segunda-feira, junho 28, 2010

Quirguistão diz “sim” à revisão constitucional


A Comissão Eleitoral do Quirguistão anunciou que mais de 50 por cento por cento dos eleitores disseram sim ao novo projeto de Constituição apresentado pelo Governo provisório, garantindo assim uma vitória à proposta de transformação deste país da Ásia Central numa república parlamentar.
Segundo as últimas projeções, o apoio poderá ficar muito próximo dos 90 por cento, num escrutínio em que, segundo a Comissão Eleitoral do Quirguistão, a afluência às urnas foi superior a 69 por cento.
Rosa Otunbaeva, primeira-ministra interina do Governo do Quirguistão, já anunciou uma vitória do “sim” no referendo constitucional que legitimiza as novas autoridades.
Hoje, aprovámos a nova Constituição. O referendo realizou-se, não obstante as dificuldades e a resistência dura dos adversários da nova Lei Suprema. Desse modo, o povo pôs um grande ponto final na época da direção autoritária de duas clãs: os Akaiev e os Bakiev”, declarou ela aos jornalistas depois do encerramento das urnas.
Entrámos no campo da lei, eu hoje passarei a ter os poderes de presidente do período de transição e irei também dirigir o Governo”, acrescentou.
Otunbaeva e o Governo provisório chegaram ao poder em Abril passado, depois de um levantamento popular ter derrubado o regime do Presidente Kurmanbek Bakiev.
Não obstante sangrentos confrontos entre as etnias quirguizes e uzbeques em meados de Junho, que provocaram milhares de mortos, feridos e deslocados no sul do país, o referendo foi realizado com vista a legitimar as novas autoridades.
Gostaria de salientar as declarações do Presidente russo, Dmitri Medvedev, que considerou um erro a transformação do Quirguistão de república presidencial em parlamentar e que este país da Ásia Central corre sério risco de desintegrar. Duas notas importantes.

1 comentário:

Cristina disse...

Declarações de Medvedev:

“Gostaria de destacar especialmente que este é um assunto interno do Quirguistão. Mas, levando em consideração que agora falta poder para estabelecer a ordem, a legitimidade das autoridades é baixa e o seu apoio suscita dúvidas, é difícil imaginar como funcionará no Quirguistão um modelo de república parlamentar”, disse domingo Dmitry Medvedev aos jornalistas russos em Toronto.
“Será que isso não se transformará numa cadeia infinita de problemas, de mudanças no Parlamento, não levará à passagem descontrolada do poder de umas forças políticas para outras e, afinal das contas, não contribuirá para a tomada do poder por forças de carácter extremista?”, perguntou Dmitry Medvedev.
“Tenho esta preocupação, tal como os dirigentes dos países vizinhos do Quirguistão”, disse o presidente da Rússia, ressaltando que “na situação actual o Quirguistão tem várias oportunidades, inclusive a mais desagradável – a desintegração do Estado”.
Na opinião de Medvedev, “para prevenir tal cenário, será necessário um poder forte e bem organizado que considere as realidades históricas e a vontade do povo”.
“Por outro lado, não vou esconder que expressei esta minha posição nas conversações com os actuais dirigentes quirguizes – este é um problema muito complexo de como dirigir o actual Quirguistão”, disse Dmitry Medvedev.