quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Lvov, a mais europeia das cidades ucranianas

Templo Uniata Católico               
Sinagoga  

A paisagem arquitetónica não é dominada pelas cúpulas douradas em forma de cebola dos templos ortodoxos, mas pelas cruzes das igrejas católicas e greco-católicas. Lvov faz mais lembrar cidades como Viena, Praga, Varsóvia ou Budapeste.
A história desta cidade e da Ucrânia Ocidental em geral ficou marcada pelo facto de terem pertencido, em diferentes épocas, ao império Austro-Húngaro e à Polónia, tendo entrado na “zona de influência russa” apenas em 1939, quando foram ocupadas pela União Soviética devido ao pacto Molotov-Ribbentrop.
Os estilos dos seus edifícios são uma prova do cosmopolitismo de Lvov, tendo-se conservado       ainda bairros arménios e judaicos.                                    
Nos séculos XV e XVI, esta região acolheu muitos dos judeus portugueses e espanhóis que fugiram à Inquisição, ficando os primeiros conhecidos por “lusitanski”.
Lvov tem fama de ter dado refúgio a Ivan Fiodorov, o editor do primeiro livro em língua russa que fugiu à perseguição de Ivan, o Terrível, no séc. XVI, por aqui passaram o maior dos poetas polacos Adam Mickewicz, o autor do famoso romance de ficção científica “Solaris” Stanislav Lem, também polaco, o escritor judaico Sholom Aleihem , bem como a poetisa ucraniana Lesia Ukrainka e o escritor Ivan Franko.                                                                              
Na União Soviética, Lvov era conhecida pelo nome de “pequeno Paris”, sendo por isso cenário de filmes soviéticos sobre a Europa Ocidental.
Do ponto de vista religioso, na Ucrânia Ocidental, ao contrário da Central e Oriental, os uniatas e os católicos são a maioria, havendo também numerosas comunidades ortodoxas do Patriarcado de Kiev (Igreja Ortoxoxa Autocéfala Ucraniana) e do Patriarcado de Moscovo (Igreja Ortodoxa Russa), bem como comunidades judaicas.
Os uniatas são cristãos de rito ortodoxo, mas que reconhecem a supremacia do Papa romano. Em 1564, os jesuítas conseguiram fazer com que alguns bispos ortodoxos do reino da Polónia, do qual fazia parte, então, a Ucrânia Ocidental, passassem a obedecer ao Vaticano. Em 1596, o Concílio de Brest-Litovski foi convocado para proclamar a união dos ortodoxos com Roma, mas essa decisão foi acatada apenas por oito bispos ortodoxos, entre os quais o Metropolita de Kiev, Mikhail Ragoza, que deram origem à Igreja Greco-Católica, também conhecida como Uniata.
Foi aqui também que nasceu a primeira república ucraniana independente, em 1918, que foi rapidamente esmagada por tropas polacas e aqui se concentrou a resistência à assimilação soviética depois da Segunda Guerra.
Continua a ser evidente a existência de duas Ucrânias, uma virada para a Rússia, outra para a Europa, esperando um líder que não permita mais a separação das duas partes deste país.



7 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Sou brasileiro e admiro mais a Russia do que a velha europa.

Unknown disse...

Lwów, é assim que se escreve. Cidade Polaca solapada pelo pacto germano-soviético (pacto Molotov-Ribbentrop). Nenhuma linha sobre os chamados "repatriamentos" promovidos pelo "Tavarich" Staline. Retirou a maioria do população (polaca) para impor uma unidade étnica ucraína.

Jaime
do Brasil

Zé Manel disse...

Ó Comuna!

... Se o país está separado em dois, como tu próprio podes evidenciar, então o culminar de qualquer raciocínio lógico tendo em conta factores como a cultura, justiça, etc - factores que geralmente os marxistas não se preocupam em ter em conta - não seria a efectiva separação do país divido em dois? Duas entidades livres por si só??

Não. Este comunista acha que deve emergir um qualquer ditador que esmague as diferenças entre estas duas "proto-entidades".
Realmente, não se pode esperar muito de quem apenas consegue a licenciatura com o cartão do partido... como o outro engenheiro.

Ganhem vergonha!

Anónimo disse...

Muito bonita esta cidade!

Jest nas Wielu disse...

Estimado, Sr. José,

Não é por mal, mas a questão de igrejas ortodoxas na realidade é algo diferente daquilo que escreveu, ou seja, existem 3 igrejas ucranianas ortodoxas:

1. Igreja Ortodoxa Ucraniana – Patraarcado de Kyiv – patriarca Filaret (Denisenko)
2. Igreja Ortoxoxa Autocéfala Ucraniana (UAPC em ucraniano).
3. Igreja Ortodoxa Ucraniana (Igreja Autónoma Ucraniana), essa igreja não oficialmente se chama “Patriarcado de Moscovo”. Patriarca – Volodymyr (Sabodan). Eles próprios insistem que não existe no seu nome oficial qualquer referência ao Patriarcado de Moscovo e muito menos eles se chamam a IOR, se chamavam assim antes de 1988, a partir dai passaram a se chamar Igreja Ortodoxa Ucraniana.

Cristina disse...

Ó sr.Zé Manel
Que falta de vergonha a sua de chamar comunista a uma pessoa que já deu inúmeras provas de que o não é!
Que falta de vergonha a sua de acusar uma pessoa de ter estudado onde estudou! Para que saiba, eu formei-me na mesma universidade na mesma altura e não precisei de nenhum cartão do partido, tal como ele não precisou. Para mais, se quer saber, foram cursos que tirámos com muito sacrifício, com muito trabalho, às vezes a passar fome, com noites e noites sem dormir e meses a passar frio! Por isso, não me fale em cartões do partido!
Há pessoas, como o JM, que têm mérito e provas dadas na sociedade, para além de inegável elevação moral. É pena que não veja isso!