segunda-feira, novembro 28, 2011

Moscovo ameaça rever cooperação Rússia-NATO em torno do Afeganistão

O embaixador russo junto da NATO, Dmitri Rogozin, ameaçou hoje que a falta de reação por parte da NATO face à declaração do Kremlin sobre o escudo de defesa antimíssil norte-americano pode levar à revisão da cooperação entre Rússia e NATO, nomeadamente no Afeganistão.

“Se os nossos parceiros não reagirem aos riscos e ameaças previsíveis e proporcionais da declaração, teremos de reanalisar questões das relações com os nossos parceiros noutros setores”, declarou ele na mesa redonda: “Iniciativas Estratégicas do Presidente da Rússia com vista a garantir a segurança nacional e a estabilidade internacional”.

“Uma delas poderá ser o da cooperação em torno do Afeganistão”, acrescentou Rogozin.

Na semana passada, o Presidente russo, Dmitri Medvedev, ameaçou que, em caso de desenvolvimento desfavorável para a Rússia da situação em torno do sistema de defesa antimíssil europeu, o seu país reserva o direito de não dar novos passos no campo do desarmamento e do controlo de armamentos.
Medvedev anunciou que os mísseis balísticos russos serão equipados de forma a superarem o sistema de defesa antimíssil e que as Forças Armadas russas deverão, em caso de necessidade, tomar medidas para destruir os meios de informação e controlo da defesa antimíssil norte-americana.
“Se os meios enumerados não forem suficientes, a Rússia instalará no Ocidente e no Sul do país sistemas modernos ofensivos de armamentos que garantirão a destruição da componente europeia do sistema de defesa antimíssil. Um desses passos será a instalação de mísseis Iskander na região de Kalininegrado”, precisou ele.
Como a NATO não respondeu ao ultimato do Kremlin, este reage agora utilizando o incidente ocorrido na véspera no Paquistão, onde a aviação da Aliança Atlântica bombardeou um posto de controlo das tropas paquistanesas, matando 24 militares.
Segundo analistas russos, se as relações entre o Paquistão e os Estados Unidos se deteriorarem, poderá aumentar sensivelmente o papel da Rússia como corredor de passagem de armamentos e soldados da NATO para o Afeganistão através do seu território.
Este corredor atravessa também o Uzbequistão e Quirguistão, países que poderão ser utilizados na sua política de pressão sobre os Estados Unidos e NATO.

5 comentários:

Wandard disse...

Na minha opinião a Otan deve continuar insistindo na instalação do escudo e continuar invadindo o espaço aéreo paquistanês e matando seus soldados e a população civil como efeito colateral. Deve dar continuidade aos seus planos de atacar o Irã e a Síria, afinal por que mudar, se esta organização é tão qual o conto do "escorpião e o sapo"

Não pode mudar a sua natureza.

Pippo disse...

A geopolítica é uma coisa lixada!

Os EUA e os seus aliados estão claramente entre a espada e a parede. É o que dá meterem-se numa guerra num país longíquo e inacessível onde a logística tem de depender de países, ou não fiáveis, ou até antagónicos.

No caso do país pouco fiável, temos o Paquistão, país nascido do radicalismo nacionalista islâmico e no qual boa parte da população é pashtune, a nação de onde surgiu o movimento taliban que foi fomentado, doutrinado e usado pela ISI (Inter Serviçe Inteligence) como forma de conferir “profundidade estratégica” ao Paquistão na sua luta contra a Índia.
A promiscuidade entre as autoridades paquistanesas e os islamitas traduziu-se em diversos acontecimentos dos quais destaco os ataques às colunas de abastecimento da NATO/EUA que atravessam o Paquistão; a notória incapacidade do exército paquistanês em eliminar os grupos insurgentes islamitas no seu país (apenas os UAV dos EUA apresentam serviço); a permeabilidade da fronteira afegã-paquistanesa; o acoito que os taliban têm no Paquistão; e claro, como corolário, o caso mais flagrante de termos o Ossama bin Laden a viver pacatamente numa moradia nos arrebaldes de uma Academia Militar paquistanesa.

No caso da Rússia, faz todo o sentido jogar a cartada afegã. Os EUA (e sobretudo Obama) estão altamente comprometidos no Afeganistão e a campanha presidencial pode depender de como correr a guerra, agora que já foi anunciado que ela está na sua “fase final” (um notável exemplo da estupidez política eleitoralista a sobrepôr-se às necessidades estratégicas no terreno). Se a Rússia começar a cortar as autorizações para os voos rumo à Ásia Central, o estrangulamento das forças da ISAF/EUA obrigará os EUA a ceder em toda a linha.
Poderá este ser um trunfo não mãos de Moscovo? Talvez. Mas é bom que a Rússia e os restante países da Ásia Central se preparem para a guerra de insurgência que se avizinha.

Anónimo disse...

Morreu a filha do segundo maior criminoso da história da humanidade (depois de MAO, É CLARO):

http://www.nytimes.com/2011/11/29/world/europe/stalins-daughter-dies-at-85.html?_r=1&hp=&pagewanted=all

Jest nas Wielu disse...

off top:

Os eleitores ossetas se queixam aos seus políticos: “Seria melhor se nós seriamos deixados na Geórgia”
http://rus.expertclub.ge/portal/cnid__10406/
alias__Expertclub/lang__ru/tabid__2546/default.aspx

Jest nas Wielu disse...

Cryanças no respondem pelos pais...
I.O. Stalin