Texto traduzido e enviado por Cristina Mestre:
O presidente da FR, Dmitry Medvedev, vê sintomas de “estagnação” na vida política do país e considera ser necessário aumentar o nível de concorrência política na Rússia.
“Não é segredo que, a partir de uma certa altura, no nosso sistema político começaram a manifestar-se sintomas de estagnação, surgiu a ameaça de que a estabilidade possa transformar-se num factor de estagnação. A estagnação é perniciosa tanto para o partido do poder, como para as forças de oposição. Se a oposição não tem quaisquer hipóteses de ganhar numa luta justa, ela degrada-se e torna-se marginal. Mas, se o partido do poder não tem chances de perder nunca e em parte alguma, ele simplesmente transforma-se num monumento imóvel, tal como qualquer organismo vivo que fica sem movimentos também se degrada. Por isso surgiu a necessidade de elevar o nível de concorrência política”, declarou Medvedev terça-feira à noite no seu blog vídeo na Internet.
O presidente ressaltou que há dois anos que tem vindo a ser implementado um programa de reforma do sistema político na Rússia.
“Simplesmente, queremos tornar o nosso sistema político mais justo, mais flexível, mais dinâmico, mais aberto à renovação e ao desenvolvimento. Ele deve gozar de maior confiança por parte dos nossos eleitores”, declarou Medvedev.
Nas suas palavras, a tarefa principal das autoridades, tal como a tarefa de qualquer democracia, é “elevar a qualidade da representação popular”.
“Devemos fazer com que a maioria política não seja simplesmente estática, que não se transforme numa maioria formada por figurantes e executores. O partido do poder deve ter direitos e deveres e não servir simplesmente de anexo ao poder executivo, deve participar plenamente na formação deste poder executivo. O partido é um meio, um instrumento de representação. O partido representa os seus eleitores. No caso do partido do poder, trata-se da maioria dos eleitores e a realização dos seus direitos, o respeito pela sua opinião é o princípio fundamental da democracia”, disse o chefe de Estado.
O presidente destacou ainda a importância e complexidade de garantir os direitos das minorias.
“O qualquer sistema político deve garantir que sejam ouvidas e consideradas as opiniões de todos, inclusive dos grupos sociais mais pequenos e, no caso ideal, que seja ouvida a voz de cada pessoa. Neste plano, o sistema deve ser transparente, sensível em relação a cada pessoa. Cada pessoa deve sentir que tem correligionários nos órgãos representativos de poder”, declarou Medvedev.
Para além disso, nas suas palavras, “as reformas políticas não devem levar ao caos e à paralisia das instituições democráticas”, tendo como tarefa “reforçar a democracia e não destruí-la”.
“Por isso no artigo “Avante, Rússia!”, escrito no ano passado, indiquei o método e o estilo das reformas: as reformas devem ser graduais, mas firmes”, disse o chefe de Estado.
Na sua opinião, em dois anos a Rússia tem avançado “gradual e, ao mesmo tempo, de forma firme” para este objectivo.
“No início da actual sessão de Outono da Duma de Estado terminou finalmente a aprovação de um pacote de projectos de lei que apresentei ao Parlamento em 2009 e 2010. Falei sobre a necessidade de aprovar estas leis nas minhas mensagens à Assembleia Federal. Em 2009, entraram em vigor novas leis que garantiram uma importante reforma do sistema multipartidário e eleitoral a nível nacional, a nível federal. No ano em curso, as reformas análogas foram estendidas ao nível das unidades da Federação”, comunicou Medvedev.
O presidente acentuou que estas leis ajudaram a minimizar os riscos de manipulação nas eleições.
“Entendemos que quaisquer maquinações são inadmissíveis durante as eleições. Para isso foram regularizados os procedimentos de votação antecipada e de utilização de talões de votação à distância: a utilização ilegal destes talões é castigada penalmente. As infracções mais sérias foram registadas nomeadamente nesta esfera”, disse Medvedev.
“Para além disso, diminuímos o papel do factor humano durante a contagem dos votos e continuaremos a fazê-lo. Já neste ano, aproximadamente 5% das circunscrições eleitorais terão dispositivos electrónicos. Esta é uma ideia cara: até 2012 este índice constituirá 15% e até 2015 – 100%, mas tal tornará o nosso sistema eleitoral mais moderno. Os esforços que empreendemos merecem o dinheiro que estamos a gastar. Espero que os contribuintes compreendam isso”, apontou.
Para além disso, nas palavras de Medvedev, os partidos têm acesso igual aos meios de comunicação social estatais tanto a nível federal, como regional.
“As comissões eleitorais devem controlar a realização destas garantias. A igualdade no acesso não deve ser declarativo (como acontecia antes), mas literal, medido em horas, minutos e até segundos do tempo de antena. É garantida também a igualdade dos partidos na utilização de locais para reuniões e propaganda”, ressaltou o presidente.
O presidente fez lembrar que os partidos que têm maioria nos parlamentos regionais obtiveram o direito de propor ao chefe de Estado candidaturas à presidência das unidades da Federação.
“Deste modo, a maioria dos eleitores tem a possibilidade de participar na formação do poder executivo da sua região através do partido que apoiam”, considera Medvedev.
“Uma série de medidas protege também os direitos das minorias. Para além do acesso igual aos meios de comunicação social, a oposição pode ocupar cargos dirigentes nos parlamentos regionais. Foi diminuído o número de assinaturas necessárias para a participação nas eleições. Foi reduzida até 5% a barreira eleitoral (para obter representação dos partidos) nos parlamentos de todos os níveis”, disse o chefe de Estado.
“Mudaram também os princípios de representação regional no Conselho da Federação. Só os deputados eleitos para os órgãos regionais de poder podem ser membros da câmara alta do Parlamento, ou seja as pessoas apoiadas por habitantes locais, as pessoas que conhecem as necessidades e os problemas regionais”, disse o líder russo.
“Espero que, em resultado destas mudanças, o sistema político seja seriamente reformado. Tenho a certeza absoluta que ele se tornou mais aberto, mais flexível e mais justo. As eleições regionais em Outubro demonstraram que houve menos reclamações do que, por exemplo, há seis meses. Tanto a opinião pública, como os partidos de oposição avaliaram estas eleições de forma mais moderada e mais tranquila”, assinalou Dmitry Medvedev.
22 comentários:
100% de acordo!
Tal como o poder político russo está na estagnação, a oposição existente não tem qualquer credibilidade para vir a tomar o poder na Rússia.
E efectivamente as reformas terão de ser graduais de modo a fugirem da Rússia de Putin mas não caírem na Rússia de Ieltsin que é agora representada por Kasparov, Nemtosov e restante trupe.
Cumpts
Manuel Santos
Ó Msantos
Não se esqueça que a alegada "falta de credibilidade" da oposição não passa do principal argumento do poder para não deixar esta mesma oposição ter acesso quer aos meios de comunicação quer aos parlamentos. É muito fácil dizer que os nossos oponentes não são "credídeis" quando se tem a faca e o queijo na mão.
O presidente Medvedev tem toda a razão, Deus queira que o deixem governar ainda mais uns anos mas acho-o um pouco ingénuo na sua certeza que consegue mudar o sistema político do país. Ele é uma pessoa bastante razoável mas atrás dele existem outras pessoas muito influentes com ideias diametralmente opostas. Vamos esperar para ver...
Cristina, é a sua opinião.
Já foi aqui demonstrado por vários exemplos a dita credibilidade dessa mesma oposição.
A história já demonstrou que um país como a Rússia nunca poderá ter nas décadas mais próximas a bandalheira "democrática" de que nós aqui no Ocidente temos.
Provavelmente se houvesse uma oposição mais responsável e inteligente até talvez o Kremlin se sentisse mais seguro para alargar as rédeas.
Recorde-se que estamos a falar de um Kasparov que não passa dum neocon fanático que tem saudades dos tempos Bush e que considera este um ídolo.
Estamos a falar de um Nemtsov que além de se ter prestado a tristes papeis com o Jirinovski, aparece em manifestações conjuntas com neonazis e comunistas, com bandeirinhas vermelhas e pretas e foices e martelos por trás e acha que o melhor para a Rússia é abrir completamente a economia russa ao assalto das multinacionais e corporações estrangeiras.
Enfim! Como já referi, tirar de lá estes para meter lá outros ou seja, mudar as moscas.
Eu também concordo com tudo o que Medvedev afirma mas não concordo que a alternativa para a Rússia seja a aplicação do modelo selvagem neo-liberal mascarado de democracia que nos está a arrastar para a míséria pois nem sequer considero válido esse modelo para nós.
Cumpts
Manuel Santos
Modelo selvagem neo-liberal mascarado de democracia já a Rússia tem actualmente
Mais uma demonstração da pantomima "polícia bom-polícia mau", que inteligentemente abrange de forma bastante eficaz o espectro das sensibilidades políticas da população.
Putin a pavonear-se em photo-ops a mostrar quão bem anda a cuidar do país e da estabilidade (resulta muito bem com as velhotas saudosistas da URSS) e depois aparece este a fingir que está a fazer a vontade à secção mais informada. Assim, arranja-se conversa para todos os gostos.
É curioso que se continue a repetir a patetice da "falta de credibilidade" da oposição (aliás, exactamente a mesma linha propagandística usada pelo Kremlin para tentar desacreditar os seus inimigos), mas sem nunca dar quaisquer razões para o justificar, para além das demagogias gratuitas e sem fundamento a que já estamos habituados.
Se os críticos da oposição russa quiserem fazer alguma coisa para atenuar o seu próprio déficit de credibilidade, deveriam começar por fazer análises detalhadas e devidamente justificadas dos escritos e actos dos oposicionistas. Seria interessante começar, por exemplo, por criticar a alegada "falta de credibilidade" do economista Andrei Illarionov, um dos arquitectos da reforma fiscal russa do início da década e que muito cedo se apercebeu para onde Putin estava a levar o país.
António Campos
Caro Anónimo das 10.45, parabéns pelo comentário que acertou exactamente na mosca! Impossível dizê-lo melhor.
António Campos
Caro Anónimo das 10:45
Acha neoliberal o actual capitalismo de estado na Rússia?
Provavelmente teremos concepções diferentes do neoliberalismo.
E pelos vistos ele, neoliberalismo, afinal sempre existe.
E sobre a dita oposição russa e desculpem-me a forma como vou pôr as coisas, mas gostaria que alguém me explixasse porque raio atrás de cada uma destas personagens há sempre uma organização, uma ONG, um think-tank, corporação ou grupo de interesses norte-americanos e ainda para mais ligados sempre ao movimento neoconservador republicano (EUA claro) exactamente as forças que tentaram colonizar económicamente a Rússia nos anos 90 e que mantêm esse mesmo objectivo em agenda além de outros não declarados como o próprio desmembramento da FR.
Será que há opositores ao regime livres destas influências à excepção claro dos comunistas e neonazis, camaradas de oposição?
Cumpts
Manuel Santos
««««««Será que há opositores ao regime livres destas influências à excepção claro dos comunistas e neonazis, camaradas de oposição?»»»»»
A dialéctica perpétua.
Talvez pior ainda, o paroxismo democrático.
Não encontra diferenças entre uns e outros?
pois é Msantos, mas a tal bandalheira "democrática" transformou os países do ocidente nos mais avançados socio-economicamente do mundo..enquanto a maioria do povo russo vive na pobreza extrema. Viste o resultado do último IDH? A Rússia é mais pobre que a Albânia e o Peru!!!
http://en.wikipedia.org/wiki/List_o
f_countries_by_Human_Development_In
dex
Possivelmente, você dirá que esses dados não são reais..que é uma conspiração mundial contra a Rússia..que aquilo, que isso
sergio,
...Viste o resultado do último IDH? A Rússia é mais pobre que a Albânia e o Peru!!!...
o IDH, não anda a dizer quem é mais pobre, o IDH é o resultado de várias medições num país.
Mas também posso ver por outra perspectiva:
Neste índice, você pode ver que os países BRIC (Brasil, Rússia, India, China) estão todos abaixo da Albânia e que a Rússia está em 1º lugar no que respeita aos BRIC e foi o que mais subiu nos BRIC.
««««A Rússia é mais pobre que a Albânia e o Peru!!!»»»»»
Albânia, Perú?
Albânia só nas máfias .
O Perú em assassinatos politicos e no atraso secular é que estar á frente da Rússia.
Como as pessoas ainda têm a coragem de fazer as mais obtusas comparações.
Este tipo de argumentação é inaceitável, por muito pauperrima que esteja a situação Russa actual, a realidade desmente este genero de totalitarismo infantil.
Medvedev lançará campanha para lembrar crimes de Stalin
O presidente russo, Dimitri Medvedev, lançará uma campanha de "desestalinização" da Rússia, lembrando a população dos crimes cometidos pelo ditador soviético Josef Stalin, informou nesta sexta-feira o jornal econômico Vedomosti.
O papel de Stalin na história russa será o tema de uma reunião, em janeiro, entre Medvedev e membros do Conselho de Direitos Humanos do Kremlin, indicaram alguns convidados da reunião, citados pelo jornal.
Segundo o Vedomosti, o Conselho elaborou um projeto de programa federal que tem como objetivo homenagear as milhões de vítimas da repressão stalinista.
O projeto inclui a abertura completa dos arquivos soviéticos, operações de busca de pessoas mortas nos campos e a instalação de novos monumentos para lembrar as vítimas.
O Conselho também pedirá a Medvedev que "faça uma abordagem política e jurídica dos crimes do totalitarismo".
A era Satlin se caracterizou por um regime de terror e pela execução ou o envio de milhões de pessoas aos gulags.
A atitude em relação ao ex-ditador é ambígua na Rússia, onde é percebido cada vez mais como um tirano. Alguns, no entanto, ainda o veem como herói da vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Parlamento russo atribui a Stalin massacre de Katyn
Parlamento russo atribui a Stalin massacre de Katyn
26 de novembro de 2010
Comentários
A Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) aprovou nesta sexta-feira em primeiro turno uma declaração que reconhece como "uma tragédia" ordenada por Stalin o massacre de milhares de oficiais poloneses pelo NKVD em 1940 em Katyn.
"Os documentos publicados, que permaneceram por muitos anos nos arquivos secretos, não apenas revelam a amplitude desta terrível tragédia, como são uma prova de que o crime de Katyn foi cometido por ordem pessoal de Stalin e de outros dirigentes soviéticos", afirma a declaração adotada.
"A responsabilidade desta matança foi atribuída na propaganda soviética aos criminosos nazistas, o que alimentou a revolta, a amargura e a desconfiança do povo polonês", completa o texto.
O Parlamento russo manifesta sua "profunda compaixão com todas as vítimas desta repressão injustificável, com suas famílias e amigos", prossegue a nota.
Moscou e Varsóvia iniciaram este ano uma aproximação sem precedentes desde a época soviética.
Após a invasão pela URSS em setembro de 1939 das regiões do leste da Polônia em consequência do pacto germânico-soviético, 22 mil oficiais poloneses prisioneiros do Exército Vermelho foram mortos nos bosques de Katyn e em Mednoia (Rússia), assim como em Jarkiv (Ucrânia).
Durante décadas, a União Soviética acusou a Alemanha nazista de ter cometido os assassinatos. Apenas em abril de 1990 o líder soviético Mikhail Gorbachov reconheceu a responsabilidade do país no massacre.
Caro Francisco
Nestes camaradas de oposição incluí os seus correligionários comunistas, os neonazis e os ditos democratas-liberais.
A distinção que fiz foi apenas uns(democratas liberais) terem sempre a ala conservadora norte-americana por trás e os restantes não.
De resto as três forças compartilham comícios e palcos de discursos.
Cumpts
Manuel Santos
Caro sérgio das 02:18
Partindo do princípio que não conhece a minha linha de pensamento, o seu julgamento é precipitado pois para mim a tal bandalheira democrática surgiu nos países ocidentais após a queda do muro em que o pensamento neoliberal se implantou dado já não existir o papão comunista.
Como tal para mim a sociedade ocidental até então não está em causa.
Lamento a desilusão.
Cumpts
Manuel Santos
Ainda sobre a bandalheira "democrática":
Apesar de não ser propriamente um simpatizante de Miguel Sousa Tavares, não posso deixar de concordar e achar genial a sua última crónica de Sábado passado no Expresso.
Convido todos a ler e a reflectir:
http://clix.expresso.pt/estou-farto-dos-mercados=f617479
Cumpts
Manuel Santos
«««««De resto as três forças compartilham comícios e palcos de discursos»»»»»».
MSantos; o que vale é que os seus ansiosos desejos não são a realidade.
Não basta dizer que partilham, para provar que fala verdade deve dizer, quando e onde?
Quanto a essa de correligionários.Ignora que todos pertencemos a um elo de qualquer corrente? Além disso erra quando tenta rotular os demais daquilo que não lhe cai bem no goto, porque sair-se em defesa de algo ou de alguém não quer dizer que seja nosso.
Ou julga que o sistema politico que defende é mais humano e mais proficuo que aqueles que condena?
Se é então indique qual a projeção que essa coisa teve ou tem a nivel mundial?
«««««««bandalheira democrática surgiu nos países ocidentais após a queda do muro em que o pensamento neoliberal se implantou dado já não existir o papão comunista.»»»»»
MSantos afinal por vezes também lhe sai a verdade da boca (neste caso será dos dedos).
Felicito-o por os seus progressos politicos, afinal os 60% dos Alemães de Leste, que dizem que viviam melhor no tempo da RDA não mentem.
Ou os cerca de 70% dos Romenos saudosistas de Ceuasescu também não estão enganados.
É por essas e por outras que já se estão a vender muitos mais livros de Marx.
E Estaline também já vai aparecendo nas livrarias.
Sempre ouvi dizer que o tempo conserva a verdade e esta é a mãe da história.
Parabéns.
Francisco
Não quis perder muito tempo com isto. Estes são os que estão mais à mão:
http://pt.euronews.net/2010/08/22/oposicao-de-kaliningrado-pede-a-demissao-de-putin/
E aqui o seu grande "camarada" de oposição:
http://www.austereinsomniac.info/storage/m35967_nemcov_black_b01.jpg?__SQUARESPACE_CACHEVERSION=1271716239430
Essa sobre os meus progressos políticos nem me vou pronunciar dado o total cinismo e desonestidade das suas manipulações.
Cumpts
Manuel Santos
E já agora e face aos remoques constantes quer de comunistas, neoliberais e afins, deixo um trecho que li recentemente, de um grande filósofo e pensador lusófono e que reflecte na mouche a forma como os moderados são vistos hoje em dia:
“A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo."
Agostinho da Silva
Cumpts
Manuel Santos
MSantos, mais uma vez os meus aplausos!
Relativamente ao IDH, houve uma coisa que me meteu a pensar... entäo a Isländia caiu 14 lugares enquanto os EUA subiram 9.
Algo aqui está deturpado. Entäo a Isländia mesmo com a crise mantém o seu alto nível de vida e emprego, enquanto nos EUA a crise fez disparar o desemprego, e o comércio vai pelo 3.o ano em baixo...
MAU! Depois acedi a um dos enlaces... http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_inequality-adjusted_HDI
E neste a Isländia já aprece muito à frente dos EUA.
A minha pergunta é: näo deveria já o HDI "básico" contabilizar a desigualdade? Ou é mais um daqueles índices que mudam todos os anos, porque os EUA näo conseguem estar nos 10 primeiros?
Agostinho da Silva, grande homem!
Caro MSantos se não está interessado em perder tempo, pois eu não me poupo a esforços para tirar as duvidas aos meus interlocutores.
Porque nesse aspecto você é uma daquelas pessoas que se presta bastante a deixar imensas duvidas.
Mas por vezes também me deixo arrastar pelas suas opiniões, porque encontro nelas razoabilidades lógicas , na medida em que sustentam pontos de vista sensatos sobre as questões que atormentam o momento politico que a humanidade atravessa.
.
No entanto verifico com alguma desconfiança que resvala quase sempre para dois extremismos simultaneamente.
Primeiro; Não pode existir nada mais que aquilo que defende (considero isso o tal paroxismo democrático).
Segundo; Está sempre em sintonia perfeita com os inimigos mais verrinosos do socialismo, que podem até ser neonazis encapsulados de democratas, mas no momento de atacar o Socialismo as suas opiniões não se distinguem das deles. Isso é terrivelmente perigoso.
Sabe porquê? Foi na base desse principio que a direita e a extrema direita travestidos de Democratas Liberais conquistaram o domínio da Europa, arrasando os movimentos sociais que se lhe opunham. Sindicatos, movimentos de cidadãos, partidos de esquerda moderada, os que não se diluíram nessa corrente de pensamento foram pura e simplesmente .marginalizados.
Ora qualquer cidadão que tenha consciência da sua classe e saiba o lugar que lhe pertence na sociedade, neste campo não pode ceder o mínimo espaço ou permitir quaisquer ambiguidades.
Quanto ao resto que o meu Caro MSantos escreve. Lastimo a sua ingenuidade ao confiar nas informações da Euronews.
Sobre aquela dos meus camaradas fiquei confuso com essa prebenda que me obsequeia . Mas já me encontrou nalgum comité, sede ou delegação do partido comunista?
E como trata os seus amigos de partido? Se não é camarada só pode ser colega. Colegas são bois de junta sabia? E mais alguém menos digno socialmente.
E quanto ao resto dos restos acrescento isto. Se eu afina-se por o seu diapasão fazia uso das mesmas provocações que você me dirigiu, sem justifica-las sequer.
Em vez de provocar gratuitamente tome coragem faz favor e prove como faltei à verdade naquilo que escrevi.
É esse o vosso conceito de democracia, bastão e baioneta se necessário? Tipo Filipe Gonzalez, confessou recentemente que foi ele quem deu ordem aos GAL para actuarem e diz mais está arrependido em não ter mandado eliminar os dirigentes da ETA.
Não censurem os outros se cometem os mesmos crimes.
Os seus princípios ideológicos supostamente baseiam-se (já aqui o discutimos) nas Social-Democracias Nórdicas. Mas isso não pode ser feito da forma superficial com que costuma fazê-lo. Primeiro; teria que recuar mais de um século para explicar a que se deve esse êxito. Segundo; não existe uma simetria e muito menos uma homogeneidade entre os vários modelos. Há diferenças acentuadas. Terceiro; algumas delas mudam de rumo ou caem a pique.
Há uma coisa que não pode esconder e muito menos negar que é esse anti-comunismo primária que não se cansa de espargir.
Frente a essa pseudo-farsa democrática assumo as posições do Subcomandante Marcos, sou aquilo que os outros excluem.
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