Texto publicado ontem pela Lusa:
"A antologia "Poesia soviética russa (séculos XIX-XX)", editada esta semana, integra 107 poemas de 30 autores russos, seleccionados, traduzidos e anotados pelo poeta José Sampaio Marinho.
A época que José Sampaio Marinho viveu na ex-União Soviética 'foi determinante' para a escolha os poetas, escreve no prefácio o jornalista José Milhazes, que foi seu amigo.
José Sampaio Marinho faleceu em 1998, na Póvoa de Varzim, vítima de cancro no pulmão, mas antes entregou a José Milhazes os poemas traduzidos, considerando este ser sua incumbência encontrar uma editora, como afirma no prefácio.
No texto, Milhazes salienta 'a qualidade das traduções', conservando 'não só o conteúdo, mas a riqueza rítmica dos originais russos'.
Estão representados nesta antologia, entre outros, Serguei Essénine, Boris Pasternak, Leonid Martínov, Nikolai Rúbtsov,Vladimir Sokolov, ou poetas que na década de 1980 'não tinham sido reabilitados', como Òssip Madelchtam, Anna Akhmatova e Marina Tsvetéeva.
Há também poetas revolucionários como Vladimir Maiakovski, mas em que prevalece a sua 'qualidade poética'.
Referindo-se ao trabalho do amigo, Milhazes conta: 'Paralelamente, nas horas extras depois do 'trabalho oficial', Sampaio, quase sempre acompanhado do seu uísque com gelo e água gaseificada, de cigarro praticamente sempre aceso, traduzia poemas de autores soviéticos e russos, que, de vez em quando, recitava na presença dos amigos mais próximos'.
José Sampaio Marinho, tradutor da editora Arcádia, foi amigo do poeta Ruy Belo, colaborou com o escritor Vitorino Nemésio e trabalhou na ex-Emissora Nacional.
Após o 25 de Abril de 1974, foi convidado pela editora soviética Progresso a ir trabalhar para a Moscovo, onde residiu durante 15 anos, regressando a Portugal, onde foi professor do ensino secundário.
Deixou editados, além de muitas traduções, que fez do russo para português de textos vários - romances, ensaios, e poesia - quatro livros de poesia de sua autoria. Um deles, 'Nuvens choram - Poemas', reúne todos os poemas escritos entre 1952 e 1956.
Referindo-se a 'Poesia soviética russa (séculos XIX-XX)', publicado pela Editora Labirinto com o apoio da Câmara de Fafe, José Milhazes atesta: 'Na generalidade, os russos afirmam que há poetas seus tão nacionais que é impossível a tradução dos seus versos para línguas estrangeiras. Um deles é o poeta lírico Serguei Iessénime, mas José Sampaio Marinho ousou fazer o impossível e conseguiu'.
P.S. Fico à espera das críticas de todos os que se interessam pela cultura russa, principalmente daqueles que consideram que este blog é um ninho de russófobos. É muito mais difícil fazer do que falar...
5 comentários:
Milhazes, as únicas pessoas que consideram o blog russófobo são as viúvas de Stálin e do muro de Berlin. A construção de um blog falando sobre a Rússia sempre atrairá esse tipo de gente.
Se o blog fosse sobre a a Alemanha, neo-nazistas infestariam a área de comentários.
A esmagadora maioria dos que te leem estão mais preocupados em aprender sobre o a vida cotidiana do país e sobre ao lado bom da cultura deste povo. E a poesia é um desses lados bons.
A críticas (necessárias e legítimas) às "peripécias" do governo russo e sua tradição de 400 anos de abusos são uma obrigação digna de louvor.
Ítalo
Então, como "Russófobo" deste ninho, deixem-me encomendar um exemplar do livro.
Caro Nuno, boa ideia, não se irá arrepender.
Caro Ítalo, boa ideia.
Ucrânia no Museu do comunismo
O Museu Global do comunismo abriu oficialmente uma exposição dedicada à Ucrânia sob o domínio do comunismo soviético.
A exposição sobre Ucrânia apresenta uma cronologia dos acontecimentos na Ucrânia do século XX, desde a revolução bolchevique até a Independência nacional, biografias de grandes figuras da Ucrânia, e um estudo dos efeitos do comunismo sobre a nação ucraniana.
A exposição da Ucrânia pode ser visitado on-line em:
www.ukraine.globalmuseumoncommunism.org
Eu adoraria conhecer sober a peosia Russa *__*
http://thebelement.blogspot.com
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