este presidente enterrou completamente a Ucrânia, que está atolada em dívidas por muito tempo e ainda está a receber ajudas monetárias da Europa, FMI e Rússia.
Transformou a Ucrânia num país de pedintes e por muito tempo.
Não faz mal, PM, o Jest nao se importa que a Ucrania esta na bancarrota. Ele nem vive la perto! Destila o seu fel, mas na distância, no calor dos trópicos.
E ja sabe o que acontece quando apanha muito sol na cabeça... lol
2 PortuguesMan
Nem é muito bonito para um português escrever sobre a dependência de outros em ajuda externa, apenas faz a conta quanto é que seu país recebeu no âmbito das ajudas da UE desde a sua adesão e depois poderá fazer as comparações.
2 Anónimo 22:57
Estou muitíssimo bem lá onde estou, V. Excia conhece a geografia bastante mal, pois de trópicos até estou bastante longe lol
A Rússia usa os seus trunfos e não tem nada que escondê-los. E porque é que tem que os esconder? É a Rússia que SUBSIDIA o gás ucraniano. A Rússia NÃO CONCORDA que a Ucrânia adira à NATO e tem TODO o direito em acabar com os subsídios. Da mesma forma que a Ucrânia tem TODO o direito a aderir á NATO, que o faça. Não é a Rússia que o está a impedir de certeza...
Caro PM dito dessa forma até quase que me convence que a Russia é um país normal como qualquer outro, respeitador da soberania dos seus vizinhos como podemos observar na Ossetia e Abcasia, pena é que tenho memória, e não posso esquecer-me do que foi dito, ou melhor das ameaças proferidas pelo então Presidente Vladimir Putin sobre o que poderia acontecer caso houvesse uma adesão da Ucrania à NATO. Chegou mesmo a dizer numa cimeira que a Ucrania era uma criação Russa. Acho que a noticia de então referia que o Presidente Russo virando-se para o Norte-Americano pergunto-lhe o que era a Ucrania, dando a entender que não seria uma nação soberana. Será que se tiver em consideração tudo isso, acha mesmo que a Ucrania tem essa liberdade toda de escolha. A Ucrania e os seus vizinhos são o quintal do Kremlin e este nunca abrirá mão deles, pelo menos enquanto tiver aspirações imperiais. Acho até que não estou a dar-lhe nenhuma informação nova, o PM com a sua inteligencia e conhecimento da realidade Russia e dos seus vizinhos certamente terá conhecimento disso tudo. Portanto ficará a seguinte questão, o que ganha o PM ou quais serão as suas motivações em fazer passar a mensagem contrária à realidade?
Nem é muito bonito para um português escrever sobre a dependência de outros em ajuda externa, apenas faz a conta quanto é que seu país recebeu no âmbito das ajudas da UE desde a sua adesão e depois poderá fazer as comparações.
Lamento meu caro, mas não vejo assim. E não tenho que fazer contas. Portugal recebeu e recebe ajudas e PERTENCE à UE. Além disso é bom lembrar que muitas das ajudas recebidas são por concessões feitas, isto não é só receber dinheiro.
A Ucrânia meteu-se no buraco por sua livre vontade. A Ucrânia seguiu políticas suicidas onde tudo se fez menos seguir o interesse nacional. Como tantas vezes se vê na história, basta apenas um homem para mudar o curso de um país ou de ainda mais.
As imensas asneiras que este presidente fez, vão ser sentidas por muitos e muitos anos. O país está falido e não existe muita confiança por paises vizinhos. O país só não foi largado à sua sorte, porque é crucial para o transporte de gás russo para a Europa.
A Ucrânia neste momento representa o maior perigo à segurança energética europeia. A UE vai ter que pagar o que fôr preciso para manter o país à tona, pelo menos enquanto não existirem alternativas de escoamento.
As opções da Ucrânia foram desastrosas, diria mais foram criminosas tal foi prejuizo infligido.
E o pior é que ainda não lhes chegou a factura. Só agora estão a ponta do iceberg.
...Caro PM dito dessa forma até quase que me convence que a Russia é um país normal como qualquer outro, respeitador da soberania dos seus vizinhos...
Agora imagine se a Rússia se comportasse como a única super-potência que temos, olhe que haveria de ser bonito....
Será que se tiver em consideração tudo isso, acha mesmo que a Ucrania tem essa liberdade toda de escolha.
Será que me vai convencer que é a Rússia que OBRIGA a Ucrânia a aceitar o seu gás SUBSIDIADO??
Portanto ficará a seguinte questão, o que ganha o PM ou quais serão as suas motivações em fazer passar a mensagem contrária à realidade?
Sabe, vamos fazer as coisas do seguinte modo: quando você vir que estou a mentir, por favor não se iniba de apontar.
Você é rápido em chamar outros de mentirosos e com interesses duvidosos e lento a fornecer factos.
E olhe que já não é a primeira que lhe chamo a atenção para isso pois não?
PortugueseMan disse...
"Lamento meu caro, mas não vejo assim. E não tenho que fazer contas. Portugal recebeu e recebe ajudas e PERTENCE à UE. Além disso é bom lembrar que muitas das ajudas recebidas são por concessões feitas, isto não é só receber dinheiro.
A Ucrânia meteu-se no buraco por sua livre vontade. A Ucrânia seguiu políticas suicidas onde tudo se fez menos seguir o interesse nacional...
"
Você não entende, PM:) Mas, em compensação, foram elevadas muitas estátuas de Bandera no ocidente da Ucrânia e até nas outras regiões, e meia-dúzia de velhos polizei foi condecorada pelo Iuschenko e feita herois nacionais da Ucrânia. Para pessoas como Jest isso é o essencial e não lhes importa que o país está falido. Essa categoria de pessoas prefere andar descalça, mas não pode deixar de fazer alguma sujeira a Moscovo, mesmo que eles mesmos fossem os primeiros a sofrer.
PM caro amigo, basta ler o meu comentário anterior que já lá estão factos que o senhor preferiu ignorar. Quanto ao chamar-lhe mentiroso as conclusões são suas, e por fim não o queria envergonhar mas o caro PM tem-se em grande conta, não é, sempre a incomodar as pessoas a exigir fontes, e quando lhe são apresentadas mesmo assim insiste em retirar outras interpretações. PM tire lá se faz favor mais algumas conclusões do que acabei de escrever e pode ser que cheguemos a algum lado.
Quanto ao chamar-lhe mentiroso as conclusões são suas
Vamos lá a ver uma coisa, eu sou português e FALO português.
Quando alguém vem com "falinhas mansas" e fazer afirmações deste género:
...quais serão as suas motivações em fazer passar a mensagem contrária à realidade...
Eu percebo, como toda a gente percebe o que você está querer a insinuar.
...sempre a incomodar as pessoas a exigir fontes, e quando lhe são apresentadas mesmo assim insiste em retirar outras interpretações...
Bom meu caro, para não o chamar de mentiroso, você concerteza vai me dar um exemplo do que está a dizer não é verdade?
E acho curioso como é que alguém se possa incomodar para que se forneça fontes. Alguém bem intencionado, claro.
Sérgio disse...
"e não posso esquecer-me do que foi dito, ou melhor das ameaças proferidas pelo então Presidente Vladimir Putin sobre o que poderia acontecer caso houvesse uma adesão da Ucrania à NATO. Chegou mesmo a dizer numa cimeira que a Ucrania era uma criação Russa. Acho que a noticia de então referia que o Presidente Russo virando-se para o Norte-Americano pergunto-lhe o que era a Ucrania, dando a entender que não seria uma nação soberana."
Se conhecesse um pouco a história da Rússia, Ucrânia e da União Sovietica, entenderia então o que Putin queria dizer. Mas claro que você não sabe nada. È que, por mais incrivel que pareça, o facto de a Ucrânia atual ter as fronteiras atuais e possuir todos os territórios que possui hoje se deve , a 90%, às atividades dos poderes sovieticos, começando por Lenin. E, pela boa vontade de Yesltsin, a ucrânia recebeu independéncia, herdando todas as terras, que lhe foram doadas pelos comunistas. Por isso a Ucrãnia nas fronteiras atuais com toda a razão pode ser chamada um projeto sovietico. O mais interessante é que, entre outras, a Ucrânia foram doadas as terras, que nunca antes foram ucranianas. O exemplo mais gritante é a Crimeia, a terra regada à farta com o sangue russo, com as cidades dos marinheiros russos.
Caro Sérgio,
Eu se fosse a si não me exaltava muito com estes comentários. Os blogues com alguma influência e que se atrevem a revelar os podres da administração russa atraem sempre uma brigada de papagaios da “realidade” oficial, cuja função é desacreditar informação danosa para os poderes vigentes, tentando, por vezes de forma verdadeiramente patética (e hilariante), defender o indefensável. Dê uma vista de olhos aos fóruns de comentários no Economist aos artigos do Ed Lucas e verá o que quero dizer. Mas há muitos outros.
A técnica é também muito consistente: acusações de russofobia, uso indiscriminado de relativismos morais, solicitação de fontes com o objectivo de as desacreditar (normalmente estão a soldo de uma qualquer potência estrangeira empenhada em pilhar os recursos naturais da Rússia ou invadir o seu território). Em geral, os pedidos de “fontes” ocorrem na sequência do esgotamento de contra-argumentos. Outra técnica muito usada é a tentativa de desviar a discussão para questões de pormenor, (tal como o valor numérico de uma estatística ou um comentário qualquer lateral), evitando assim discutir o tema central. As “fontes” que normalmente utilizam e citam são as agências noticiosas oficiais. Aliás, alguns mantêm blogues que mais se assemelham a versões amadoras em miniatura das RIAs Novostis e ITAR Tass(es).
Tudo isto, que na realidade é um espelho fiel da retórica Rússia Unida, Nashi e outros que tais, constitui um textbook de técnicas que já vêm dos tempos em que a propaganda merecia ministérios, e que agora começam a ser usadas de novo. Será tudo inocente e fruto de convicções ingénuas e idealistas? Acredito que alguns se movam com sinceridade, mas se quer a minha opinião sincera, a consistência retórica leva-me mais a crer num esforço organizado. Estarei a sucumbir a um impulso corspiracionista? Talvez. A realidade é difícil de discernir, uma vez que praticamente todos são anónimos e, pelo menos cá em Portugal, quando há oportunidade de aparecerem publicamente não aparecem. Seja como for, é um tema fascinante e os comentários dessa trupe deverão, a meu ver, ser degustados com uma pitada de sal. É sempre divertido e na maioria dos casos nem vale a pena comentar ou levar a coisa a peito.
Já agora, quando lhe pedirem “fontes”, diga-lhes que deixem de ser preguiçosos, dêem corda aos sapatinhos e façam eles mesmos o trabalhinho de casa, que onde eles podem encontrar informação é onde toda a gente vai.
António Campos
Anonimo Russo, o seu problema é que eu estudei história e sei que a Ucrania tambem tem muito territorio que já foi da Polonia,e daí? A doação de territorio é uma forma completamente válida e legitima de aquisição de territorio como o é por exemplo a compra e venda do Alasca aos EUA. Ou por acaso tambem agora se irá por em causa essa aquisição por parte dos EUA. Se os Russos um dia doaram algo que lhes pertencia fizeram-no de livre vontade, e portanto agora não podem querer voltar atrás só porque as circunstancias politico-estrategicas mudaram e lhes dá jeito ter uma peninsula para manter uma base militar. PM gostaria de ve-lo a comentar este tipo de afirmações por parte do anonimo russo, ai tem factos concretos como gosta, e fico curioso de ver como vai enquadrar isto com a tão apregoada liberdade que a Ucrania tem de fazer o que bem entender, na sua perspectiva é claro.
Já agora por essa lógica também Portugal tem direito às terras Brasileiras que lhe foram retiradas de uma forma unilateral e sem o seu consentimento, e olhe que foi lá derramado muito sangue Português. Ora, ora, como diz o Pippo, tststs.
...PM gostaria de ve-lo a comentar este tipo de afirmações por parte do anonimo russo...
Você faz insinuações, não responde às minhas questões e está à espera que vá perder o meu tempo consigo?
Comece por respnder às questões colocadas e justificar as insinuações que faz.
...solicitação de fontes com o objectivo de as desacreditar...
...os pedidos de “fontes” ocorrem na sequência do esgotamento de contra-argumentos...
Confesso estar bastante surpreendido com estas afirmações. Você quer apresentar valores concretos sem indicar as fontes de onde se baseou? e isso já acha legítimo?
Muito bem.
É uma opção para quem gosta de ler ficção. Eu sou dos que gostam das coisas bem explicadas.
O problema aqui neste blogue, PM, é que há quem se divirta a fazer o seguinte:
1- fazem afirmações sem apresentar as fontes, o que é intelectualmente desonesto e é algo a que, academicamente, desde cedo me desabituei (essa de "dar corda aos sapatos é gira"! Vou ver se me lembro disso quando voltar à universidade para tirar mais uma licenciatura, os professores também acharão piada ao dar-me a nota...);
2- classificam todas as opiniões contrárias de putinofilia, mercenato a soldo do FSB, etc., o que é extremismo intelectual típico das correntes bloquistas, nazis, e afins, em suma, correntes intolerantes e pouco abertas ao diálogo;
3- não vêem os factos, mesmo quando estes lhes são escarrapachados na cara (lembra-se do relatório sobre a Ossétia e do que esse meninos diziam, que aquilo que estava escrito não era o que estava escrito, etc.?)
Raras são as vezes que falam bem; são prontas a apontar as faltas do inimigo esquecendo-se das suas, e enfim, já sabe do resto.
Olhe, até quero ver o que vão dizer sobre o tal empresário que aconselha investir na Rússia. Aceitam-se apostas :o)
Isso leva-me a concluir que essa gente, que fala por falar, está a cumprir, ou uma qualquer agenda política, ou, no caso dum certo ucraniano-tropicalista que nós sabemos, uma agenda pessoal.
Mas quando instados a demonstrar aquilo que escrevem, não o fazem, só se pode concluir que estão a mentir.
Sérgio disse...
"Anonimo Russo, o seu problema é que eu estudei história e sei que a Ucrania tambem tem muito territorio que já foi da Polonia,e daí? A doação de territorio é uma forma completamente válida e legitima de aquisição de territorio como o é por exemplo a compra e venda do Alasca aos EUA. Ou por acaso tambem agora se irá por em causa essa aquisição por parte dos EUA. Se os Russos um dia doaram algo que lhes pertencia fizeram-no de livre vontade, e portanto agora não podem querer voltar atrás só porque as circunstancias politico-estrategicas mudaram e lhes dá jeito ter uma peninsula para manter uma base militar"
1. A Polónia nunca deu nada a Ucrânia de livre vontade.
2. A Rússia não exige nenhuns territórios à Ucrania.
3. Será que Portugal doou a independéncia ao Brasil de livre vontade? (Já sem falar que os portugueses e os brasileiros não são tão próximos etnicamente como rússos e ucranianos. Mais do que isso, as terras da Ucrânia de hoje foram antigamente as terras da Rus antiga, e não algum Brasil do alem-mar).
4. A Rússia não exige nada à Ucrânia, mas qualquer russo tem todo o direito de respeitar ou não a política de poderes atuais da Ucrânia. Mas isso é um problema deles (da Ucrânia). Problema em todos os sentidos.
António Campos disse...
Caro Sérgio,
"Eu se fosse a si não me exaltava muito com estes comentários. Os blogues com alguma influência e que se atrevem a revelar os podres da administração russa atraem sempre uma brigada de papagaios da “realidade” oficial, cuja função é desacreditar informação danosa para os poderes vigentes, tentando, por vezes de forma verdadeiramente patética (e hilariante), defender o indefensável. Dê uma vista de olhos aos fóruns de comentários no Economist aos artigos do Ed Lucas e verá o que quero dizer. Mas há muitos outros.
A técnica é também muito consistente: acusações de russofobia, uso indiscriminado de relativismos morais, solicitação de fontes com o objectivo de as desacreditar (normalmente estão a soldo de uma qualquer potência estrangeira empenhada em pilhar os recursos naturais da Rússia ou invadir o seu território)."
Não é consigo decidir quem é rússo "correto" ou "errado". Quanto às fontes, eu, como ex-estudante da faculdade histórica posso-lhe dizer com toda a responsabilidade que no mundo da história ou da politologia ninguem vai levar as suas palavras a sério, nem até falar com você, até que você apresentar fontes, e fontes fidedignos.
E, finalmente, apesar de todas as suas palavras bonitas, eu, pessoalmente, cheguei a conclusão de que você é, no fundo, um diletante nas questões da Rússia. Foi quando lí o seu "artigo" sobre a possibilidade de uma "revolução laranja" na Rússia e decidi ver com os meus próprios olhos as fontes em que você se baseou (vi logo que utilizou a tradução inglesa de uma pesuqisa sociológica feita na Rússia, mas, o que é mais importante, o que estava escrito no texto ingles não correspondia à informação oficial do centro Levada). Por isso não vale a pena acusar os outros quando se trata da falta de professionalismo sua.
P.S. Ou, então, quem tem outra opinião (e baseada nos factos e no conhecimento da Rússia "de dentro") nunca pode ter razão só porque isso não é muito cómodo a algum sr. Campos?
Viva na sua Belorússia, sr. Campos, critique Lukaschenko (mas isso tambem é o direito de belorússos) e não assuma grandes responsabilidades sem ter o nível adequado de conhecimento.
É cómico o amor dos russos a Crimeia, território que desde vários séculos pertencia aos tártaros da Crimeia, até ser invadido militarmente e anexado pelo império russo. Também é cómica a afirmação do que a Rússia não ameaça constantemente a integridade territorial da Ucrânia, ao pretexto de defender “os russos étnicos”, etc.
Também é cómico o amor que certos ucranianos nutrem pela Crimeia, que durante vários séculos pertenceu aos tártaros e depois, durante dois séculos, pertenceu aos russos...
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