Putin, que já ocupou o cargo de Presidente entre 2000 e 2008, reconhece que a sociedade russa não é a mesma que quando ele chegou ao poder há doze anos atrás e que é mais exigente para com o poder.
“A mudança de exigências face ao poder, a saída da classe média do mundo estreito da construção do seu próprio bem-estar são o resultados dos nossos esforços. Trabalhamos para isso”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, frisou que “a verdadeira democracia não se constrói num instante, nem se copia de modelos estrangeiros” e que “é necessário que a sociedade esteja preparada para o emprego dos mecanismos democráticos”.
Nesse sentido, Putin recorda que desde a queda do comunismo e início dos anos 90, a sociedade russa viveu um difícil processo de amadurecimento que “permitiu tirar o país do precipício, reanimar o Estado e restabelecer a soberania do povo”.
O candidato considera que tudo isso foi conseguido através de métodos democráticos e constitucionais e que a política que realizou no decénio passado foi um “reflexo consequente da vontade popular”.
Este artigo foi publicado no início da campanha eleitoral, quando o homem forte da Rússia enfrenta uma onda de contestação da oposição, que exige a realização de eleições limpas e transparentes.
No passado sábado, essa exigência trouxe para as ruas de Moscovo mais de cem mil pessoas, transformando-se na maior manifestação anti-Putin.
Neste artigo, o quarto de uma série que constitui o seu programa eleitoral, o primeiro-ministro recorda que para o Parlamento foi enviada uma série de projetos-lei com vista a liberalizar o sistema político do país.
Além disso, propôs a aprovação de uma norma que obrigue o Parlamento a examinar toda a iniciativa social que reúna cem mil ou mais assinaturas na Internet, que, segundo ele, se deve transformar num instrumento de democracia direta, principalmente a nível municipal e regional.
Putin voltou a insistir na necessidade de pôr fim à corrupção, um dos graves problemas no país.
“A luta contra a corrupção deve ser uma causa nacional”, frisou, mas, por outro lado, considerou que aqueles que apelam ao combate a esse flagelo através da repressão não compreendem que “quando há corrupção, a repressão também pode ser corrupta”.
Segundo ele, as autoridades e a oposição devem compartilhar a responsabilidade política na luta contra a corrupção.
As eleições presidenciais na Rússia estão marcadas para 04 de março e Putin é o candidato favorito.
Os seus adversários são: Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista, Serguei Mironov, líder da força social-democrata Rússia Justa, Vladimir Jirinovski, nacionalista do Partido Liberal Democrático, e o magnata Mikhail Prokhorov.
P.S. Depois de cada grande manifestação da oposição, Putin publica um artigo a fazer novas promessas de liberalização. Mas qual será a razão?
2 comentários:
JM, abra a pestana. Você tanto tempo a viver aí no Inferno e ainda não sabe as manhas ao Demo? NADA do que diz Putin ou os seus lacaios vale pelo que é, ou seja, tudo são mensagens cifradas, ordens para a corja. por exemplo: hoje Putin disse que o governo devia incentivar a confiança dos cidadãos e logo depois Passos Coelho apareceu a dizer que os portugueses devem ser menos piegas, mais exigentes e menos complacentes. pois é. Ele manda aqui e em quase todo lado, mas aqui é o ninho da besta, ou seja, o que estes animais estão a ordenar é que se persigam e torturem seres indefesos, um holocausto satânico. A seita tomou conta do mundo.Isto não é uma brincadeira. Oxalá fosse!
Eu não creio que ele tenha a menor vontade de transformar a Rússia numa democracia nos moldes ocidentais, aliás nenhum desses aí que concorrem com ele tem, talvez, com a exceção do milinário independente.
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