quarta-feira, novembro 23, 2011

Moscovo ameaça renunciar ao desarmamento se Estados Unidos avançarem com sistema de defesa antimíssil

O Presidente russo, Dmitri Medvedev, declarou hoje que, em caso de desenvolvimento desfavorável para a Rússia da situação em torno do sistema de defesa antimíssil europeu, o seu país reserva o direito de não dar novos passos no campo do desarmamento e do controlo de armamentos.
Esta ameaça foi feita numa declaração especial feita a propósito da intenção dos Estados Unidos instalarem na Europa elementos do seu sistema de defesa antimíssil.
“Se for desfavorável o desenvolvimento da situação, a Rússia reserva para si o direito de renunciar a novos passos no campo do desarmamento e, por conseguinte, do controlo de armamentos”, precisou ele, numa mensagem transmitida pela televisão russa.
“Além disso, tendo em conta a ligação indestrutível entre os armamentos estratégicos ofensivos e defensivos, podem surgir razões para a saída do nosso país do Tratado START. Isso está previsto no próprio tratado”, acrescentou.
Firmado após longos anos de negociações, em finais de 2010, o START compromete Washington e Moscovo a reduzir de 2.200 para 1.550 o número dos seus mísseis nucleares estratégicos.
Medvedev anunciou que os mísseis balísticos russos serão equipados de forma a superarem o sistema de defesa antimíssil e que as Forças Armadas russas deverão, em caso de necessidade, tomar medidas para destruir os meios de informação e controlo da defesa antimíssil norte-americana.
“Se os meios enumerados não forem suficientes, a Rússia instalará no Ocidente e no Sul do país sistemas modernos ofensivos de armamentos que garantirão a destruição da componente europeia do sistema de defesa antimíssil. Um desses passos será a instalação de mísseis Iskander na região de Kalininegrado”, precisou.
No entanto, o dirigente russo frisou que o seu país continua aberto à continuação do diálogo com os Estados Unidos e a NATO, mas numa base de igualdade que proteja os interesses da Rússia.
“Não fecharemos a porta nem à continuação do diálogo com os Estados Unidos e a NATO sobre as questões do sistema de defesa antimíssil, nem à cooperação prática nesta esfera. Estamos prontos para isso”, declarou.
“A via para isso passa pela criação de uma base jurídica clara da nossa interação, base que garantirá os nossos interesses legítimos”, concluiu.
Alguns analistas russos atribuem esta retórica dura de Medvedev ao fato de se estar em campanha eleitoral na Rússia e o país se encontrar a pouco mais de uma semana de eleições legislativas, marcadas para 04 de dezembro.
Além disso, os dirigentes russos parecem considerar que os Estados Unidos não se encontram na melhor das situações económica e política para avançarem unilateralmente para a instalação do escudo antimíssil.

24 comentários:

Anónimo disse...

O objectivo deste escudo anti-missil não é a defesa dos EUA, nem de longe nem de perto, nem tem o minimo sentido face ás distancias, nem a protecção da europa em relação ao Irão, bem então este argumento do Irão é do mais ridiculo que pode haver.

Os persas são uma civilização notável, desde dário e da batalha de gaugalema que eles não se metem conosco, mas como toda agente já percebeu o Irão é um alvo da agenda dos globalistas.

O objectivo deste escudo anti-missiel é criar o medo junto do povo europeu e criar um sentimento de animosidade em relação à Russia por parte da europa.

Basicamente isto insere-se numa estretégia de guerra psicológica de modo formatar a mente dos europeus, e torná-los o mais anti-russos possivel.

Ao passar a existir um sistema anti-missil, no sub-consciente da população vai-se instalar a ideia que há um perigo real, que de facto não existe.

Vejo isto como um problema para a europa e para os europeus, mais uma vez criado pelos EUA.

HAVOC disse...

Mais uma manobra ofensiva do regime reptiliano, patrocinado pelos aliados europeus covardes. Quem irá sofrer com isso é apenas a Europa, que será fritada pelos mísseis ISKANDER armados com ogivas nucleares!

Se por um acaso, a Rússia retaliar, os gaviões de Washington vão brindar tomando champagne, assistindo o apocalipse europeu de dentro do Salão Oval, já que a América fica a milhares de quilometros do ponto de impacto.

Quando os russos apontaram mísseis para os Estados Unidos, em Cuba, o mundo inteiro condenou. E agora a América está apontando mísseis para a Rússia, e o Ocidente apoia.

Isto é justo? Isto é correto? O modelo de "democracia ocidental" deve ser seguido?

Esse é o mesmo regime que usa drones PREDATOR para assassinar mulheres,idosos e crianças em vilas no Paquistão. Esse é o mesmo regime que apoia o Sionismo,que levanta muros para matar de fome palestinos, que não tem direito de receber nem ajuda humanitária!

Quando a Rússia invadiu a Geórgia, para salvar a população da Ossétia do Sul do massacre, o mundo condenou. Mas quando mísseis HELLFIRE são lançados contra jornalistas em Bagdá pelos americanos, o mundo ocidental apoia.

Um dia isso vai acabar. E minhas esperanças apontam para Moscow!

Não se enganem... Reavaliem seus conceitos, e verão quem é o mocinho e quem é o vilão no cenário geoestratégico atual.

MSantos disse...

"Além disso, os dirigentes russos parecem considerar que os Estados Unidos não se encontram na melhor das situações económica e política para avançarem unilateralmente para a instalação do escudo antimíssil."

Mas na prática é que os Estados Unidos estão a avançar unilateralmente na instalação do escudo, à revelia do que foi acordado na cimeira de Lisboa. E isto com a administração bovina de Obama. Como será quando os radicais conservadores chegarem à Casa Branca.

Os planos de instalação de bases na Polónia, junto à fronteira russa prosseguem. É uma brutal coincidência que o alvo seja o Irão, não é?

Vão basear navios AEGIS em Espanha mas também falam no Mar Negro, e claro essa zona tão próxima do Golfo de Ormuz que é o Ártico.

Se formos a desenhar uma linha no mapa que una todos estes destacamentos podemos até chamá-la RIMLAND. O José Milhazes sabe o que isto significa?

Obviamente que os iranianos rir-se-ão de contentes com este "escudo" que tanto os ameaça.

Se a Rússia está a ser posta completamente à parte deste processo que todos sabemos para o que é, serão legítimas as suas preocupações e as suas "ameaças" que não são de invadirem países mas defenderem-se.

Sei que muita gente aqui acharia benéfico que a Rússia aceitasse o domínio e controlo "benéfico" dos "benignos" EUA, abdicando das suas FAs, da sua economia, pois isso seria melhor para eles.

Mas parece que eles não estão para aí virados. Nem nunca estiveram.
E estão no seu direito.

Cumpts
Manuel Santos

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Manuel Santos, hoje, o antigo comandante das Tropas de Mísseis Estratégicos, afirma que os mísseis actualmente fabricados na Rússia conseguirão superar qualquer sistema de defesa antimíssil nos próximos 20-30 anos. Pergunta-se: o que leva os dirigentes russos a estarem tão preocupados?

PortugueseMan disse...

...os mísseis actualmente fabricados na Rússia...

E quantos existem destes meu caro?

A preocupação dos dirigentes russos é que alguém pensa que com um sistema anti-míssil, será possível usar armas nucleares numa guerra e vencer.

E não é.

A preocupação russa é que neste momento os tratados não valem o papel onde foram redigidos.

Estamos piores que na guerra fria.

Agoram meta o Putin aos comandos e um republicano no outro lado, e vamos ter um agravar desta situação.

Eu volto a dizer alguém anda a pensar fazer uso de armas nucleares e isto não é nada bom.

O mundo piora a olhos vistos.

E o sistema anti-míssil não está só a avançar deste lado, também está a evoluir por outro lado, para os lados da China.

Agora está a avançar uma nova base na Coreia do Sul, para receber os sistemas AEGIS. Juntamos os sistemas no Japão e Austrália e temos sistemas tanto para os russos como para os chineses.

SAVE JEJU ISLAND

The South Korean Government is constructing a naval base on Jeju Island, officially named the “Island of World Peace.” The base will be one of the largest in the world and is located just under 300 miles from the Chinese mainland.

It will be home to both United States and South Korean warships. Including 20 large destroyers, two aircraft carriers, two nuclear submarines, the Aegis ballistic missile defense system and 6,000 soldiers.

Peace and environmental activists, including the democratically elected mayor are in prison for rejecting this dangerous and illegal military project...


http://savejejuisland.org/Save_Jeju_Island/Welcome.html

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, raramente estou de acordo consigo, mas não é desta vez. Só espero é que a direcção russa não cometa o mesmo erro da soviética, que faliu, em grande parte, devido à corrida aos armamentos.

Wandard disse...

"Manuel Santos, hoje, o antigo comandante das Tropas de Mísseis Estratégicos, afirma que os mísseis actualmente fabricados na Rússia conseguirão superar qualquer sistema de defesa antimíssil nos próximos 20-30 anos. Pergunta-se: o que leva os dirigentes russos a estarem tão preocupados?"

Os sistemas serão destruídos por sistemas ofensivos direcionados, o escudo antimíssil apenas funcionará para vetores lançados constra os EUA no sentido leste para oeste via Europa, os maericanos não serão atacados nesta direção, isto é apenas para que os russos de desgastem na concentração de um sistema ofensivo para um lado, enquanto os americanos ganham tempo para recompor sua defesaa contra os novos sistemas ofensivos rusos que já existem e os que estão en desenvolvimento. Esta conversa de 20-30 anos é pura bravata, o escudo antimíssil é só um ensaio na nova guerra fria, os únicos ameaçados e que vão virar um nov teatro de guerra são os europeus, mas o que se pode fazer, parece que gostam. Sofreram com duas guerras mundiais e não aprenderam. Continuem, sigam o líder.

PortugueseMan disse...

Só espero é que a direcção russa não cometa o mesmo erro da soviética, que faliu, em grande parte, devido à corrida aos armamentos.

Sabe que na minha opinião, eles até agora estão a fazer as coisas com algum cuidado.

Apesar dos aumentos brutais em gastos na defesa, eles fazem isso com os lucros das vendas dos recursos energéticos.

E não estão a gastar tudo, têm um grande pé de meia, para dias mais difíceis.

Também não se estão a endividar.

Os gastos parecem-me equilibrados e se continuarem neste rumo não vejo grandes problemas no futuro.

A mim confesso que me preocupa mais a capacidade económica dos EUA. É que eles estão com problemas sérios com as suas dívidas e aquela gigantesca máquina de guerra consome dinheiro em quantidades absurdas.

Que opções estarão na mesa, para o caso de não poderem manter toda a estrutura militar?

Isto é o que me preocupa bastante.

PEDRO disse...

Vou apenas lançar aqui uma hipótese apocalíptica mas meramente especulativa, é apenas uma teoria.

As Elites que detém o Poder e o controlo da criação de dinheiro querem destruir o ocidente.
E Porquê?

Porque o sonho deles é ter uma sociedade de cordeiros obediente que trabalhe 12 horas por dia por umas cascas de alho e não proteste que não questione nada.
E donde poderia vir essa gente?
Da Ásia e Índia e algumas partes do médio oriente.

Assim com uma guerra nuclear desaparecia 90% da população Ocidental e Russa também.

Depois essa elite iria buscar milhões de asiáticos oferecendo emprego para a reconstrução das cidades e infra-estruturas. Só que estes acabavam por ficar cá definitivamente.

Europeísta disse...

Isso é uma pena, quanto menos armas nucleares no mundo, melhor. Engraçado, o tratado de não ploriferação de armas atômicas veta a grande maioria dos países de terem seu arsenal enquanto mantém um punhado de privilegiados. Injusto! O certo é nenhum país ter armas nucleares, meus parabéns a Ucrania que renunciou espontaneamente ao se grande arsenal.

Europeísta disse...

Depois dizem que a Rússia não ameaça o Ocidente....

Pippo disse...

"Depois dizem que a Rússia não ameaça o Ocidente...."

Ameaça tanto quanto o Ocidente a ameaça a ela.

Anónimo disse...

Já deu para perceber que este europeista é o Jest, está na cara.

Anónimo disse...

Mais lenha para a fogueira, estes yankees não prestam mesmo, a resposta ao Medvedev foi em ar gozo, só sabem destabilizar a Europa.

http://pt.euronews.net/2011/11/23/washington-responde-as-ameacas-de-moscovo/

Os Russos e bem para evitar o que se passou na Libia já plantaram 3 fragatas no porto Sírio de Latakia.

Enquanto isso os states estão a deslocar para o mediterraneo Carrier Strike Group Two comandado pelo CVN-77, o George HW Bush, o mais recente porta-aviões americano.

http://hamptonroads.com/2011/11/george-hw-bush-carrier-strike-group-heading-norfolk

HAVOC disse...

Quando as pessoas que postam neste blog vão deixar de se fazer de cegas e reconhecer que neste caso, a vítima é a Rússia?

Será que os portugueses aceitariam viver ao lado da Espanha, sabendo que Madri está apontando mísseis contra Lisboa?

Será que os brasileiros aceitariam viver ao lado da Argentina, sabendo que Buenos Aires está apontando mísseis para Brasília?

Qual seria a resposta para este tipo de agressão? A Otan está nas fronteiras russas, disseminando sua política nefasta contra os interesses russos, será que Moscow não tem o direito legal de responder á isto?

Esta organização fantoche, criada para derrubar a União Soviética não tem mais razão de existir! Quando a União Soviética acabou, os dirigentes da NATO prometeram que nunca se aproximariam das fronteiras russas! Mas afinal, para que existe a NATO?

A União Soviética acabou, não há mais razão da NATO existir, á não ser para disseminar o regime reptiliano do Pentagono pelo planeta!

A NATO e a América é o vilão. Rússia, China, Irã, Paquistão entre outros, estes são os inocentes!

Todos aqui são vítimas de uma lavagem cerebral perpetrada por uma ideologia política expansionista e ditatorial!

O fim da União Soviética foi o maior desastre geoestratégico da história da Humanidade!

MSantos disse...

O sistema antimíssel é apenas a face mais mediática e mais conhecida da contenda Rússia-Estados Unidos.

A preocupação dos russos terá a ver em não quererem a Aliança nas fronteiras do seu território com radares apontados a monitorizar o que se passa no espaço aéreo russo até aos Urais. Querem ter um buffer ou tampão entre forças da NATO, leia-se norte-americanas e a sua zona de influência.

Outro motivo provavelmente será a capacidade dos mísseis russos de iludirem o escudo não ser assim tão boa como o comandante apregoa.
E este sistema está constantemente a ser modernizado e aí nós sabemos que os russos são muito lentos.

Da mesma forma que seria inaceitável para os Estados Unidos, terem bombardeiros russos estacionados nas suas fronteiras, mesmo tendo a melhor defesa aérea do mundo.

Cumpts
Manuel Santos

Pippo disse...

MSantos,

Mesmo que os mísseis russos fossem capazes de furar as defesas norte-americanas, o facto é que, até prova em contrário, essa capacidade permanece uma incógnita. Ou seja, o que os russos sabem, do que eles têm a certeza, é que será instalado um sistema capaz de abater mísseis em pleno voo. Poderá não ser um sistema eficaz, mas alguém quer arriscar fazer o teste?

Ora, com um sistema ABM, os EUA, convencidos da sua invulnerabilidade, poderão tomar posições "ousadas". É o mesmo que acontecia com os Cruzados, que espantavam os sarracenos com a sua coragem: o facto de estarem pesadamente armados (protegidos) dava-lhes uma maior garantia contra ferimentos, e por isso não tinham medo de se atirar ao inimigo que, por norma, estava menos protegido.

Eu não tenho grande medo de uma guerra nuclear russo-americana pois tenho confiança nas lideranças dos dois países e nas respectivas populações. Os líderes russos não são idiotas e sabem bem como são as coisas; e a população norte-americana não será tão louca a ponto de eleger uma Sarah Palin ou similar para a presidência do seu país.

O maior perigo será uma confrontação militar, directa ou, mais provavelmente, indirecta (por "procuração") entre as duas potências. Questões similares à da Geórgia, uma intervenção norte-americana no Irão ou uma reviravolta na Ucrânia, etc, poderão perigar as relações entre os dois países.
Mas daí até ao lançamento de mísseis vai um passo de gigante.

Wandard disse...

A dúvida será diirimida assim que a Otan der continuidade quanto a instalação do escudo. A partir daí muitos analistas terão de procurar outro emprego e a Europa aumentar o número de abrigos.

Anónimo disse...

Já estou a ver a jogada, caso Americanos teimem em meter os misseis na Polónia, em 2012 logo que tomar posse o Putin vai plantar misseis na Venezuela. Esperem para ver.

Para mim, analisando a coisa de forma imparcial e esquecendo as ideologias, os americanos é que estão a esticar a corda e aprovocar os Russos.

A razão estará sempre do lado Russo neste processo.

Anónimo disse...

Rússia arma Siria com o S-300.

http://www.alterinfo.net/La-Russie-arme-la-Syrie-avec-des-missiles-pour-se-defendre-contre-une-attaque-de-l-OTAN_a67065.html

Defenitivamente não acredito que a NATO intervenha, isso seria um desastre e poderia provocar um enorme conflito à escala regional.

Só não sei se esse não é o objectivo da seita globaista que manda nos EUA.

Europeísta disse...

Anonimo 17:56,

O Brasil seria muito burro se deixasse a Rússia instalar mísseis na Venezuela. Mas enfim, isso é pura especulação.

Anónimo disse...

Sobre as tais "invasões ocidentais" que a Rússia sofreu, e mambas, era aliada da Inlaterra. E na última tb dos EUA.

MSantos disse...

Por isso Pippo, eu acho que tal como a Rússia interviu militarmente na Georgia para travar a NATO e deverão ser honestos em assumir essa razão primordial, Os Estados Unidos deveriam também ser honestos e assumir de vez que o escudo antimíssil tem como objectivo países como a China e a Rússia, Rússia que embora sendo parceira em algumas questões, continua uma potência não fiável e com interesses antagonistas.

Seria uma situação mais polarizada mas cada um saberia quais os traços que não poderia pisar, sem as ambiguidades que levaram à guerra da Georgia e a implementação dissimulada de um escudo que todos sabemos qual é o real propósito.

E embora com maior antagonismo, haveria maior segurança.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

"Sobre as tais "invasões ocidentais" que a Rússia sofreu, em ambas, era aliada da Inlaterra. E na última tb dos EUA."

Mas não era nem da Alemanha nem da Austro-Hungria...