Moscovo, 12 jan (Lusa) - O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patruchev, admitiu hoje, em entrevista ao diário “Kommersant”, a escalada militar de um conflito em torno do Irão e considera que o Ocidente quer castigar a Síria.
“Infelizmente, a tensão em torno do Irão não diminui. Os Estados Unidos consideram o Irão o seu problema fundamental. Tentam transformá-lo de inimigo em parceiro leal, e para isso tentam mudar o regime aí existente de todas as formas”, afirmou.
Patruchev acrescentou que “existe uma probabilidade de escalada militar do conflito, para o qual os americanos empurram Israel” e não excluiu também um conflito em torno da Síria.
“Chega-nos informação de que os membros da NATO e alguns países árabes do Golfo Pérsico, agindo segundo o cenário líbio, tencionam transformar a atual ingerência indireta nos assuntos sírios numa intervenção militar direta. É verdade que, desta vez, as principais forças ofensivas serão fornecidas não pela França, Inglaterra e Itália, mas talvez pela vizinha Turquia, que rivaliza com o Irão e tem enormes ambições”, frisou.
Para o dirigente russo, “a Síria tornou-se objeto de atenção da nova ‘coligação de interesses’, não apenas só por si. Tentam castigar Damasco não tanto pelas repressões contra a oposição, quanto pela manutenção de relações de aliado com Teerão”, precisou.
Sobre as relações entre a Rússia e a União Europeia, Patruchev, um dos homens mais próximos de Vladimir Putin, defende que “a UE não se tornou um dos centros do mundo multipolar. A França, Grã-Bretanha, Alemanha e outros Estados tentam desenvolver esse papel, mas as suas ações ainda não adquiriram um sentido único”.
Previu ainda que “se a UE for atrás dos EUA e anunciar um embargo da compra de petróleo iraniano, se aumentar até ao extremo as sanções contra Teerão, serão os europeus as primeiras vítimas, e não os EUA, que têm petróleo que chegue”.
15 comentários:
A postura política adotada por Washington para países que não se alinham com sua ideologia é clara!
Não são os problemas internos da Síria que irão justificar um ataque aéreo naquele país, mas sim aumentar a influencia americana no Oriente Médio. Iraque, Afeganistão são os novos fantoches do regime americano e de seus aliados ocidentais, e que irão forncecer petróleo e gás por décadas.
A guerra é lucrativa para a América, porque faz movimentar a sua indústria bélica.
E antecipadamente a América já está mirando em seu futuro inimígo, que é a China comunista, que está provando ao mundo o seu sucesso econômico e também está sedenta por petróleo. Eu considero as reinvidicações chinesas no Mar da China legítimas. E pelo que eu sei, a China nunca invadiu nenhum país em busca de recursos naturais, como estão fazendo os Estados Unidos e seus aliados no Iraque, Afeganistão, Líbia e futuramente no Irã.
E se a Russia não tivesse mais o seu aparato militar, podem acreditar que não existiria mais o território que hoje nós conhecemos, que se extende do Báltico até o Estreito de Bering!
O mundo condena as pretenções chinesas no Mar da China mas não condena os Estados Unidos de bombardear vilarejos, aniquilando mulheres e crianças iraquianas, afegãs e paquistanesas... Sim, os Estados Unidos também estão em guerra com o Paquistão!!!
Do ponto de vista geoestratégico, nenhum país neste planeta é tão hostil quanto os Estados Unidos!!!
O imperialismo americano, que com suas invasões com pretensões falsas derrubam governos não alinhados á sua ideologia tem sido concreto!
E para mim, a palavra imperialismo significa "domínio". Esse é o real objetivo dos estrategistas americanos no mundo. Que todos os outros países se ajoelhem perante o modo de vida americano e que lhes entreguem seus recursos naturais, para alimentar o consumo selvagem da população americana.
E a guerra nunca vai parar! Amanhã será a Síria e o Irã, e depois virá a China, Rússia, Venezuela, etc...
O mundo financia isto, consumindo os filmes, a música, a moeda e as imposições americanas, que está presente em nosso lar, todo o dia!!!
Voz da revolução, está mal informado. A China atacou a URSS em Março de 1959, na península de Damanski e, nos anos 80, atacou o Vietname. Olhe que não são apenas os anjos que têm asas, dizem que os demónios também.
"Voz da revolução, está mal informado. A China atacou a URSS em Março de 1959, na península de Damanski e, nos anos 80, atacou o Vietname. Olhe que não são apenas os anjos que têm asas, dizem que os demónios também."
JM, não queira comparar o incomparavel.
Veja a história bélica dos EUA. Está disponivel em muitos sitio até na wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_wars_involving_the_United_States).
São quase 200 anos de guerras sucessivas.
Os USA são o Império da Guerra.
Isso da China e URSS e Vietname, são pequenos conflitos.
Pequenos conflitos regionais sempre houve desde que existe o ser humano.
Mas acho que nunca na história da humanidade vimos uma Nação tão belicista como os EUA. Já mataram mais gente que o Hitler e Staline e Mao juntos.
No pódio da Carnificina estão eles.
E fazem propaganda de democratas.
"Voz da revolução, está mal informado. A China atacou a URSS em Março de 1959, na península de Damanski e, nos anos 80, atacou o Vietname. Olhe que não são apenas os anjos que têm asas, dizem que os demónios também."
Sr. Milhazes,
Realmente a China cometeu estes ataques, mas estas ações podem se comparar às engendradas pelos Estados Unidos desde a sua formação como "República Democrática" até os dias atuais. Isto se não relembrarmos a própria história europeia e em específico em relação à própria China como as Guerras do Ópio (estas somente do buldogue inglês) e os resultados do levante Boxer em 1899 e claro o Japão.
Realmente na história não existem anjos, mas aonde estão os maiores demônios?
Leitores Pedro e Wandard, já me viram aqui ou noutro lugar a defender a política externa dos Estados Unidos? Eu apenas fez uma precisão histórica, não fiz comparações, porque, na história, as comparações mancam.
Sob o ponto de vista estratégico, faz sentido uma mudança de regime na Síria.
O regime sírio (a par do iraniano) tem tido uma política imperialista na Líbano, apoiando claramente uma das facções em conflito, inundando o país com os seus agentes secretos e políticos e contribuindo directamente para o assassinato de Rafik Hariri.
A eliminação do regime de al-Assad permitirá isolar ainda mais o Hezbollah, permitindo um certo grau de pacificação da política libanesa, quer ao nível interno, quer nas suas relações com Israel;
A mudança também implicará um maior isolamento regional do Irão, o qual já projecta o seu poder no Iraque e hostiliza os países sunitas da região. Sem aliados regionais, o Irão apenas se valerá de si próprio para actual no Médio Oriente, o que poderá não ser suficiente para contrabalançar o Egipto, a Arábia Saudita e a Turquia.
Quanto à possibilidade de um ataque norte-americano a Damasco, é possível mas só numa escala muito limitada, em apoio de tropas intervencionistas da região.
"Quanto à possibilidade de um ataque norte-americano a Damasco, é possível mas só numa escala muito limitada, em apoio de tropas intervencionistas da região."
Pippo,
Com o atual posicionamento de forças russas ao largo do litoral Sírio e a própria importância estratégica dos portos de Latakia e Tartus para a Rússia, não acredito que a Otan ouse em agir.
Ó Pippo deixe lá a Síria e o Irão em paz.
Eles não fazem mal a uma mosca.
Que voçê adore o regime Zionista, tudo bem é aceitável, o que não é aceitável é defender que esse regime ande a mover os seu cordelinhos para que sejam atacados brutalmente pelos USA e NATO.
Mais uma vez, veja a história belicista americana, Inglesa, Francesa, e a Zionista e compare-a com a desses paises que esteticamente apelida de terroristas ou promotores do terrorismo.
E já agora quem é que anda a matar cientistas Iranianos?
Quem que é que urina em cadáveres de supostos talibans? E que provavelmente nem o eram pois aparecem ferramentas de trabalho junto dos corpos em vez de armas?
Mais uma achega:
http://www.nytimes.com/2012/01/13/world/middleeast/russian-ship-perhaps-with-munitions-said-to-reach-syria.html?ref=world
Não digo a NATO, Wandard, mas sim os EUA. E será sempre com tropas da região (turcos, sauditas, jordanos, etc) a intervir no terreno. Mas claro que para isso teríamos de ter mais oposicionistas armados em acção, e parece-me que ainda não se chegou a esse ponto.
"Não digo a NATO, Wandard"
Pippo,
Tudo bem, mas recentemente foi o comandante canadense integrante das forças da Otan na Líbia que quis reposicionar a frota que lá estava em direção ao litoral sírio, recebeu ordens de ficar aonde estava quando a presença das belonaves russas foi confirmada no mês de dezembro passado.
Isso é natural, Wandard, pois a NATO tem duas esquadra em alternância no Mediterrâneo, as SMG1 e SMG2, em missão na Op. Active Endeavour.
O facto é que realmente o regime sírio tem de ser alterado, pois juntamente com o Irão apoia activamente, desde o seu início, os movimentos terroristas Hezbollah e Hamas, cuja missão principal é atacar e destruir o Estado de Israel. E ainda há ignorantes que afirmam que a Síria e o Irão não fazem mal a uma mosca...
Quem é que estará interessado nessa mudança de regime? Para além, obviamente, do Estado judaico, os países sunitas, sobretudo os do Golfo Pérsico, poderão querer aproveitar as convulsões internas sírias para pôr um fim à colaboração entre o Irão dominado por fanáticos e a dinastia al-Assad, alauita e, como tal, xiita. É que encurtar a profundidade estratégica do Irão é uma forma de o constranger ao Golfo.
E hoje, um dos países do Golfo já sugeriu o envio de tropas árabes para a Síria...
http://www.publico.pt/Mundo/emir-do-qatar-sugere-envio-de-tropas-para-a-siria-1529055
Pippo,
Longe de me envolver nas questões religiosas oriundas das divisões dos herdeiros de Maomé, que resultou nas duas correntes (Xiitas e Sunitas), é certo que os Sunitas correspondem a 85% dos islamitas no mundo sendo maioria no Egito e Arabia Saudita, mas são minoria no Iraque e no Irã. O Qatar assim como o Bahrein são capachos dos Estados Unidos e porquê não a Arabia Saudita também, portanto declarações destas nações não são no meu entender idôneas, pois sob o manto de suas questões religiosas ou de acusações contra o Irã ou a Síria, não são imparciais e não estão defendendo questões Árabes e sim interêsses próprios. Se o Irã hoje está sob o regime que se encontra e o Iraque anteriormente esteve sob o regime de Saddam todos sabemos quem são os culpados. Se os Mujahideen viraram "Taliban", temos também o mesmo culpado. Anteriormente ao "Grande Demômio", como denominavam os iranianos a pérola da colonização européia em 1979, os ódios e tranformações destas nações para os dias atuais tem também como culpados a Inglaterra, França e Itália, países ocuparam estes territórios como colônias em um passado muito recente . Os problemas da Síria devem ser resolvidos pelos sírios, os palestinos devem ter o seu país e sua cadeira na Onu. Cientistas iranianos estão sendo assassinados e com toda certeza não estão sendo por agentes da União Africana e certamente quem atirou nos delegados da União Africana em visita a Damasco faz alguns dias não foram manifestantes pacíficos desarmados. O próprio relatório que a Onu apresentou a respeito das mortes na Síria é tão confiável e preciso quanto as armas de destruição em massa do Iraque. Sinceramente eu espero que a Rússia se mantenha firme na questão Síria, e continue com a presença dos seus navios na região.
“existe uma probabilidade de escalada militar do conflito, para o qual os americanos empurram Israel”
Surpreende-me a ingenuidade deste conselheiro em fazer uma afirmação destas, quando todas as evidências apontam ser precisamente o contrário, em especial o poderosíssimo lobby israelita nos EUA que faz muito mais mal à paz e economia mundiais que o apoio inquestionável de Teerão e Damasco a grupelhos terroristas de acção local, como sinal das suas próprias impotências.
Cumpts
Manuel Santos
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