Representantes da candidata à presidência da Ucrânia e actual primeira-ministra, Iúlia Timochenko, que perdeu as eleições do passado 07 de Fevereiro frente a Victor Ianukovitch, vão recorrer aos triunais para contestar o resultado do escrutínio e só aceitarão a derrota depois de recorrer à via judicial.
“Durante uma reunião do grupo parlamentar do Bloco de Iúlia Timochenko, foi decidido contestar os resultados obtidos em algumas mesas de voto. Depois, exigiremos a recontagem nalguns distritos e, se os tribunais forem a nosso favor, contestaremos o resultado global escrutínio”, declarou Elena Chustik, porta-voz desse grupo parlamentar.
Depois de contados 99,97 por cento dos votos, Ianukovitch recebeu 48,95 por cento, enquanto que Timochenko conseguiu 45,47.
Alexandre Tchernenko, dirigente do Comité dos Eleitores da Ucrânia, duvida que Timochenko consiga vencer as eleições nos tribunais.
“Segundo os nossos cálculos, a contestação dos resultados é possível em relação a 10-20 mesas de voto. Mas para empatar o resultado, Timochenko precisa de contestar os resultados em 500 mesas. Acho isto irreal”, declarou ele, numa entrevista a um jornal electrónico ucraniano.
Tchernenko não exclui a possibilidade de Timochenko apelar aos seus apoiantes para saírem para a rua em sinal de protesto contra a vitória de Victor Ianukovitch, mas considera que essa iniciativa não terá êxito.
Fontes diplomáticas e políticas em Kiev, contactadas pela Lusa por telefone, afirmam que estão a realizar-se intensas conversações entre os dois candidatos, bem como entre eles e outras forças políticas para encontrarem uma saída política para o impasse.
“O cenário mais provável deverá ser: Ianukovitch – Presidente e Timochenko – primeira-ministra, mas esta pode perder tudo se insistir na teimosia da sua vitória”, declarou à Lusa, por telefone, um deputado ucraniano.
“Se Timochenko não aceitar a derrota, arrisca-se a perder o cargo de primeira-ministra já amanhã. No Parlamento da Ucrânia é possível formar uma coligação para a afastar desse cargo”, disse uma fonte diplomática em Kiev à Lusa.
O serviço de informação do Kremlin acaba de anunciar que o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, telefonou a Victor Ianukovitch para “o felicitar pelo êxito conseguido nas eleições”.
5 comentários:
Espero bem que esta novela seja apenas um dos aspectos das negociações entre ambos.
Penso que seria a melhor solução.
A ver o que sai daqui.
A bem da Ucrânia e caso Ianukovich se institua defenitivamente como presidente, será conveniente o afastamento defenitivo de Timoshenko, caso contrário repetir-se-ão os jogos de poder que assistimos nos últimos anos entre esta e Iushenko.
A política ucraniana necessita de sangue novo e Tiguipko seria uma boa opção.
Cumpts
Manuel Santos
Quanto a NATO, Ianukovich, se não me engano, já disse, aínda antes das eleições, que a Ucrânia não vai entrar nesta organização. De acordo com as sondagens da opinião pública, a maioria (até se pode dizer, esmagadora maioria) dos ucranianos não quer estar em NATO. Esses jogos com a propaganda da NATO, heroização de Bandera e outros foi passatempo predileto de Iuchenko que, ao receber os seus 5% dos votos, pode ir tranquilamente passar a sua velhice nos EUA.
Aqui gostam de dizer que Ianukovich não é pro-russo, que não há uma grande diferença entre ele e Timochenko, mas na noite das eleições, quando o resultado já era evidente, ele se dirigiu pela televisão aos eleitores (e aos eleitores de Timochenko tambem) em russo, o que já produziu fúria de algumas personalidades politicas ucranianas que tentam tanto se distanciar da Rússia.
Mas é que a Rússia agora duvido que esteja muito disposta a subsidiar a quem quer que seja. Mas é sempre bom ter relações normais.
A convivência entre os dois será impossível, a probabilidade é que ela termine sendo afastada.
Continuo a ler com atenção as suas crónicas da Rússia, e aprecio muito as informações que nos vai dando. Sempre fui um grande admirador da Rússia (não do comunismo soviético) do seu povo, da sua históriada, e dos usos e costumes. Continue a informar
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