sábado, janeiro 23, 2010

Presidente defende política interna mais flexível

A política interna da Rússia deverá ganhar em flexibilidade, em inteligência e em modernidade, anunciou o Presidente russo, Dmitri Medvedev, numa reunião do Conselho de Estado dedicado à modernização do sistema político do país.
“O nosso objectivo é fazer com que os princípios da gestão política correspondam ao carácter pluridimensional da nossa sociedade e à diversidade cultural e ideológica desta última. Devemos tomar a política mais inteligente, mais flexível e mais moderna”, acrescentou.
Segundo ele, “a sociedade torna-se cada vez mais heterogénea e pluridimensional, o que exige uma cooperação entre ela e o Estado. Mas a experiência mostra que, frequentemente, para gerir processos sociais cada vez mais complexos, recorre-se a uma administração burocrática primitiva”.
A fim de abrir caminho à oposição no poder local, Medvedev apresentou no parlamento dois projectos-lei que revoga a necessidade dos partidos recolherem assinaturas para puderem participar nas eleições locais e que baixa de 07 para 05 por cento de votos a barreira a ultrapassar para eleger deputados a nível local.
Dmitri Medvedev criticou a oposição por ter falado de “numerosas falsificações” nas eleições locais de Outubro passado, reafirmando que elas decorreram conforme as normas democráticas.
Seguei Mitrokhin, dirigente do partido da oposição Iabloko, que participou na reunião, respondeu possuir provas de numerosas falsificações em Moscovo e noutras regiões do país, acusando as autoridades judiciais de não aceitarem ou não darem andamento às queixas.
“Os órgãos de informação e a Internet estão cheias de queixas. Se alguém anuncia através da net que se vai suicidar, as autoridades tomam logo medidas, mas não reagem às queixas de falsificação das eleições”.
“Deve-se denunciar essas irregularidades nos tribunais e não na Internet, onde metade do conteúdo é de carácter pornográfico”, replicou o primeiro-ministro Vladimir Putin, que também participou na reunião.
Putin reconheceu que é necessário modificar o sistema político do país, mas aconselhou evitar extremos como a “ucranização” e o “totalitarismo”.
Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista da Rússia, criticou a Rússia Unida, dirigida por Vladimir Putin, de manter o “monopólio do poder” e preveniu que essa foi uma das razões que levou à queda do Partido Comunista da União Soviética.

3 comentários:

Anónimo disse...

O pior vai ser quando Putin voltar ao poder.
Todos estes esforços de "civilizar" a política russa irão por água abaixo...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Almeida disse...

Caro Ítalo Tavares, Ziuganov está a reconhecer o erro cometido pelo PCUS.

Será que não tem direito a reconhecer que errou?

Será que, por ter errado antes, não pode advertir os outros para não cometerem o mesmo erro?