Uma equipa internacional de pesquisadores vai passar 520 dias - o tempo necessário para uma viagem de ida e volta a Marte - trancada numa cápsula, para simular uma expedição ao Planeta Vermelho.
Depois de um ano de treino intenso, a simulação, que começou hoje em Moscovo, não inclui a ausência de gravidade, mas os seis astronautas da Rússia, China, França e Itália vão ficar isolados numa cabine sem janelas e seguindo uma rotina dura.
A experiência simula uma viagem de 250 dias a Marte, com 30 dias de explorações na superfície e outros 240 dias de viagem de volta.
O projeto conjunto do Instituto de Problemas Biomédicos da Rússia e da Agência Espacial Europeia (ESA), que recebeu o nome de "Marte 500", visa estudar como as pessoas suportam o confinamento e a convivência com companhias tão limitadas durante longos períodos.
A tripulação vai passar a maior parte do tempo no módulo habitável da "nave", uma cápsula de aço do tamanho de um contentor com seis quartos parcamente mobiliados. Noutra cápsula, que vai ficar ligada ao alojamento, há um ginásio, uma estufa artificial e um armazém de alimentos e água. Uma terceira cápsula será o departamento médico. A experiência conta ainda com um modelo de um módulo de aterragem em Marte e da superfície do planeta, onde parte da tripulação ficará separada durante 30 dias no meio da "viagem" para simular uma aterragem no planeta vermelho.
Para que a experiência se assemelhe o mais possível à realidade, a agência vai simular quebra de equipamentos e emergências médicas, entre outros problemas. Os homens serão sujeitos a exames psicológicos regulares para saber se se sentem bem ou mal.
O único contato que os homens terão com o mundo externo será através de um rádio ligado à Agência Espacial da Rússia. Para tornar a simulação mais real, as conversas terão um atraso máximo de 20 minutos, o tempo que os sinais levam para ir da Terra a Marte e vice-versa.
A comida será enlatada, como a que se come na Estação Espacial Internacional, e os astronautas só poderão tomar um banho em cada dez dias.
No ano passado, uma experiência semelhante foi concluída com êxito em Moscovo, após seis voluntários permanecerem trancados durante 105 dias.
Uma outra iniciativa parecida, realizada entre 1999 e 2000, acabou em sangue, depois de dois russos se terem envolvido em confrontos e uma mulher canadiana se ter queixado de ter sido beijada à força por um capitão russo. Para evitar a repetição de cenas semelhantes, os organizadores da nova “viagem” a Marte decidiram não incluir mulheres entre os membros da tripulação.
Qualquer um dos participantes da experiência pode desistir a meio da viagem, sendo considerado um “astronauta morto”.
Cada um dos que chegarem ao fim receberá cerca de 70 mil euros.
Ainda não há data certa para uma verdadeira missão tripulada a Marte.
18 comentários:
“Para evitar a repetição de cenas semelhantes, os organizadores da nova “viagem” a Marte decidiram não incluir mulheres entre os membros da tripulação”.
Como é possível aceitar esta vergonha discriminação? Excluir mulheres para não distrair os mancebos? É um insulto à minha inteligência! Inacreditável…
Anabela, se tinham sido tres mulheres a violentar da mesma maneira um homem resistente, tirariam o homem?
eu punha lá os astronautas e as namoradas também.
Anabela
Não percebo a sua admiração. Se fecham 5 homens com UMA só mulher num espaço limitado durante uma data de tempo, via-se logo que isso ia dar problemas. As pessoas não são de ferro! Há que ter em conta as questões sexuais quando se planeia uma viagem destas! O ideal seria, se calhar, vários casais.
Mas o ideal mesmo é enviar só pessoas do mesmo sexo (homens ou mulheres), para não se "distraírem" em serviço e pensarem só no trabalho
Porque eu amo a Geórgia?
A TV ucraniana STB fez uma reportagem genial, mostrando como funciona o Bureão de Informação Técnica (UA) e a Chancelaria do Registo Público (GE), organismos estatais que zelam pelo registo da propriedade privada dos cidadãos (moradias, terrenos, etc.).
Infelizmente a reportagem não tem nenhuma tradução, por isso quem não falar ucraniano ou russo, só poderá contemplar as imagens. Mas acredito que estas imagens falam por si.
O registo da propriedade na Geórgia demora um dia (se tiver todos os documentos em ordem), quando este registo é terminado, o cidadão é avisado via SMS no seu telemóvel.
Além disso, ó espaço físico da Chancelaria na Geórgia é notável pela sala e corredores largos; 10 guichés a funcionarem; ausência de filas de espera; arquivo digitalizado; uso de novas tecnologias e da Internet.
Na Ucrânia, o processo do registo, com todos os papeis em ordem demora cerca de um mês.
O Bureão ucraniano é facilmente distinguido pelos corredores e gabinetes estreitos; filas intermináveis; uma fila especial apenas para receber a senha (4 senhoras que só emitem as senhas) que lhe dá o direito a entrar na nova fila; arquivo do século XIX.
Vocês ainda têm perguntas porque eu amo a Geórgia?
Ver vídeo no YouTube:
http://www.youtube.com/
watch?v=DaEn_kCgSSc
Bónus:
As fotografias do Jens Olof Lasthein (Suécia), vencedor do Concurso de fotografia Leica Oskar Barnack de 2010 “Esperando pelo futuro – as fotografias da Abecásia” (Waiting for the future – pictures from Abkhazia).
http://www.leica-oskar-barnack-award.
com/#/en/contest/winner-2010
Parece que a parte que eu reparei, foi também a que a maioria reparou. A ausência de mulheres.
Não sabia deste pormenor. Pelos vistos foi tomada a decisão de que a ocorrer uma viagem a Marte será preferível apenas homens. Pensava que ainda subsistia a dúvida, mas estou a ver que não.
Anabela S., isto não é discriminação é a realidade das coisas, existem dúvidas de qual o comportamento humano numa viagem deste tipo e pelos vistos estão a chegar à conclusão que a missão tem uma maior hipótese de sucesso sendo apenas homens.
Engraçado que ninguém citou aqui, mas um homossexual masculino também não iria ajudar muito.
Independente do sexo (ou da opção sexual), as pessoas devem ser centradas no trabalho. Concordo que o sexo é uma das melhores válvulas de escape, só que neste caso específico, uma gravidez não é nada desejada. E aliás, a atividade sexual só aumentaria o consumo de alimentação e oxigênio, o que poderia arruinar a missão, pondo em risco a vida de todos os tripulantes.
Sem comentar que todos os integrantes de missões do tipo, na ausência de força gravitacional devem seguir uma rígida planilha de exercícios, a fim de evitar problemas musculares.
A questão sexual existe SEMPRE nas relações humanas, é inevitável, é humano.
Nas normais relações de trabalho, é frequente colegas envolverem-se emocionalmente, tenho vários exemplos no meu serviço. Noutros casos, há problemas de assédio. Isso é do conhecimento geral.
Antigamente havia aquela adágio do "mulheres a bordo dão azar". Isso devia-se ao facto das tripulações dos navios terem de viver meses a fio no navio, que é por norma um lugar confinado. Havendo mulheres a bordo, não só os homens se distrairiam dos seus afazeres (num navio à vela há sempre coisas a fazer) como entrariam em conflito uns com os outros por causa dessas mulheres. E uma tripulação em conflito é ingovernável e perigosa.
Numa situação em que temos uma viagem de 500 dias (ano e meio), como fazer? Não se pode chegar a um "porto" para se desembarcar pessoas desavindas, por isso temos de eliminar o problema de raiz.
A solução aqui proposta, de se levarem casais, também não é boa, pois uma mulher pode ficar interessada noutro homem que não o seu, e vice-versa.
A melhor solução é enviar pessoas do mesmo sexo. Se há quem se melindre, paciência. O que interessa é a eficácia e a estabilidade da tripulação.
Se eliminarmos as mulheres; homossexuais; canhotos; negros; árabes; judeus; crianças; velhos; ciganos e ciclistas a vida será muito mais fácil. O problema consiste no facto de que estas minorias “chatas” estão presentes na nossa sociedade, como tal temos que lidar com eles. Pois o mais provável, que daqui a 200 anos, quando finalmente vamos visitar a Marte, alguns (ou muitos) dos tripulantes pertencerão às minorias. E ai, como será?
Poderiam selecionar uma mulher desgraçadamente feia, manca, estrábica, com pêlos no suvaco e de bigode.
Aí o gênero feminino estaria representado, e não colocaria-se a missão e a tripulação em risco.
=P
Gilberto
Temo que, mesmo assim, ela não escapasse.
JM
Por acaso sabe que a Rússia se prepara para construir centrais nucleares em Angola?
Caro anónimo, você deve estar a brincar!
Gilberto, para isso podem recrutar uma no Instituto Pushkin. Lembro-me que havia lá uma com um mustazh que fazia lembrar o Camarada Lenin! :O)
Caro JM,
Ninguém está admirado pelo o aparecimento de publicidade da EADS (European Aeronautic Defence and Space Company ) no site da RIA Novosti?
Fiquei bastante admirado em ver tal coisa. Qual a razão do construtor de armas europeu (e não só) colocar publicidade num site russo?
Caro PM, é porque a Rússia compra cada vez mais armamento europeu.
A propósito de armamentos, leu como os chineses construíram o seu seu caça J-15, que não passa de uma cópia do SU-33? A cópia foi feita com base num avião soviético T10K, vendido pela Ucrânia à China.
Não, não pode ser isso, a Rússia não compra armamento europeu, deve haver algo mais. E caro JM, eles não precisam de comprar.
Sim, já se fala disso há uns anos, a tentativa de cópia do SU-33. E isso ocorre porque a Rússia depois de ver o que os chineses fizeram com o SU-27, recusam-se a vender o SU-33.
Mas os chineses têm vários problemas associados. O principal será os motores, e depois temos que ver o comportamento do avião num porta-aviões e isso é coisa que também ainda não têm.
Mas é mais uma cópia e os chineses têm andado com problemas nas cópias de material russo.
Dou-lhe outro exemplo de cópia, o S-300, os chineses copiaram o sistema e no entanto veja quantos andam eles a comprar à Rússia. razão? a cópia não se aproxima da qualidade do original.
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