A oposição síria lançou um apelo à Rússia para desempenhar um papel mais ativo na regularização do conflito interno na Síria, declarou Ammar Kurabi, dirigente da Organização de Direitos Humanos da Síria.
“A Rússia deve desempenhar uma papel mais ativo e positivo na regularização da situação política interna na Síria”, declarou o líder da delegação da oposição síria depois de um encontro em Moscovo com representantes do Kremlin.
O Presidente da Rússia Dmitri Medvedev, numa entrevista ao canal televisivo Euronews, reafirmou que não apoia a vontade dos dirigentes europeus de exercerem pressão apenas sobre o dirigente líbio Bashar Assad e defende que também deve ser exercida pressão sobre a oposição para que aceite conversações.
“Entre os opositores não estão apenas adeptos da democracia europeia refinada, há pessoas muito diversas. Sejamos frontais, algumas são extremistas”, considerou.
“Algumas podem ser mesmo consideradas terroristas. Por isso, não se deve idealizar essa situação, mas é preciso partir do equilíbrio de forças e de interesses. Estamos prontos a apoiar abordagens diversas, mas elas não devem basear-se na condenação unilateral das ações do governo e do Presidente Assad”, concluiu o dirigente russoRespondendo às críticas da Rússia de que a oposição evita conversações com o Presidente sírio Bashar Assad, Kurabi afirmou: “a oposição síria apelou sempre ao diálogo, mas as autoridades apenas empregam força”.
O dirigente da oposição acrescentou que “entre as autoridades e a oposição há uma crise de confiança que existe há já numerosas décadas”.
“Não se pode levar a sério as reformas realizadas na Síria, nem os apelos do poder ao início do diálogo nacional”, frisou.
Segundo ele, o diálogo é possível se for suspenso o derrame de sangue, se as tropas abandonarem as cidades sírias e se os culpados dos massacres da população civil forem julgados.
Kurabi anunciou ter convidado uma delegação do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento russo) a visitar o país e a constatar a situação no local, acrescentando que nas conversações em Moscovo foi “elaborada uma espécie de carta de ações conjuntas para regularizar o conflito na Síria”.
Mikhail Marguelov, dirigente da delegação russa nas conversações, revelou que o Kremlin aceitou o convite e que a visita se deverá realizar depois de 12 de setembro, dia em que ele se irá encontrar com um enviado do Presidente Assad na capital russa.
“Nós constatamos, com dor e tristeza, o aumento da violência na Síria e realizamos encontros com representantes da oposição e das autoridades. Por isso, tencionamos visitar a Síria”, disse.
“A posição da Rússia não mudou e não muda, defende a solução política de todas as crises, incluindo a síria. Estamos convencidos que só o povo sírio, sem qualquer ingerência externa, tem o direito de resolver os problemas que se colocam perante a sociedade síria”, frisou.
Marguelov, que é também representante especial do Presidente russo para África, condenou o derramamento de sangue e reafirmou que o seu país tenciona estimular o diálogo político da Síria.
1 comentário:
A Rùssia não pode perder a Base Naval de Tartus á todo o custo. Isto é uma questão estratégica militar para o Kremlim, que apoia as suas pretenções e interesses no Oriente Médio.
A perda desta base para a OTAN irá arruinar os interesses russos no Oriente Médio!
Mas se caso a Rússia perder esta base de reabastecimento, o Kremlim deverá destinar um orçamento mais vultuoso para a Marinha Russa desenvolver navios destroyers, fragatas e porta-aviões de propulsão nuclear, para amenizar a suposta perda desta base!
Enviar um comentário