sábado, março 27, 2010

START-2 é o último acordo da guerra fria

 O novo Tratado de Redução de Armamentos Estratégicos Ofensivos (START-2) será o último da série de acordos assinados na era da guerra fria, considera Fiodor Lukianov, diretor da revista “Rússia na Política Global”.

O START 2 será assinado no próximo dia 08 de Abril em Praga.

“Por muito triste que isso seja para as duas superpotências nucleares, a segurança nuclear num mundo multipolar já não é definida pelo vetor Estados Unidos-Rússia”, escreve ele no diário Kommersant.

O analista acrescenta que o Presidente norte-americano Barack Obama estava interessado em que o novo Tratado fosse assinado antes da Cimeira de Washington sobre a não difusão de armas nucleares.

“Moscovo supõe que Obama, que não se pode gabar de êxitos na política externa, necessita extremamente de apresentar um resultado concreto. Tanto mais que a problemática do desarmamento nuclear está diretamente ligada à questão iraniana, e esta é a principal prioridade”, precisa.

Por outro lado, Lukianov acrescenta que “Washington parte do princípio de que a Rússia não tem meios para manter os arsenais ao nível atual, por isso para Moscovo é mais vantajoso fazer isso numa base mútua”.

Não existe unanimidade no que diz respeito ao nível de ligação entre os armamentos ofensivos e os defensivos, ou seja, entre o cumprimento do START-2 e os planos dos Estados Unidos de instalar elementos do seu sistema de defesa antimíssil (DAM) na Europa.

“O Tratado não contém parágrafos que limitam o ensaio e instalação de sistemas de defesa antimíssil dos Estados Unidos, bem como os armamentos ofensivos convencionais de longo alcance”, escreve o diário newsru.com.

Aleksei Makakin, do Centro de Tecnologias Políticas tem outra opinião: “Essa ligação dá à Rússia um argumento caso os americanos venham a ser muito ativos com o seu sistema DAM. Por outro lado, isso dá a Obama argumentos para falar com o Senado, porque os republicanos manifestam preocupação a propósito dessa ligação”.

“Tanto a Rússia, como os Estados Unidos, a julgar por tudo, sacrificaram uma série de posições suas para conseguirem um compromisso. Penso que o resultado será vantajoso para ambas as partes”, defende o general Victor Iessin, antigo comandante das Tropas de Mísseis da Rússia.

2 comentários:

Wandard disse...

"Por outro lado, Lukianov acrescenta que “Washington parte do princípio de que a Rússia não tem meios para manter os arsenais ao nível atual, por isso para Moscovo é mais vantajoso fazer isso numa base mútua”."

É brincadeira!!!! foram os americanos que buscaram o acordo pois necessitam do material nuclear para suas usinas, que hoje só geram 10% da energia consumida no país e há uma década representava 20%. A hipocrísia americama não tem limites.

Anónimo disse...

lamentável....