quarta-feira, agosto 17, 2011

Contributo para História de Portugal (Lisboa- centro de espionagem durante 2ª Guerra Mundial)- 3ª parte

"Com húngaros, KOWALEVSLI está oficialmente ligado a FIOLEC, funcionário da missão húngara. FIOLEC, segundo todos os dados, é idêntico a Josef FUELOEP, que trabalha no adido militar húngaro.
Dos materiais interceptados da espionagem japonesa é evidente que os japoneses consideram TAMAS e FIOLEC os seus mais valiosos agentes em Lisboa. Os materiais que esses agentes transmitem aos japoneses não têm grande interesse. TAMAS transmite a gostinitza informação sobre os japoneses. A sua informação é duvidosa.
2. Actividade política de KOWALEVSKI.
KOWALEVSKI está ligado aos alemães, italianos, japoneses, húngaros, romenos e búlgaros. Z. diz que não há quaisquer fundamentos para supor que ele não é leal aos aliados. Ele coloca perante si o objectivo de enfraquecer os países do eixo através dos canais diplomáticos e, ao mesmo tempo, melhorar a situação da Polónia depois da guerra.
A sua ideia fundamental é a criação do bloco europeu-meridional, constituído por Itália, Hungria e Roménia, bem como convencer esses países da necessidade de ruptura das suas relações com os alemães antes ou depois  do início das operações dos aliados no continente.
Semelhante política, segundo ele, conduzirá à derrota mais rápida da Alemanha e a Polónia, tendo o apoio do bloco europeu-meridional, saberá conseguir uma situação mais forte durante a conferência de paz. Além de tudo, o seu objectivo é a criação de um bloco virado contra a infiltração do bolchevismo na Europa.
Nos materiais não há dados de que ele realiza conversações com alemães ou japoneses. KOWALEVSKI recebeu dos alemães materiais sobre os “acontecimentos em Katyn” para informação do governo polaco e dos polacos. A sua ligação com o enviado alemão em Lisboa é mantida através de PANGAL. Este mesmo PANGAL é o principal intermediário de KOWALEVSKI com italianos, romenos. Porém, é possível que exista uma ligação indirecta com italianos, romenos e húngaros. Com os italianos através de FRANSONI e GIARDINI, antigo enviado italiano e primeiro secretário. Com os romenos através de CADERE (enviado) e LECC (adido da missão), bem com o funcionário das espionagem romeno (nome não determinado). Com os húngaros através de TAMAS e FUELOP. Antes de FRANSONI e GIARDINI terem saído de Lisboa e durante a recente visita a Lisboa do doutor PELIZZI, KOWALEVSKI propôs-lhes criar um novo governo em Itália, que deverá capitular perante os aliados. KOWALEVSKI espera manter contacto com FRANSONI através de um italiano em Lisboa: FANZINI, evidentemente, MANZINI, secretário da missão.
Dos materiais de Kurort é evidente que, em Outubro de 42, ALEXANDER comunicou aos alemães que semelhante tipo de conversações como as realizadas por KOWALEVSKI tiveram lugar entre americanos e italianos e que PANGAL tencionava criar um partido da oposição na Roménia.Visto que PANGAL desempenhou um grande papel nas conversações de KOWALEVSKI, ele está ao corrente dos seus assuntos. ALEXANDER pôde receber essa informação dele ou directamente dos polacos e transmiti-la aos alemães.
Z. comunicou que ele tem todos esses materiais. No início de Julho, o seu escritório e ele próprio transferem-se para Londres e, então, ele poderá transmiti-nos todos os materiais originais de KOWALEVSKI sobre as questões acima analisadas.
BOB.
CORRECTO: "
FIM

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