Vladimir Putin entrou no Kremlin há dez anos

Boris Ieltsin entregou a Presidência da Rússia a Vladimir Putin há precisamente dez anos, a 31 de Dezembro de 1999. Hoje, a esmagadora maioria dos russos considera que se tratou de uma decisão acertada.

Segundo uma sondagem publicada pelo Instituto de Estudo da Opinião Pública da Rússia, apenas 02 por cento dos russos consideram errada a decisão de Ieltsin se ter demitido antecipadamente. 66 por cento dos inquiridos pensam que esse passo foi “correcto de todos os pontos de vista”, 16 por cento acham que “a decisão foi certa, mas ele não deveria ter nomeado sucessor” e 07 por cento pensam que Ieltsin deveria ter encontrado outro político que não Putin a quem entregar o poder.

O estudo mostra que diminui o número dos que consideram que a era de Ieltsin trouxe apenas “males”: de 67 por cento em 2000 para 56 por cento presentemente. De 16 para 20 por cento subiu o número de russos que pensam que, entre 1991 e 1999, período em que Boris Ietsin esteve à frente dos destinos da Rússia, houve mais aspectos positivos do que negativos.

A obra realizada por Vladimir Putin, primeiramente, no cargo de Presidente e, hoje, de primeiro-ministro, é vista de forma diferente por políticos e analistas russos.

Mikhail Kassianov, primeiro chefe de Governo da era Putin e, actualmente, um dos seus mais fortes críticos, considera que “ele foi e continua a ser um oficial do KGB (serviços secretos soviéticos), que dirige ou avalia tudo desse ponto de vista: como controlar a sociedade, como não permitir às pessoas a participação directa na gestão do Estado, porque isso é arriscado”.

Os seus apoiantes, que são a maioria na sociedade russa, destacam a sua qualidade de ter posto “ordem na casa” depois da era caótica de Ieltsin.

“Os russos consideravam ser necessário um líder forte. E quando surgiu Putin, ele foi logo apoiado por muitos russos, que depositaram nele esperanças no melhoramento da situação. Por isso, ele recebeu um apoio muito forte da sociedade russa desde o início da sua presidência”, considera Konstantin Kossatchov, deputado do partido Rússia Unida, liderado por Vladimir Putin.