sábado, maio 29, 2010

Abolição do sistema de vistos no centro das conversações


A Cimeira Rússia-UE, marcada para 31 de Maio e 01 de Junho em Rostov-no-Don, cidade situada no Sul da Rússia, irá ter como tema central das conversações o projeto de abolição de vistos e de livre circulação de pessoas entre a Rússia e Espaço Schengen.

Moscovo está a fazer forte pressão sobre Bruxelas com vista à abolição de vistos, mas a UE receia precipitações.

“Claro que essa questão será uma das fulcrais na cimeira e esperamos que, em, Rostov-no-Don, o processo de conversações sobre a facilitação do regime de vistos receba um novo impulso”, declarou Fernando Valenzuela, embaixador da UE em Moscovo.

Mas o diplomata acrescenta: “Para nós não é tão importante a questão dos prazos. O processo de conversações deve ser consequente, desenvolver-se passo a passo e, só então, com o andar do tempo, ele poderá conduzir ao fim dos vistos”.

“Eles (UE) não têm mais dúvidas a tirar. Ou melhor, os representantes da UE exigem de nós a abolição do registo de cidadãos estrangeiros. Penso que não vale a pena ir ao encontro deles. Mais de 10 países da UE, que sentem pressão migratória, têm sistemas de registos para os estrangeiros”, considera Olga Potiomkina, perita do Instituto da Europa da Academia das Ciências da Rússia.

“A Rússia, por muito que se esforce, não conseguirá o regime da abolição de vistos com a UE”, frisa.

Serguei Lavrov defende que o avanço nas conversações sobre esse problema é fundamental para impulsionar a “parceria para a modernização”, outro dos temas fulcrais da cimeira.

Este tema foi lançado na cimeira UE-Rússia, realizada em Novembro de 2009 em Estocolmo, e Moscovo pretende passar à fase prática.

“Os primeiros traços da futura parceria já estão definidos: queremos colocar no centro das atenções direções concretas, praticamente significativas, da cooperação, que abarcam o desenvolvimento da economia, da esfera social, da educação, da ciência, da tecnologia, das inovações, da gestão, da administração e do direito”, concretizou.

O preço do gás russo para os países da UE será outro dos temas centrais da reunião, esperando os analistas que se chegue a um acordo neste campo.

Além disso, será também discutida a adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio.

Na cimeira participarão os presidentes da Rússia e UE, Dmitri Medvedev e Herman vam Rompuy, bem como Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, Catherine Ashton, alto representante para a Política Externa, e o seu homólogo russo, Serguei Lavrov.

Esta é a quinta cimeira Rússia-UE realizada nos últimos dez anos.

Organizações políticas da esquerda e da direita russas convocaram para 31 de Maio, em Rostov-no-Don, uma manifestação em defesa da liberdade de reunião, mas as autoridades locais já preveniram que não permitirão a sua realização nesse dia.

29 comentários:

MSantos disse...

Muitas vezes é posto em causa o sistema russo como autoritário, ditatorial etc o que de facto é uma realidade.

Muitas vezes também se adoptam posições de confronto, de não aceitação da Europa em geral.

Na minha opinião a abolição de vistos seria uma medida em que a Europa seria a principal interessada pois o livre fluxo de pessoas iria contribuir para uma maior proximidade e consequente maior tomada de conhecimento por parte das mentalidades russas sobre o que é a forma de estar das nações europeias.

Como resultado final isso só poderá fazer com que o tradicional chauvinismo russo se torne mais suave e desencadeie mudanças na Rússia.

A mesma coisa deveria ser estudada de modo, se não acabar, pelo menos atenuar as barreiras alfandegárias, promoção entre comércio livre entre estes países mais no campo das PMEs de modo a não suscitar desconfiança.

Esta é a forma correcta de tornar a Rússia mais aberta e não tentativas de boicote e ingerências internas às quais os russos são tão sensíveis.

Obviamente há muita gente que não está interessada nisto.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Pois é, a Rússia parece querer a abolição de vistos com a UE, para os seus cidadãos poderem andar livremente pela Europa, mas não quer a abolir o seu retrógrado e policial sistema de registo de residência, que no fundo é um sistema quase feudal que não permite a liberdade de escolha de local de residência dentro do próprio país. Uma pessoa que queira mudar de casa de uma cidade para outra vê-se obrigada a uma série de contingências quase intransponíveis que limitam os seus direitos de cidadania. Caso alugue uma casa, só poderá viver oficialmente no novo local com a autorização do dono da casa alugada que, por sua vez, terá que fazer o registo nos órgãos competentes, com toda a burocracia à mistura.
Como os proprietários das casas pagam os serviços públicos residenciais (electricidade, água, etc) em função do número de pessoas que oficialmente residem no apartamento, é óbvio que ninguém lhe convém registar um inquilino. Desta forma, muitas pessoas vivem em Moscovo e noutras cidades sem registo durante muitos anos, o que as impede, por exemplo, de terem pleno acesso à assistência médica, escola para os filhos, serviços bancários, eleições, etc .
Como este sistema não existe em Portugal, até nos custa compreender as limitações que a sua existência implica para as pessoas simples. Mas, por muito habituados a ele que os russos estejam, não deixa de ser uma injustiça e, atrevo-me a dizer, um resquício do sistema de servidão, quando as pessoas estavam “adstritas” a determinado local para toda a vida.
Uma vergonha!
José L.

Anónimo disse...

Há uma coisa preocupante:
A abolição dos vistos permitirá a muitos milhares de pessoas oriundas do Cáucaso e da Ásia Central que têm passaportes russos (obtidos muitas vezes por métodos duvidosos) entrarem livremente na Europa e, muito possivelmente,emigrarem para os países europeus, onde o nível de vida é superior. Não esquecer que a Rússia tem as fronteiras abertas com diversos países da Ásia Central.
Não sei se foi pensado algum mecanismo para regular estes possíveis fluxos migratórios, que poderão influenciar as economias de muitos países da Europa.
José P.

Cristina disse...

Naturalmente que, se o sistema de vistos for abolido, Portugal irá ter muitos mais emigrantes provenientes desta zona, o que trará algumas vantagens para nós (juntamente com alguns problemas).
Para mim, será o alcançar de um sonho, poder ir à Rússia sem burocracias.
Talvez os pais da Xaninha ( pessoas simples, a quem já foi recusado 4 vezes o visto para visitarem a menina, sem qualquer razão "de Estado") possam também ir lá livremente.
Uma coisa que os portugueses podem ensinar aos russos é o amor pela liberdade!

Cristina disse...

Imigrantes, claro, e não emigrantes

Gilberto disse...

Esse sistema de registro é realmente bizarro.

Recentemente foi abolido o sistema de vistos entre Rússia e Brasil.

Mas se eu quiser receber alguém em casa, vou precisar da benevolência do dono do apartamento para poder fazer o registro do meu convidado.

Isso enche o saco de todo mundo que vem à Rússia, seja turistas ou homens de negócios.

Sobre a emigração, realmente é um problema para a Rússia. Eu duvido muito que o governo russo esteja realmente interessada no fim do regime de vistos, já que o país tem problemas demográficos, e com a livre circulação o êxodo seria inevitável.

Argentina e Rússia aboliram vistos ente si há 2 anos, e soube que o números de russos que migraram para lá nesse pouco tempo é coisa de dezenas de milhares.

anónimo russo disse...

È na minha cidade que vai ser realizada essa cimeira. Inclusive por isso quero dizer alguma coisa:


1. "Organizações políticas da esquerda e da direita russas convocaram para 31 de Maio, em Rostov-no-Don, uma manifestação em defesa da liberdade de reunião, mas as autoridades locais já preveniram que não permitirão a sua realização nesse dia."


As "organizações de esquerda", quer dizer, o Partido Comunista da Federação da Rússia existe aqui, como, penso, em qualquer cidade da Rússia. Mas as "forças de direita", desculpem, já não tenho tanta certeza que existam muito. Aqui não é Moscovo, aqui as pessoas não correm pelas ruas com os baldes azuis na cabeça (o sr. Milhazes penso que me deve compreender).



2. Caro MSantos:

"Muitas vezes é posto em causa o sistema russo como autoritário, ditatorial etc o que de facto é uma realidade.

Muitas vezes também se adoptam posições de confronto, de não aceitação da Europa em geral.

Na minha opinião a abolição de vistos seria uma medida em que a Europa seria a principal interessada pois o livre fluxo de pessoas iria contribuir para uma maior proximidade e consequente maior tomada de conhecimento por parte das mentalidades russas sobre o que é a forma de estar das nações europeias"




Devo dizer que muitos dos meus parentes mais próximos já estiveram na Europa, provavelmente viajaram mais pelo "velho continente" que você, sem ofensas.
Segundo entendo, todas essas palavras sobre ditadura, autoritarismo etc. são apenas cliches, nada mais. Neste momento, mesmo sem nenhum abolição de vistos, acredite, muitos dos russos sabem muito bem o que é a Europa, os EUA etc. E não existe alguma diferença extraordinária (talvez, as estradas na Europa e nos EUA são melhor mesmo). Quer dizer, claro que existe uma grande diferença. Mas, pelo amor de deus, não é preciso falar tanto da "democracia" ou de "autoritarismo". Não é aqui que residem as diferenças.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...


"Eu duvido muito que o governo russo esteja realmente interessada no fim do regime de vistos, já que o país tem problemas demográficos, e com a livre circulação o êxodo seria inevitável.

Argentina e Rússia aboliram vistos ente si há 2 anos, e soube que o números de russos que migraram para lá nesse pouco tempo é coisa de dezenas de milhares."



Como dizia o nosso amigo nacionalista ucraniano, "estude melhor parte material".
Dificilmente posso imaginar o que me podia empurrar a emigrar para Argentina. Ou para o Brasil. Ou até para Portugal.

MSantos disse...

Anónimo russo, você de certa forma mesmo sem querer veio dar razão às minhas palavras.

Provavelmente se houvesse maior intercâmbio você não estaria tão prisioneiro desse seu modelo mental.

E não quis dizer que os russos são provincianos, pois há-os em todos os povos e todas as terras, mas aqui até os europeus têm também a aprender com os russos.

Cumpts
Manuel Santos

Gilberto disse...

«Dificilmente posso imaginar o que me podia empurrar a emigrar para Argentina. Ou para o Brasil. Ou até para Portugal.»

Eu também não, caro Anônimo Russo.

Mas o fato é que migram.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...
«Dificilmente posso imaginar o que me podia empurrar a emigrar para Argentina. Ou para o Brasil. Ou até para Portugal.»

Eu também não, caro Anônimo Russo.

Mas o fato é que migram."



Seria interessante ver as estatisticas (sobre a emigração para Argentina). Nos anos 90 eu ouvi que emigravam e isso tinha a sua lógica, mas a Rússia já há algum tempo ultrapassou Argentina pelo PIB per capita. Não vejo muita lógica para emigrar lá. Uma vez eu lí as memórias de um entusiasta apaixonado pelo Brasil (russo ou ucraniano, não me lembro) que tentou emigrar para lá (Brasil). Não sendo um músico professional nem um engenheiro aeroespacial de alto nivel, não conseguiu encontrar trabalho lá. Nem obtêve trabalho onde era preciso lavar louça, porque havia uma multidão de pretendentes, mas já de naturalidade brasileira. Seria mesmo interessante ver essas estatisticas sobre Argentina.

Nikolay disse...

Duvido muito que russos queiram viver em Portugal, dada a crise que o país vive ao lado da Grecia e Espania.

Na Russia nos temos indices de desemprego muito menores que o de muitos paises do euro. Sem dizer que nossa economia crescerá 5% neste ano enquanto a maioria dos paises europeus nao chegarao a crescer nem 1%. Nao somos exportadores de pessoas, somos receptores, inclusive em Moscovo se ve muitos portugueses.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...
«Dificilmente posso imaginar o que me podia empurrar a emigrar para Argentina. Ou para o Brasil. Ou até para Portugal.»

Eu também não, caro Anônimo Russo.

Mas o fato é que migram."



Sr. Múcio, de acordo com os dados que consegui encontrar até este momento, em 2008 emigraram da Rússia para Argentina 3 (!) pessoas. Os dados mais recentes por enquanto não consegui encontrar, mas a tendéncia (ausencia da qualquer tendéncia) parece-me óbvia.


Os dados oficiais:

http://www.gks.ru/free_doc/new_site/population/demo/demo42.htm

Seria bom ver agora as suas fontes.

anónimo russo disse...

MSantos disse...
"Anónimo russo, você de certa forma mesmo sem querer veio dar razão às minhas palavras.

Provavelmente se houvesse maior intercâmbio você não estaria tão prisioneiro desse seu modelo mental."



Tudo o que eu digo é a minha opinião consciente, e não é algum modelo mental. O que me surpreedia há algum tempo foi esse fenómeno que existe neste blog - esse grupelho que costuma falar tanto do "autoritarismo", "ditadura", "falta da democracia" etc. Na boca de quem estêve na Rússia isso cheira muito à hipocrisia e nada mais. Graças a deus, aqui há tambem pessoas honestas que não imitam farois da democracia insultados pela ditadura cruel e sangrenta que reina na Rússia.


Tambem queria comentar mais uma vez essas palavras do autar do blog:

"Organizações políticas da esquerda e da direita russas convocaram para 31 de Maio, em Rostov-no-Don, uma manifestação em defesa da liberdade de reunião, mas as autoridades locais já preveniram que não permitirão a sua realização nesse dia."

A minha cidade é apolítica. As "organizações de esquerda", isto é, a 90% KPRF, existem aqui, sim, como já disse. E até nos dias da "greve geral" que os comunistas efetuaram há alguns anos conseguiram unir algumas dezenas dos seus adeptos na praça central da cidade, o que eu vi pela televisão local (se não, provavelmente nunca teria notado este acontecimento). E isto numa cidade onde vivem mais de 1 milhão de habitantes. Quanto a esta "oposição liberal", esses kasparovs e outros, se eles mal conseguem unir umas 500 pessoas no centro de Moscovo, eu não compreendo quem vai os representar na minha cidade (só se chegarem aqui de avião). Sim, assisti recentemente a um fenomeno aqui: apareceu junto da porta de uma das lojas onde se vende comida um cartaz que chamava a todos a sairem para uma manifestação a 31 de maio (a data 31 é a data quando esse "conjunto de forças democraticas" 6 ou 7 vezes por ano realizam as suas manifestações em Moscovo e Peterburgo). O que são essas "forças democraticas" que reunem todas as especies dos radicais politicos é um verdadeiro anedota. Natsbol´s, Kasparovs e outros. Quando vi o cartaz fiquei muito surpreendido e tive a vontade espontánea de escrever alguma coisa obscena nele:), mas claro que me contive e apenas cuspi.
E quando depois de tudo isso os jornalistas escrevem essas linhas cheias de dramatismo que citei, acrescentando aqui os poderes locais, a mim isso me dá vontade de rir, mas ao mesmo tempo eu posso imaginar a impressão que podem ter os leitores do estrangeiro que nunca aqui estiveram.
Em Moscovo, sim, dizem esses 500 últimos democratas russos ("russos", eu diria) lutam desesperadamente a cada dia 31. Numa cidade de uns 15 milhões de habitantes.

Anónimo disse...

Caro anónimo russo
Se os seus conterrâneos não saem às ruas não é porque não queiram,mas sim porque sabem o que lhes pode acontecer se o fizerem.
Começando pelo Kasparov, que você tanto despreza, que foi detido várias vezes pela Polícia quando se preparava para participar em manifestações.
Por isso, o seu argumento não me convence: as pessoas na Rússia não querem saber de política porque não têm verdadeira liberdade de se manifestarem. Trata-se de uma questão de não arriscar a vida (ou o emprego, ou a carreira). Sabe, no nosso Estado Novo, a situação era muito idêntica: formalmente havia vários partidos e eleições, na prática, total ausência de liberdade política. Mas como você não deve saber o que é de facto a liberdade, nem vale a pena explicar-lhe mais.
José L.

HAVOC disse...

A Rússia tem que fazer a abolição de vistos também com os Estados Unidos!

Assim, daí seriam enviados uns 30 milhões de russos para Nova York, e consequentemente seria eleito um presidente americano de descendencia russa!

Um presidente dos Estados Unidos pró-Kremlim, sacaram?

anónimo russo disse...

Por sinal, se é verdade que os nossos autoridades locais avisaram que não autorizarão quaisquer manifestações (eu pessoalmente por enquanto não ouvi nada), embora eu pessoalmente duvide que aqui alguem tenha vontade de manifestar alguma coisa, como já disse acima - eu acho isso muito logico (não autorizar manifestações nesses dias), porque, segundo eu vejo, a principal preocupação das autoridades locais é a segurança. Para evitar algum ataque terrorista. Porque nos últimos dias eu até vi nas ruas os especialistas com cães a examinarem o cistema de esgotos da cidade e depois disto alguns alçapões nalgumas das ruas foram soldados (acho que temporariamente).

Gilberto disse...

Anônimo Russo,

Esses seus dados são de imigrações legais, e não de gente que vai sem visto, como turista e acaba ficando.

Maquiavel disse...

Alguém aqui está a confundir "aboliçäo de vistos" com "livre tränsito", como o Alone Hunter.

Entro no Brasil e eles perspegam com o n.o do Passaporte no Registo, é claro, e tenho de dizer ao que venho, é claro.

Claro que passa a ser mais fácil entrar, mas isso näo quer dizer que näo se faça um registo de entrada no País, como fazemos com os 3 formulários ao entrar no Brasil. Deixa é de se pagar os 60€ (no meu caso) e a ida à embaixada, que pode ser só do outro lado do país.

Cristina disse...

Caros leitores brasileiros, há que explicar um pouco os termos, para não nos confundirem.
"Abolição de vistos" é deixar de ser necessário pedir AUTORIZAÇÂO da embaixada para se entrar no respectivo país. No caso da Rússia, ainda ANTES de se pedir um visto para visita particular ou de negócios, o estrangeiro tem que obter um documento prévio, uma espécie de certificado, emitido NA RÚSSIA pelos serviços de migração com a autorização do FSB, a pedido da pessoa ou da entidade que convida o estrangeiro. A essa pessoa ou entidade são exigidos diversos documentos e declarações para que o certificado possa ser emitido. Só na posse desse certificado é que a Embaixada pode emitir o visto (exceptuam-se os turistas e o pessoal das embaixadas). Já podem ver como o processo é complicado.
“Registo de entrada” é uma mera formalidade bastante rápida, praticada por todos os países do mundo para saberem que pessoas entram em determinada fronteira. Normalmente, limita-se ao preenchimento de um ou vários imprensos no próprio aeroporto ou outro posto de fronteira. Julgo que é um procedimento pacífico, compreensível.
“Registo de residência” na Rússia é uma coisa completamente diferente, trata-se de um sistema de controlo dos locais de residência, quer dos cidadãos russos quer de estrangeiros, como foi explicado em comentários acima. Este regime existe em poucos países, um deles é a China e países da ex-URSS e, como foi dito por outro leitor, é limitador das liberdades individuais. A União Europeia,como contrapartida à livre circulação entre a Rússia e UE, exigem a sua abolição.

Eduardo Santos disse...

Cara Cristina, a Senhora, com todo respeito, está enganada!

O acordo entre Brasil e Rússia prevê o fim de vistos e qualquer tipos de preenchimentos entre os cidadãos dos dois países.

Mais detalhes do acordo:

Do Brasil á Rússia Sem Visto

No dia 7 de junho entrará em vigor o acordo entre os Governos russo e brasileiro prevendo cancelamento da obrigatoriedade do visto para as viagens a curto prazo dos cidadãos dos dois países. O tema é desenvolvido pelo nosso correspondente Victor Voronov.

Quase um ano e meio foi necessário para que esse documento entrasse em vigor. O acordo havia sido assinado ainda durante a visita realizada pelo presidente russo Dmkitri Medvedev ao Brasil em novembro de 2008.

Em conformidade com o documento, os cidadãos da Rússia e o Brasil portadores de passaportes vigentes são liberados da necessidade de obterem o visto para a entrada, a saída, a viagem em trânsito e a estadia no território do outro Estado por um prazo de até 90 dias. Todavia, esse esquema não fica extensivo às pessoas entrando em cada país para se ocuparem de atividades comerciais, trabalhistas, religiosas ou filantrôpicas e também para fazerem estudos, estágios ou trabalho científico.

http://portuguese.ruvr.ru
/radio_broadcast/5176939/8156172/

ISENÇÃO - Acordo isentará brasileiros de visto para a Rússia

http://www.global21.com.br
/materias/materia.asp?
cod=29364&tipo=noticia

É uma ótima notícia para brasileiros e russos, estarão livres de vistos para qualquer situação.

Mais uma prova que a UE teima em ser ignorante em relação à Rússia, por não assinar acordos livres com o país.

Brasil e Rússia poem suas parcerias em realidade. Ótimo para nós brasileiros!

Anónimo disse...

Eduardo Santos;

A Cristina quis dizer que para negócios há necessidade de visto... Mas para os brasileiros à turismo pode circular livremente.
Eu por exemplo, estive na Rússia em 2007 à serviço de uma empresa daqui de Minas Gerais, infelizmente enfrentamos uma burocrácia estratoférica, para ir á Rússia fazer negócios...
Pelo que entendi, o visto para turismo está livre, o de negócios foi apenas "simplificado", pois há de se pedir uma cartão convite de uma empressa russa e autorização do ministério dos negócios estrangeiros, pois só assim seria possível estabelcer contratos e outros procedimentos cabiveis ao negócio.

Cristina disse...

Caro Eduardo Santos
Saúdo a abolição dos vistos entre a Rússia e o Brasil, ainda bem que as pessoas passam a poder circular com mais facilidade.
Mas, julgo que não compreendeu bem. Nas notícias só se diz que deixará de ser exigido visto.Nada é dito sobre a obrigatoriedade de registo de residência. Quando qualquer pessoa chega à Rússia, mesmo sem visto, é, por lei, obrigada a registar o local onde se encontra a viver nos serviços de migração (ou equivalente).

anónimo russo disse...

Anónimo disse...
"Caro anónimo russo
Se os seus conterrâneos não saem às ruas não é porque não queiram,mas sim porque sabem o que lhes pode acontecer se o fizerem.
Começando pelo Kasparov, que você tanto despreza, que foi detido várias vezes pela Polícia quando se preparava para participar em manifestações."




Caro Jose L. Não responda por favor pelos meus conterráneos que eu conheço, pelos vistos, muito mais bem que você. E, como já disse, eu tenho um familiar muito proximo que já há muito vive no ocidente. Não responda por outros, por favor.

anónimo russo disse...

Gilberto Mucio disse...
Anônimo Russo,

"Esses seus dados são de imigrações legais, e não de gente que vai sem visto, como turista e acaba ficando."


Eu já disse bastante, sr. Múcio. Duvido muito que muitos (alem de alguns entusiastas, provavelmente), "acabem ficando". Por sinal, uma vez foram descobertos uns 60 (!) imigrantes ilegais na minha cidade que vieram da Bolívia construir a casa a um cigano rico aqui. Porque seria que não "acabaram ficando" algures mais próximo da sua casa, nalguma Argentina, por exemplo?

anónimo russo disse...

Jose L. e outros "democratas indignados". Por sinal, eu vi na RTPi algumas partes da série "Conta-me como foi". Se foi assim mesmo que as pessoas viviam no tempo do Estado Novo ou como lá que se chamava isso, devo-lhe dizer que perecia mais a época de Estalin, e até não os últimos anbos da URSS que eu aínda lembro. Só que Estalin era mais cruel e muitas vezer as pessoas foram fuziladas ou condenadas a muitos anos de prisão.
Mas, se você não entende alguma coisa, vou repetir. Todos os quem eu conheço (à exepção daquele parente que vive no estrangeiro) vivem aqui, na Rússia, e eu vejo isso tudo de dentro. Todos os meus pais, filhos, conhecidos etc. vivem aqui. E quando alguem me quer "abrir os olhos" e explicar o que eles todos pensam e sentem na verdade, isso é ridiculo. Porque eu sei perfeitamente o que eles dizem e falam, de que falam em família etc. Por mais que você não o quisesse, devo testemunhar: não há algum descontentamento sério na sociedade russa, não há "medo". Esse "medo" existe apenas nas cabeças inflamadas de algumas forças radicais. E se você fosse honesto até ao fim, podia explicar mais pormenores sobre aquelas "detenções" em Moscovo durante essas manifestações. È que eles criam esse ruido de propósito.

anónimo russo disse...

Por alguma razão não foi publicado o meu comentário que enviei. Não continha nenhum insulto. Eu posso repetir:


Jose L. e outros "democratas indignados". Por sinal, eu vi na RTPi algumas partes da série "Conta-me como foi". Se foi assim mesmo que as pessoas viviam no tempo do Estado Novo ou como lá que se chamava isso, devo-lhe dizer que perecia mais a época de Estalin, e até não os últimos anbos da URSS que eu aínda lembro. Só que Estalin era mais cruel e muitas vezer as pessoas foram fuziladas ou condenadas a muitos anos de prisão.
Mas, se você não entende alguma coisa, vou repetir. Todos os quem eu conheço (à exepção daquele parente que vive no estrangeiro) vivem aqui, na Rússia, e eu vejo isso tudo de dentro. Todos os meus pais, filhos, conhecidos etc. vivem aqui. E quando alguem me quer "abrir os olhos" e explicar o que eles todos pensam e sentem na verdade, isso é ridiculo. Porque eu sei perfeitamente o que eles dizem e falam, de que falam em família etc. Por mais que você não o quisesse, devo testemunhar: não há algum descontentamento sério na sociedade russa, não há "medo". Esse "medo" existe apenas nas cabeças inflamadas de algumas forças radicais. E se você fosse honesto até ao fim, podia explicar mais pormenores sobre aquelas "detenções" em Moscovo durante essas manifestações. È que eles criam esse ruido de propósito.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro anónimo russo, eu não censurei o seu comentário, publiquei-o logo que chegou.

anónimo russo disse...

Jose Milhazes disse...
"Caro anónimo russo, eu não censurei o seu comentário, publiquei-o logo que chegou"

Então, peço desculpas.