O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, assinou hoje um decreto em que demite antecipadamente Iúri Lujkov de presidente da Câmara de Moscovo. A justificação para essa decisão é a mais humilhante para aquele que constituia um dos mais influentes políticos russos: “perda de confiança” do Kremlin.
“Afastar Iúri Mikhailovitch (Lujkov) do cargo de Presidente da Câmara de Moscovo devido à perda de confiança por parte do Presidente da Rússia”, lê-se no decreto publicado.
Segundo este documento, “ele entra em vigor no momento da sua assinatura”.
Medvedev decidiu substituí-lo temporariamente pelo vice-presidente da Câmara de Moscovo, Vladimir Reznik.
Iúri Lujkov, que ocupou esse cargo durante 18 anos, deveria terminar o seu mandato à frente da capital russa em Dezembro do ano seguinte, mas o Kremlin decidiu antecipar a demissão a fim de controlar a cidade de Moscovo, o maior centro político e financeiro do país.
O confronto público entre Iúri Lujkov e o Kremlin começou em Agosto passado, quando o dirigente de Moscovo foi criticado por não ter regressado antecipadamente de férias quando a capital russa se viu envolvida numa densa nuvem de fumo proveniente dos fogos florestais nos arredores.
Imediatamente a seguir, alguns canais de televisão russos lançaram uma campanha contra Lujkov, acusando-o, entre outras coisas de “corrupção”, “nepotismo” e “destruição do centro histórico de Moscovo”.
Helena Baturina, esposa de Lujkov e uma das mulheres mais ricas do mundo, foi também alvo da campanha, pois foi acusada de enriquecer à custa do marido.
O Kremlin tudo tentou fazer para que Lujkov tomasse a iniciativa de renunciar ao cargo, mas, ainda na véspera, ele sublinhou que tencionava “continuar a trabalhar”.
Alguns analistas contatados pela Lusa vêem na demissão de Lujkov uma das fases da luta entre Medvedev e o primeiro-ministro-russo Vladimir Putin pelo cargo de Presidente da Rússia nas eleições presidenciais de 2012.
O seu afastamento é um êxito do Presidente Medvedev, mas é preciso ainda saber quem realmente irá suceder a Lujkov na presidência de Moscovo para se compreender se se tratou de uma vitória significativa ou não do Kremlin.
5 comentários:
Próximo passo para o urso: matar Putin.
Isto está a ficar interessante.
O senhor Iuri levou algum soco de um dextro?
Estas guerra políticas são sem dúvida interessantes. O Vladimir Reznik é próximo do Presidente, do PM ou não tem "cor política"?
Leitor anónimo, acredito que "matar" está em sentido figurado, pois a Rússia está farta de sangue.
Caro Pippo, Rezin era o braço direito de Lujkov e conhece todos os cantos à casa, mas trata-se de um presidente interino, até que se escolha o próximo. Esse, sim, poderá permitir tirar algumas conclusões.
Assim que vi a foto e o título não pude deixar de me lembrar dos desfechos dos livros do Asterix.
:o)
Cumpts
Manuel Santos
Já foi tarde!
Agora espero que o próximo näo seja da mesma laia, que destrói edifícios históricos para edificar mamarrachos merdernos. de preferência com a empreitada adjudicada à empresa de um familiar chegado...
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