O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, considerou que as revelações do Wikileaks demonstram plenamente o cinismo dos raciocínios reinantes na política externa norte-americana.
“Não somos paranóicos e não ligamos as relações russo-americanas a quaisquer fugas, embora elas sejam sintomáticas: elas mostram todo o cinismo de avaliações que prevalecem na política externa de diferentes Estados, neste caso, dos Estados Unidos”, declarou numa conferência de imprensa com Silvio Berlusconi.
Porém, sublinhou que as revelações não são críticas para as relações da Rússia e dos Estados Unidos, acrescentando “há diferentes opiniões”.
O presidente Medvedev frisou que os Estados Unidos também teriam “um monte de prazeres” se houvesse fuga de documentos russos.
“Considero que se, Deus nos livre, aos órgãos de informação chegarem avaliações feitas pelos diplomatas e serviços secretos russos, nomeadamente sobre os nossos colegas americanos, estes terão um monte prazeres”, frisou.
“Mas será que isso é necessário? No meu entender, a diplomacia deve ser silenciosa como os negócios bancários e deve ser realizada com base nos respetivos princípios”, concluiu.
O primeiro-ministro italiano aproveitou a conferência de imprensa para negar qualquer interesse pessoal na cooperação com a Rússia.
Diplomatas norte-americanos consideram que o Presidente russo, Dmitri Medvedev, continua na sombra do seu antecessor no Kremlin e atual primeiro-ministro Vladimir Putin, revela a correspondência publicada pelo sítio Wikileaks.
Nas suas mensagens, funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos comparam a situação de Medvedev com a de “Robin em relação a Batman-Putin”, em alusão ao herói da banda desenhada e do cinema que, depois de longas aventuras sozinho, faz-se acompanhar de um ajudante mais jovem e menos experiente.
Outros documentos descrevem Medvedev como “fraco” e “indeciso”, enquanto que Putin é considerado o “macho alfa”.
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