terça-feira, janeiro 18, 2011

Rússia desmente perigo de vírus nos computadores da central nuclear de Busher

A Corporação Estatal de Energia Atómica da Rússia (Rosatom) desmentiu hoje informações difundidas no Ocidente sobre as consequências destruidoras da infeção dos computadores da Central Nuclear de Busher, no Irão, e sobre a possibilidade de uma “nova Tchernobil”.

“Nos sistemas informáticos da central não há quaisquer vírus, muito menos naqueles que respondem pela segurança da central, porque o sistema informático é completamente local, isolado de fontes externas”, declarou Serguei Novikov, porta-voz da Rosatom.

Em Outubro de 2010, foram publicadas notícias sobre a infiltração do vírus informático Stuxnet, mas a Rosatom, empresa que construiu a Central de Busher, desmentiu essas informações, sublinhando que “o vírus não entrou no sistema automatizado do funcionamento dos processos tecnológicos”.

No sábado passado, o “New York Times”, que citou peritos militares e dos serviços secretos, noticiou que os serviços de informação israelitas e norte-americanos colaboraram no desenvolvimento do vírus informático Stuxnet destinado a sabotar o programa nuclear iraniano.

Segundo o jornal norte-americano, Israel testou a eficácia do vírus no complexo nuclear de Dimona, situado no deserto de Neguev, que alberga o programa de armamentos nucleares israelita. A criação deste vírus destrutivo é um projecto americano-israelita, com a ajuda, voluntária ou não, da Grã-Bretanha e da Alemanha, segundo as fontes do diário.

Hoje, o jornal britânico acrescentou que o vírus provocou “graves danos” no reator da central, sublinhando que especialistas russos teriam prevenido da possibilidade de uma nova catástrofe nuclear como a que ocorreu na Central Nuclear de Tchernobil, em Agosto de 1986. Peritos já tinham suspeitado várias vezes de que Israel estava na origem do vírus Stuxnet, que afectou as centrifugadoras iranianas que produzem urânio enriquecido. O ministro israelita dos assuntos estratégicos Moshé Yaalon afirmou no fim de Dezembro que recentes "dificuldades" encontradas pelo programa nuclear iraniano atrasaram vários anos o eventual acesso de Teerão à bomba atómica. Os Estados Unidos e uma parte da comunidade internacional acusa o Irão procurar dotar-se da arma atómica ao abrigo de um programa nuclear civil, situação que Teerão continua a desmentir.

Detectado há alguns meses, o Stuxnet infecta um software Siemens de controlo de autómatos industriais muito utilizados nos sectores da água, nas plataformas petroleiras e nas centrais eléctricas. A sua função seria alterar a gestão de certas actividades para provocar a destruição física das instalações afectadas, segundo os peritos. O Stuxnet terá principalmente atingido o Irão, o que deixou pensar que tinha sido concebido para sabotar as suas instalações nucleares, mas parece também ter afectado a Índia, a Indonésia ou o Paquistão.

5 comentários:

Cristina disse...

Bonito!
Então agora já se reconhece abertamente que os serviços secretos (neste caso americanos e israelitas, mas outros também o farão)podem destruir redes informáticas através de vírus....E ainda por cima tal pode levar a consequências catastróficas no caso de se tratar de centrais nucleares....
Afinal não há já noção do bem e do mal? O homem parece já não ter quaisquer limites morais nas suas acções....

E. A. disse...

Agosto? Então não foi em Abril? 26 de Abril.

Abraço

Anónimo disse...

Controladores de voo russos induziram ao erro tripulação de Kaczynski (Varsóvia)


VARSÓVIA, Polônia, 18 Jan 2011 (AFP) -Os controladores russos do aeroporto de Smolensk, onde cau o avião do presidente polonês Lech Kaczynski em abril passado, induziram ao erro os pilotos sobre a posição do aparelho, informou nesta terça-feira, em Varsóvia, a comissão polonesa de investigação.

MSantos disse...

Por agora o estrago ainda não foi incapacitante. Ficaram só 1000 centrifugadoras inutilizadas.

Ainda ficam com 5000.

Cumpts
Manuel Santos

Pippo disse...

Cristina,

Como sabe, as sanções sobre o Irão não têm surtido efeito e o Regime de Teerão é irredutível.
Já por várias vezes que as autoridades iranianas ameaçaram a segurança de Israel.
Basta um ataque nuclear para Israel (que tem pouca superfície e uma população muito concentrada) seja eliminado do mapa.

Assim, para Israel há poucas opções:
ou "destroem" o sistema por dentro;
ou eliminam os responsáveis pelo programa;
ou usam a força militar.

A notícia deste vírus demonstra que eles estão a evitar usar a força. Também já houve vários assassinatos de responsáveis pelo programa nuclear iraniano (militares e cientistas).

Mas se tudo isto falhar, a opção terá de ser a militar, com o uso de bombardeamentos aéreos e mísseis lançados por submarinos. E tais ataques, para além de poderem não surtir o efeito desejado, também poderão lançar uma nuvem radioactiva sobre o Irão e países vizinhos.

Qual é, portanto, a opção?