Texto enviado por António Campos:
"Dei a esta peça o título de uma conhecida canção dos Beatles, composta em 1968 em plena guerra fria, a qual me parece constituir um pano de fundo adequado para ilustrar, quase vinte anos volvidos sobre a queda do muro de Berlim, o rumo da história dessa região do mundo.
Nas últimas semanas, três acontecimentos importantes (e sem trazerem grandes surpresas para muitos dos observadores obcecados pela região, tais como eu próprio) tornaram-se num símbolo claro do que a antiga URSS acabou por se tornar: uma amálgama de estados autoritários governados por pequenas elites corruptas cada vez mais ricas que emperram o desenvolvimento social e económico dos seus países, a orbitar em torno do maior e mais corrupto estado de todos. Tal como nos tempos da União Soviética, a Rússia é o epicentro deste terremoto social que dura há já quase vinte anos.
No início do mês de Dezembro, uma peça no Vedomosti confirmava o que já todos sabíamos: que, mau grado a aparente preocupação, de Medvedev relativamente às múltiplas queixas da incipiente “sociedade civil” russa no que respeita às violações ambientais na floresta de Khimki, nos arredores de Moscovo, a construção da auto-estrada Moscovo-São Petersburgo vai mesmo para a frente, respeitando o traçado original. Que se lixe a floresta. A tal não é certamente alheia a maquinação entre o governo francês (país de origem do consórcio construtor) e o Kremlin, que através de uma obscura personagem chamada Sergei Chemezov, antigo agente do KGB em Dresden e actual director da Russia Technologies e da Rosoboronexport - o monopólio estatal russo da exportação de equipamento militar - (e galardoado, sabe-se lá porquê, com a Légion d’Honneur francesa), negoceiam contratos bilionários de venda de material bélico. E não nos esqueçamos também de Arkady Rotenberg, amigalhaço de longa data de Vladimir Putin e instrutor de judo convertido em banqueiro milionário e um dos principais fornecedores de tubagens para a Gazprom, que terá sido nomeado para dirigir a construção da dita auto-estrada. Mais do que óbvio, a “moratória” decretada pelo presidente Medvedev sobre a construção da auto-estrada, para permitir a “consulta” às organizações ambientais e ao público, foi apenas um ardil para esvaziar a pressão pública e fazer a história cair no esquecimento. Kremlin e seus esbirros 1, sociedade civil, zero.
Depois, surgem os acontecimentos do dia 19 de Dezembro na Bielorrússia. Ainda está fresca na nossa memória a campanha do Kremlin contra o presidente bielorrusso em exercício, com longos documentários nas televisões oficiais a retratá-lo como autocrata corrupto e brutamontes, vilificações online de parte a parte e rumores de que o Kremlin estaria a financiar candidatos da oposição. Mas subitamente, numa semelhança assustadora com o pacto Molotov-Ribbentrop entre a Alemanha e a União Soviética em 1939, uma jogada de bastidores entre os aparentes inimigos viscerais Lukashenka e Medvedev coloca a Bielorrússia mais uma vez sob a protecção financeira do Kremlin, conferindo carta branca ao presidente bielorrusso para mostrar ao mundo (e especialmente ao seu próprio povo) de que o degelo pré-eleitoral, que tantas esperanças deu a democratas do lado de cá e de lá, não era mais do que papas e bolos para enganar tolos (especialmente os de Bruxelas). O Kremlin colocou mais uma vez a pata sobre um seu vizinho, agora oficialmente dependente da Rússia, a incipiente sociedade civil bielorrussa dissolveu-se no lamaçal dos cárceres do KGB em Minsk perante a impotência e indiferença do ocidente, bem como a hipocrisia de Medvedev, que após ter feito votos de que “as eleições fossem um passo em frente na democratização da Bielorrússia”, descartou as violações dos direitos humanos como um “assunto interno de outro país”. Putin esfregou as mãos de contente com mais uma expansão territorial. Kremlin 2, sociedade civil zero.
Hoje foi dado a público o veredicto do segundo julgamento de Mikhail Khodorkovsky. Num processo que faria envergonhar qualquer pessoa no mundo que entende a necessidade de um sistema judicial justo e independente dos outros poderes, o antigo oligarca e principal accionista da petrolífera Yukos foi considerado culpado de desvio de fundos e recursos da sua antiga empresa. Os que seguiram o julgamento sabem que as acusações eram absurdas e as motivações políticas. Como refere o Economist, “o verdadeiro crime de Khodorkovsky foi ter-se tornado numa ameaça a Vladimir Putin (que se tornou presidente no ano 2000), agindo como proprietário independente em vez de gestor servil dos recursos naturais da Rússia, e usando a sua influência para contrariar o objectivo de Putin de construir um petro-regime autoritário. O seu encarceramento, e o desmantelamento da Yukos foram essenciais para Putin e para o sistema violento e corrupto que estava a construir.” Com as suas declarações descaradas nos media sobre a “culpabilidade” de Khodorkovsky, o primeiro-ministro russo deitou definitivamente por terra toda a retórica do presidente sobre o alegado combate ao niilismo legal que corrói o país. Kremlin 3; sociedade civil zero.
Com todos estes aparentes sucessos, Vladimir Putin sentir-se-á certamente indestrutível como virtual ditador inquestionável de um território que se vai diariamente aproximando dos limites do que foi a União Soviética, e que insiste em estender os seus tentáculos energéticos até para bem dentro da União Europeia e outros países (http://darussia.blogspot.com/2010/09/blog-do-leitor-nova-horda-mundial.html). Sob os seus auspícios, constrói-se um império em que os antigos oligarcas foram substituídos pelo que o sociólogo Alexander Oslon chamou “empresários-burocratas”, que “privatizaram um activo fraco e sub-capitalizado: o estado russo”. Apagada definitivamente a noção incómoda de conflitos de interesses e com as forças de segurança ao seu serviço, estes novos empresários dividem entre si os lucros da venda das matérias-primas e prestam vassalagem ao imperador a troco de uns biliões enterrados em offshores, villas na Côte D’Azur, Bugattis Veyron e internatos para os rebentos no Eton College.
Mas pouco sobra para a resolução dos graves problemas que continuam a afectar a população. E, mais importante ainda, para a modernização das infra-estruturas e da indústria. Desde o colapso da União Soviética, foi construída uma fábrica de cimento e não foi construída sequer uma única nova refinaria petrolífera na Rússia. As empresas russas preferem investir no estrangeiro e não no seu país (http://darussia.blogspot.com/2010/12/blog-do-leitor-o-dilema-da-nao.html). E o investimento estrangeiro, a encolher cada dia que passa, acabou de levar mais um rude golpe com a condenação de Khodorkovsky. Tal como nos últimos dias da União Soviética, assistimos a uma estagnação de uma economia mantida à tona apenas pela venda de matérias-primas e pelo aumento da despesa pública destinada a manter a popularidade dos governantes. E pela ilusão de uma modernização que não sai do papel.
Na sua obsessão pela grandeza soviética, Putin continua a fazer tudo para reverter a história e restabelecer o império. Mantendo bem nutrida a sua corte de empresários-burocratas, usa a corrupção como base para o seu poder, compra os líderes nacionais dos antigos satelites imperiais e procura estender da mesma forma o tentáculo energético além-fronteiras. Mas o período de estabilização e ressurgimento que muitos lhe dão crédito está a chegar ao fim. E a verdade é que os mitos de grandeza soviética, expansão territorial e grunhidos bélicos anti-ocidentais não resistem à estagnação económica, ao subdesenvolvimento industrial, à decrepitude das infra-estruturas, à abertura para o exterior que o país goza, bem como às tecnologias como a internet, que dificilmente são controladas pela propaganda. Em onda lenta, mas crescente, a população está a passar de indiferente para farta do sistema vigente, dividido entre “nós”, a população, e “eles”, os das luzinhas azuis em cima dos carros. E quando uma parte da elite perceber que o sistema é insustentável tal como Putin o imaginou, poderá perder a vontade de o defender, tal como aconteceu nos no período dos esgares finais da URSS.
E talvez quando chegarmos a esse ponto, a História poderá repetir-se."
22 comentários:
Até o povo tomar conta dos seu próprio destino a história vai repetir-se.
Assim entendemo-nos melhor. Portanto a luta é entre gangs rivais com a mesma finalidade? Roubar as riquezas do país.
Afinal apareceu alguém corajoso para isentar os Comunistas de culpas, em traços gerais deduz-se deste comentário que os bandidos de hoje são os mesmos dos tempos Soviéticos.
Sim; porque os Comunistas nenhum enriqueceu, continuam pobres, na rua a lutar pelos direitos do povo.
Obrigado.
Sr. Lucrécio, tal como já o avisei várias vezes, deve pensar antes de escrever e insultar as outras pessoas.
Devo informá-lo que Khodorkovski, e esta foi uma das causas de ter caído em desgraça do Kremlin, financiou também o Partido Comunista da Federação da Rússia. Além disso, dentro desse partido também há pessoas muito ricas. Nunca vi, por exemplo, o sr. Ziuganov a pedir esmola.
Durante os anos 90, houe milhares de antigos comunistas, pessoas em posições-chave nas empresas estatais (os infames "directores vermelhos"), que se apoderaram, através de contactos, de leilões viciados nas privatizações e da compra dos vouchers a populares mal informados, de muito do tecido produtivo da antiga URSS. Tal como os oligarcas, mas em menor escala, apossaram-se de activos valiosos a preços de saldo e enriqueceram da noite para o dia.
Os antigos apparatchiks comunistas foram quem mais beneficou com a transição da Rússia para uma economia de mercado, ao contrário do que diz o mito urbando da "culpa" ocidental pelo colapso.
Não me parece que esses "comunistas" tenham feito alguma coisa pelo povo, para além de si próprios. Aliás, foram dos mais importantes contribuintes para o colapso financeiro de 1998.
António Campos
Muito bem!
De facto,António, foi assim.
Eu, pessoalmente, tive contacto directo com um desses "directores vermelhos". Vladimir Petrovich, comunista, nos anos 80 era director de uma importante fábrica de cimento nos arredores de Moscovo. Com a Perestroika, a fábrica ficou na sua posse e ele ainda conseguiu comprar o mercado municipal local (onde se ganha bom dinheiro com as rendas cobradas aos comerciantes) e uma carpintaria que empregava mais de 50 pessoas. Na mesma altura, privatizou uns terrenos nos arredores da cidade, que incluíam um lago e uma pequena povoação de casas de madeira, onde viviam na sua maioria idosos. Nesses terrenos construiu um verdadeiro palácio de três pisos, com uns 15 quartos, um jardim, sauna, cercado por altos muros e guardado por cinco cães e sistemas de videovigilância, onde vivia com dois filhos adultos, duas empregadas internas, um jardineiro e toda uma série de trabalhadores ocasionais, muitos deles empregados da fábrica e da carpintaria, que regularmente faziam os mais diversos serviços na propriedade. Em 2000, a minha família foi convidada a passar algum tempo na sua casa e pude acompanhar o dia-a-dia de Vladimir Petrovich. Nesses tempos de abundância, só sei que o meu anfitrião gastava dinheiro a rodos, tinha frequentemente convidados e pagava muito mal aos seus trabalhadores, embora, ao melhor estilo russo, gostasse de ajudar quem estava em dificuldades extremas (que era o meu caso). A pequena povoação junto à propriedade caía de velha, sem estradas nem canalizações de gás mas “do outro lado do muro” vivia-se com todas as comodidades da civilização, incluindo Internet, impressoras a laser e toda uma série de pequenos prazeres próprios da vida urbana.
Se calhar por gratidão em relação ao meu anfitrião, nunca tive tendência a condená-lo, achando mais que ele fez o que todos fizeram com as oportunidades que surgiram na altura. Mas sabia muito bem que os habitantes locais não gostavam dele, que condenavam o contraste chocante entre a pobreza reinante e a sua ostensiva riqueza. Era um típico “russki barin”, que me ficou na memória quando, num encontro de um grupo de amigos ortodoxos que ele convidou para organizar a festa da Páscoa na propriedade, se estava a falar no que se devia fazer, disse algo muito típico: “Organizem isso mas deixem-se de democracias…”
...a construção da auto-estrada Moscovo-São Petersburgo vai mesmo para a frente, respeitando o traçado original...
Caro JM,
Como já tinhamos falado naquele artigo que colocou sobre este assunto, este é o desfecho de projectos prioritários, como seria de esperar.
Para a Brisa, também são boas notícias.
Caro PM, não sem se será boa notícia para a Brisa, pois esta está a participar noutra obra, na estrada Moscovo-Minsk.
...Desde o colapso da União Soviética, foi construída uma fábrica de cimento e não foi construída sequer uma única nova refinaria petrolífera na Rússia...
Construção de uma refinaria da Tatnef, com várias fotos da obra em curso:
http://www.tatneft.ru/wps/wcm/connect/tatneft/portal_eng/press_center/photo_reports/photoreports/photoreport_2009.09.08_16.51.57.529
Caro JM,
O que interessa são mais projectos e não menos.
E se ela concorreu aos dois projectos, alguma coisa já tem pensado.
Boa tarde.
Permitam-me as questões: o que é viver na Rússia, nos dias de hoje? O que é a Rússia de hoje e o que mudou desde a URSS?
O alarde provocado pela questão da floresta, como se fosse uma evidência de um crime, faz-me lembrar o gritante silêncio verificado aquando da construção da A1.
É que para que nortenhos e sulistas deste país pudessem viajar mais depressa, e para dinamizar a economia e essas coisas todas, foram destruídas dezenas, para não dizer centenas de algares (grutas), habitats preciosos e insubstituíveis, lares de espécies cavernículas que pouca ou nenhuma capacidade têm de encontrar refúgio noutras paragens.
Na altura só se ouviram uns pios, e a máquina avançou imparável...
As negociatas expostas também me lembram as verificadas por cá, envolvendo ministros que, ao deixarem o poleiro, passaram a Presidentes ou Administradores de mega-empresas que dominam a grande economia local (Construção civil, auto-estradas e pontes, energia, etc.). E como diriam os nossos vizinhos, "no pasa nada"!
No outro lado do Atlântico verifica-se o mesmo (o nome Donald Rumsfeld vem-me de repente à cabeça), o que nos faz suspeitar se uma certa e determinada guerra no Iraque não terá tido outros motivos (contratuais, por exemplo) para além da propalada busca por ADM.
Numa coisa o texto tem razão: quando uma parte da elite perceber que o sistema é insustentável, a História poderá repetir-se.
Resta é saber ONDE é que ela se repetirá, e não sei porquê mas suspeito que será mais a Oeste de Moscovo do que alguns pensam.
O Francisco Lucrécio sumiu?
(risos)
Aqui vai um novo estudo de opinião, vindo duma fonte insuspeita...
http://www.balkaninsight.com/en/article/half-of-romanians-yearn-for-communist-past
Caro Pippo
Nem de propósito. Uma brilhante análise merecedora de ser lida, vinda do coração do "Império do Bem" sobre o "maravilhoso modelo único" que nos andam a impôr à cerca de 20 anos.
http://www.foreignaffairs.com/articles/67046/robert-c-lieberman/why-the-rich-are-getting-richer
Cumpts
Manuel Santos
Artigo interessante, MSantos.
Dele destaco o seguinte:
“The share of total income going to the top one percent has increased from roughly eight percent in the 1960s to more than 20 percent today. This is what the political scientists Jacob Hacker and Paul Pierson call the "winner-take-all economy." It is not a picture of a healthy society. Such a level of economic inequality, not seen in the United States since the eve of the Great Depression, bespeaks a political economy in which the financial rewards are increasingly concentrated among a tiny elite and whose risks are borne by an increasingly exposed and unprotected middle class. Income inequality in the United States is higher than in any other advanced industrial democracy and by conventional measures comparable to that in countries such as Ghana, Nicaragua, and Turkmenistan. It breeds political polarization, mistrust, and resentment between the haves and the have-nots and tends to distort the workings of a democratic political system in which money increasingly confers political voice and power.”
“Since the late 1970s, a number of important policy changes have tilted the economic playing field toward the rich. Congress has cut tax rates on high incomes repeatedly and has relaxed the tax treatment of capital gains and other investment income, resulting in windfall profits for the wealthiest Americans. Labor policies have made it harder for unions to organize workers and provide a countervailing force to the growing power of business; corporate governance policies have enabled corporations to lavish extravagant pay on their top executives regardless of their companies' performance”
“Obsessive obstructionism is not just a symptom of general crabbiness; it is a shrewd and sensible part of a larger strategy to enrich corporations while gutting long-standing protections for the middle class. Ascendant conservatives seized on this state of affairs to argue that the whole New Deal edifice of social protection, financial regulation, progressive taxation, and civil rights should be dismantled rather than reinforced. Beginning with the Carter administration, the expanding business lobby successfully defeated proposal after reform proposal and aggressively promoted an opening round of tax cuts and deregulation -- mere down payments on the frenzy to come.“
O que reforça a minha afirmação: a História poderá repetir-se, poderá é não ser em Moscovo mas mais a Oeste.
PS - não era o Khodorkovsky quem estava à beira de vender a sua companhia petrolífera a uma empresa estrangeira? Se o tivesse feito, provavelmente estaria a acontecer hoje ao sector petrolífero russo o que está a acontecer com a GALP: um veto angolano na Amorim Energia impede a substituição da ENI pela Petrobras... em suma, angolanos a mandar numa empresa "portuguesa".
E claro, toda a sociadede lusitana beneficia imenso com esses investimentos estrangeiros! Por cá, todos os dias vejo a nossa gasolina a ficar mais e mais barata!
Caro Pippo,
...PS - não era o Khodorkovsky quem estava à beira de vender a sua companhia petrolífera a uma empresa estrangeira?...
Sim, à maior companhia de petróleo do mundo (e americana), a ExxonMobil.
Poderá ver a minha opinião sobre o assunto aqui: http://darussia.blogspot.com/2009/04/blog-dos-leitores-georgia.html, post das 20:41 e veja também a resposta que dei à questão colocada pelo o MSantos um pouco mais à frente.
Ao percorrer o artigo do link do PortugueseMan e os comentários adjacentes, recordou-me a forma sã e jovial como antigamente se debatiam ideias neste blog, de uma forma cordial, respeitosa mesmo entre oponentes e aprendia-se muito com todos.
O ruído era mínimo e tentava-se "vencer" um opositor pela argumentação lógica e não pelo enxovalhamento pessoal. Li e participei aqui em discussões riquíssimas como em mais lado nenhum. Não sei se é por ainda ter uma fraca esperança de regresso ao passado que me faz vir aqui regularmente.
Deixo o apelo às pessoas que regularmente e frequentemente optam pelos tristes comportamentos que procurem dialogar educadamente e se não têm argumentos ou defesa será melhor ficarem calados e o ambiente e a qualidade do blog melhorará para todos pois isso é bem mais importante que os pontos de vista de qualquer um de nós.
Cumpts
Manuel Santos
Sobre Khodorkhovski, já me rcordei várias vezes do documento do PM quando eram apresentados argumentos em sua defesa.
http://www.portofhouston.com/pdf/news/0703roil.pdf
É bem elucidativo no que a Rússia seria transformada.
Cumpts
Manuel Santos
Eurasia in 2011: Recovery bolsters political stability
Ian Bremmer Thursday, December 30, 2010
By Eurasia Group's Eurasia practice
It looks like a relatively calm year for Eurasia, the area encompassing the former Soviet successor states at the crossroads of Europe and Asia. For the most part, the region is politically stable and countries will continue to see slow but steady economic growth. Russia and Kazakhstan face elections in 2012, but both are governed by well entrenched soft-authoritarian regimes. Ukraine is stabilizing, but risks remain in Georgia.
The ruling Putin-Medvedev tandem in Russia continues to govern with a minimum of internal friction, and the risk of social instability that rose following the financial crisis has now receded. Russian politics in 2011 will be defined largely by two events: the State Duma elections, scheduled for December, and the run-up to the presidential election set for March 2012. Russia's regional influence is strong enough that it may be exercised more subtly than in the past. Russia's GDP is expected to grow by 3 percent to 5 percent. Policy will be molded by two competing goals: the populist impulse to increase social and military spending ahead of elections and the finance ministry's push to slash deficits and impose fiscal discipline. To shrink its budget deficit, Russia will turn to international capital markets, raise taxes, and embark on a massive privatization program. In terms of foreign policy, Moscow will work to improve relations with the West, the United States in particular, as part of a general strategy to draw more foreign investment.
In Kazakhstan, aging President Nursultan Nazarbayev remains firmly in charge and is expected to run for reelection in 2012 -- unless a referendum is passed that extends his rule until 2020. But he will eventually need to groom a successor who is acceptable to the country's various elite groups. In the meantime, political and business leaders will throw a few more elbows without destabilizing the current system. Most forecasts put Kazakh growth between 3 percent and 4 percent for 2011. The country will probably follow Russia's lead on trying to shrink its budget deficit, raising taxes on oil and gas producers, and implementing measures to cut spending.
The implementation of IMF-mandated reforms in Ukraine may hurt the popularity of Viktor Yanukovych's government, but the country's perennially turbulent politics promise to stabilize next year. Popular anger could trigger protests against the government in 2011, and this could pose a longer-term threat to stability, particularly if Yanukovych's popularity declines and the opposition is able to regroup. It also presents a risk to the implementation of measures required by Ukraine's IMF loan. Regionally, there is also still a risk of a natural gas crisis between Ukraine and Russia that could affect supplies in 2011. Recently improved ties between Moscow and Kyiv are a major factor in containing the danger.
The major exception to Eurasia's general sense of tranquility is in Georgia, where relations with Russia remain tense. It's possible that another limited military flare-up between the neighbors could occur at some point in 2011. This would have an immediate negative effect on markets and the investment climate and cast a shadow over the rest of the region.
This post was written by analysts in Eurasia Group's Eurasia practice.
http://eurasia.foreignpolicy.com/posts/2010/12/30/eurasia_in_2011_recovery_bolsters_political_stability
Sobre a Georgia e como esta ainda se pode tornar uma imensa dor de cabeça para os russos um interessante artigo na Foreign Affairs:
http://www.foreignaffairs.com/features/letters-from/letter-from-tbilisi-0
Cumpts
Manuel Santos
«««««««««««« Jose Milhazes disse...
Sr. Lucrécio, tal como já o avisei várias vezes, deve pensar antes de escrever e insultar as outras pessoas»»»»»»»».
Doutor Milhazes, faça-me lá o grande favor de dizer onde foi que encontrou insultos no meu comentário? Ainda não se conseguiu libertar daquilo que aprendeu na heterodoxia Estalinista. Ou insiste em tentar esconder que o seu passado politico foi um imenso lodaçal, que hoje tenta percorrer como se de uma auto estrada se tratasse? Quer maior insulto que faltar à verdade?
«««««««««Devo informá-lo que Khodorkovski, e esta foi uma das causas de ter caído em desgraça do Kremlin, financiou também o Partido Comunista da Federação da Rússia»»»»»»»»».
O Senhor já vendeu aqui mais propaganda enganosa contra os seus ex-camaradas, que qualquer feirante vendeu produtos contrafeitos na feira do Relógio. Não basta dizer que financiou. Prove-o? E se aconteceu, onde acha que está a ilegalidade?
«««««««««Além disso, dentro desse partido também há pessoas muito ricas. Nunca vi, por exemplo, o sr. Ziuganov a pedir esmola»»»»»»»»».
Não basta acusar que existem pessoas muito ricas, deve dizer quem são e quando e a forma como adquiriram essas riquezas.
E o Doutor Milhazes antes de aderir ao partido Comunista vivia da mendicidade?
«««««««««««António disse...
Durante os anos 90, houe milhares de antigos comunistas, pessoas em posições-chave nas empresas estatais (os infames "directores vermelhos"), que se apoderaram, através de contactos, de leilões viciados nas privatizações e da compra dos vouchers a populares mal informados, de muito do tecido produtivo da antiga URSS.»»»»»»»
Mas quantos desses individuas continuaram ou continuam a ser comunistas?
Isso é que tem que ser esclarecido.
Foram aquilo que são hoje e iguais a tantos outros que às expensas do Comunismo adquiriram riquezas ou estatuto social.
Quero por favor que me indiquem o nome de um único dirigente do KPRF que contraiu fortuna dessa forma.
Não basta vir para aqui com esse regabofe, sabemos que foi assim mesmo.
Como disse Edgar Morin; aqueles que antes dominavam o Apparatchik explorando o povo, quando chegou o momento, deitaram a mão ao que lhe foi possível e passaram-se serenamente para o outro lado.
Mas Gore Vidal vai mais longe ainda; “diz que os ditadores de ontem se transformaram em distintos democratas da noite para o dia, passando criticar o sistema que eles próprios dominavam. Uma clique de mafiosos que primeiro controlava o aparelho partidário e hoje controlam as riquezas”.
Insisto. Quantos destes indivíduos continuaram a ser comunistas depois de 1991?
Lá que tenham ódio ao comunismo é uma coisa. Agora vir para aqui despejar disparates é totalmente diferente.
Porque esses “senhores” são hoje neoliberais de primeira grandeza.
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