sexta-feira, abril 27, 2012

A Estratégia da Rússia


Texto traduzido e enviado pelo leitor Pippo:

"24 de abril de 2012

Por George Friedman

O colapso da União Soviética em 1991 reverteu um processo que estava em curso desde a emergência do Império Russo no século XVII, o qual visava incorporar quatro elementos gerais: Europa Oriental, Ásia Central, o Cáucaso e a Sibéria. O eixo S. Petersburgo-Moscovo era o seu núcleo, e a Rússia, Bielorússia e Ucrânia eram o seu centro de gravidade. As fronteiras eram sempre dinâmicas, principalmente em expansão, mas periodicamente em contratação conforme a situação internacional do momento. Na sua maior extensão, de 1945 a 1989, incorporaram a região central da Alemanha, dominando as terras tomadas aquando da Segunda Guerra Mundial. O Império Russo nunca esteve em paz. Tal como acontece com muitos impérios, sempre houve parcelas de território onde havia resistência (às vezes violenta) e zonas de fronteira cobiçadas por outras Potências - bem como partes de outras nações que a Rússia cobiçava.

O Império Russo subverteu a suposição de que o poder político e militar exige uma economia forte: ele nunca foi próspero, mas foi frequentemente poderoso. Os russos derrotaram Napoleão e Hitler e confrontaram os muito mais ricos norte-americanos por mais de quatro décadas durante a Guerra Fria, apesar de terem uma economia menos desenvolvida ou menos avançada. Certamente houve vezes em que a fraqueza económica russa minou o seu poderio militar, mas para compreender a Rússia é importante começar por compreender que a relação entre o poder militar e o económico não é uma coisa simples.

Economia e Segurança

Há muitas razões para a disfunção económica da Rússia, mas a primeira explicação, se não mesmo a explicação mais completa, é a geografia e as vias de comunicação. Os russos e os ucranianos têm algumas das melhores terras agrícolas do mundo, comparáveis às do Mid-West norte-americano. A diferença está nas vias de comunicação, ou seja, na capacidade de mover a colheita para o resto do império e os seus centros populacionais distantes. Onde os Estados Unidos têm o sistema fluvial Mississippi-Missouri-Ohio que integra a área entre Montanhas Rochosas e as Apalaches, os rios da Rússia não fornecer uma “estrada” integrada para o país, e dado as distâncias e a falta de meios de transporte alternativos, os caminhos de ferro russos nunca foram capazes de sustentar, de forma consistente, o transporte de granéis agrícolas.

Isso não quer dizer que não houvesse integração na economia do império e que isso não servisse como um factor de vinculação das suas províncias. Contudo, a 
fraca integração económica e a fraqueza nos transportes dos produtos agrícolas limitavam dramaticamente a prosperidade individual no Império Russo e na União Soviética. Ao mesmo tempo, o subdesenvolvimento relativo do império e da união impossibilitou-os de competir com sucesso com a Europa Ocidental. Em suma, havia uma motivação económica dentro das partes constituintes do império e da União para a integração. A um nível inferior de desenvolvimento económico, poderia haver sinergias entre estas nações.


A economia foi um dos factores de união, quer no Império Russo, quer na União Soviética. O outro foi o aparelho militar e de segurança. O aparelho de segurança russa em particular desempenhou um papel significativo na manutenção do império e mais tarde, da União e, em muitos aspectos, era a instituição mais moderna e eficiente que eles tinham. Quaisquer tentações que as repúblicas pudessem ter tido de deixar o império ou a União foram sistematicamente reprimidas pelas forças de segurança internas que detectavam e destruiam a oposição à centralização. Coloquemos a situação desta forma: o exército criou o império. O alinhamento dos interesses económicos foi a força fraca segurando-o; e o aparelho de segurança foi a força forte. Se o império e a União quisessem sobreviver, eles precisariam de relações económicas ordenadas de tal forma que algumas regiões ficariam em desvantagem e outras em vantagem. Isso só poderia acontecer se o Estado fosse forte o suficiente para impor essa realidade. Uma vez que o próprio Estado era limitado na maioria das suas dimensões, o aparelho de segurança substituío-o. Quando o aparelho de segurança falhou, como aconteceu no final da I Guerra Mundial ou em 1989-1991, o regime não pôde sobreviver. Quando ele teve sucesso, foi mantida a integridade do Estado.


No Império Russo, a força económica  e as forças de segurança foram complementadas por uma ideologia abrangente: a da Igreja Ortodoxa Russa, que forneceu a justificativa para o sistema. O aparelho de segurança do Estado trabalhou com a Igreja e contra elementos dissidentes de outras religiões no império. Na União Soviética, a ideologia religiosa foi complementada com a ideologia secular do marxismo-leninismo. A União Soviética usou o seu aparato de segurança para tentar uma transformação da economia e para esmagar a oposição ao alto custo desta transformação. Em certo sentido, o marxismo-leninismo era uma ideologia mais eficaz, pois a ortodoxia russa criou diferenciais religiosas, enquanto o marxismo-leninismo era hostil a todas as religiões e pelo menos teoricamente, indiferente às muitas etnias e nações.


A queda da União Soviética realmente começou com uma crise na economia que criou uma crise na força de segurança, a KGB. Foi Yuri Andropov, chefe do KGB, que começou a entender o grau em que a economia da União Soviética estava falhando sob a crescente corrupção dos anos Brejnev e os custos de gastos em defesa. A KGB entendeu duas coisas: a primeira foi que a Rússia teria que se reestruturar (Perestroika) ou colapsar. A segunda foi que a insularidade tradicional da União Soviética teve que ser mudada e os soviéticos tiveram de se abrir-se à tecnologia e métodos ocidentais (Glasnost). O líder soviético Mikhail Gorbachev foi um reformador, mas ele era um comunista tentando reformar o sistema para salvar o Partido. Ele estava a seguir o modelo do KGB. A sua aposta, assim como a de Andropov, era que a União Soviética poderia sobreviver e abrir-se ao Ocidente sem entrar em colapso e que poderia negociar interesses geopolíticos, como a dominação da Europa Oriental, e relações económicas, sem a ruptura da União Soviética. Eles perderam a aposta.


O colapso da União Soviética


A década de 1990 foi um período catastrófico para a antiga União Soviética. Exceptuando em algumas regiões, o colapso do estado soviético e do aparelho de segurança levou ao caos, e a privatização transformou-se em roubo. Não surpreendentemente, a parte mais sofisticada e bem organizada do aparelho soviético, a KGB, desempenhou um papel importante na cleptocracia e reteve, mais do que as  outras instituições, a sua identidade institucional. Com o tempo, o seu controlo sobre a economia reviveu informalmente até que um de seus representantes, Vladimir Putin, emergiu como o líder do Estado.


Putin desenvolveu três princípios. A primeira era que o sistema de segurança era o coração do Estado. A segunda foi que Moscovo era o coração da Rússia. O terceiro foi que a Rússia era o coração da ex-União Soviética. Estes princípios não foram subitamente impostos. O poder da KGB, rebaptizado como FSB e SVR, lentamente transformou-se de um sistema de dominação informal através cleptocracia para uma dominação mais sistemática do aparelho do Estado pelos serviços de segurança, reinstituindo o antigo modelo. Putin assumiu o controlo dos governos regionais, nomeando governadores e controlando a indústria fora de Moscovo. Mais importante, ele cautelosamente guindou a Rússia de volta ao lugar de primeiro entre iguais na ex-União Soviética.


Putin chegou ao poder na esteira da guerra do Kosovo. A Rússia insistira para que o Ocidente não entrasse em guerra com a Sérvia, o que restava da antiga Jugoslávia. A Rússia foi ignorada e sua falta de influência humilhou o presidente Boris Yeltsin. Mas foi a Revolução Laranja na Ucrânia que convenceu Putin de que os Estados Unidos pretendiam quebrar a Rússia caso alguém como Yeltsin estivesse na liderança. A Ucrânia é economica e geograficamente essencial para a segurança nacional da Rússia, e Putin viu a tentativa de criar um governo pró-ocidental que queria aderir à NATO como uma tentativa de Washington, usando o financiamento da CIA a organizações não-governamentais que pressionam por uma mudança de regime, de enfraquecer permanentemente a Rússia. Com o sucesso da Revolução Laranja, Putin avançou para rectificar a situação.


O primeiro passo foi deixar claro que a Rússia havia recuperado uma parte substancial do seu poder e estava disposto a usá-lo. O segundo passo foi demonstrar que as garantias americanas não valiam nada. A Guerra Russo-Georgiana de 2008 alcançou ambas os objectivos. Os russos realizaram uma operação ofensiva e os americanos, atolados no Iraque e no Afeganistão, não puderam responder. A lição não foi apenas para a Geórgia (que, à semelhança da Ucrânia, também pedira a adesão à NATO). Também foi para a Ucrânia e todos os outros países da antiga União Soviética, demonstrando que a Rússia iria novamente ser o coração da Eurásia. De facto, um dos últimos projetos de Putin é a União da Eurásia, ligando a Rússia, Cazaquistão e Bielorrússia, o que constitiu uma grande fatia económica  e militar da antiga União Soviética. Adicione a Ucrânia e a União Soviética emergirá ainda mais.


Refazendo a União


Para a Rússia, a recriação de uma União é uma necessidade estratégica. Como o afirmou Putin, a queda da União Soviética foi uma catástrofe geopolítica. A Rússia necessita da integração económica, sobretudo tendo em conta a nova estratégia económica da Rússia pós-soviética, que é a exportação de matérias-primas, particularmente a energia. Alinhar-se com estados como o Cazaquistão (para a energia) e Ucrânia (para os cereais) confere a Moscovo influência no resto do mundo, particularmente na Europa. Tão importante, que proporciona profundidade estratégica. O resto do mundo sabe que uma invasão da Rússia é inconcebível. Os russos podem concebê-la. Eles lembram-se que, em 1932, a Alemanha estava de rastos e que em 1938 já era esmagadoramente poderosa. Seis anos não é muito tempo, e apesar de, actualmente, tal evolução ser improvável, do ponto de vista da Rússia tal perspectiva deve ser levada a sério, a longo prazo – ou seja, há que planear para o pior e esperar o melhor.


Portanto, o coração da estratégia russa, depois de ressuscitar o poder do Estado na Rússia, é criar um sistema de relações no seio da antiga União Soviética que irá proporcionar o alinhamento económico e a profundidade estratégica, mas sem conferir à Rússia a obrigação insustentável de subscrever as políticas internas dos outros Estados . Ao contrário do Império Russo ou da União Soviética, a estratégia de Putin consiste em aproveitar as relações estabelecidas numa base de mutualidade sem contudo se responsabilizar pelos outros Estados.


Para alcançar este objectivo, as guerras dos EUA no Iraque e Afeganistão foram uma dádiva de Deus. Até ao 11 de Setembro, os Estados Unidos haviam-se envolvido profundamente no desmantelamento da antiga União Soviética, integrando as partes seccionadas no sistema ocidental, como foi o caso dos países bálticos. Com o 11 de Setembro, os Estados Unidos ficaram obcecados com a guerra aos jihadistas, dando à Rússia uma janela de oportunidade para se estabilizar e aumentar o seu poder regional.

À medida que os Estados Unidos vão saindo do Afeganistão, a Rússia tem de se preocupar  com o facto de que Washington irá reforçar o seu interesse na China com um foco renovado na Rússia. O possível fim daqueles conflitos não é do interesse da Rússia. Portanto, uma parte da estratégia externa russa é a de aumentar a obsessão prolongada dos EUA com o Irão. Actualmente, por exemplo, a Rússia e o Irão são os únicos grandes países que apoiam o regime de presidente sírio, Bashar al Assad. A Rússia quer ver uma Síria pró-iraniana - não porque seja do seu interessa a longo prazo mas porque, no curto prazo, qualquer coisa que absorva a atenção dos Estados Unidos aliviará a possível pressão sobre a Rússia, dando-lhe mais tempo para a reorganização da ex-União Soviética.

A crise na Europa é igualmente benéfica para a Rússia. O mal-estar que a Alemanha tem com a União Europeia ainda não originou – e pode nem vir a originar - uma ruptura. No entanto, esse mal-estar da Alemanha significa que ela está à procura de outros parceiros, em parte para aliviar a pressão sobre a Alemanha e em parte para criar opções. A Alemanha depende das exportações energéticas russas, e apesar destas poderem vir a diminuir nos próximos anos, a Rússia está de momento a lidar com o seu futuro imediato. A Alemanha está à procura de outros potenciais parceiros económicos e, mais importante ainda, num momento em que a Europa está passando por uma tensão extrema, a Alemanha não quer ser envolvida numa tentativa americana de redesenhar as fronteiras russas. O sistema de defesa de mísseis balísticos não é um factor significativo nas relações entre os países, uma vez que não ameaça a Rússia, mas a presença dos EUA na região é preocupante para Moscovo. Para a Rússia, convencer a Alemanha da sua visão de que os Estados Unidos são uma força desestabilizadora seria uma tremenda realização.

As outras questões são colaterais. A China e a Rússia têm problemas, mas a China não representará uma ameaça significativa para o núcleo dos interesses russos a menos que ela escolha invadir a orla marítima da Rússia, o que não irá acontecer. Existem diferendos económicos e políticos, é claro, mas a China não está no centro das preocupações estratégicas da Rússia.

Para a Rússia, a principal preocupação estratégica consiste em dominar a ex-União Soviética sem se tornar no seu patrão. A Ucrânia é o elemento chave que falta, e um longo e complexo jogo político e económico está a decorrer para se atingir esse objectivo. A segunda jogada está a ser realizada na Ásia Central, onde a Rússia está sistematicamente reafirmando a sua força. A terceira jogada será nos países bálticos, onde a Rússia ainda não actuou. E há o conflito interminável no norte do Cáucaso, que sempre abre a porta para reafirmar o poderio russo no sul. A Política Externa da Rússia está construída em torno da necessidade de ganhar tempo de forma a poder completar a sua evolução.

Para fazer isso, em primeiro lugar os russos devem manter os Estados Unidos distraídos, e a estratégia da Rússia no Médio Oriente serve esse propósito. Em segundo lugar, A Rússia deve "garantir" o Ocidente, chamando a Alemanha para um relacionamento económico mutuamente benéfico sem gerar uma maior resistência por parte da Polónia ou um incremento da presença norte-americana no país. Se isso pode ou não ser alcançado depende tanto do Irão como da Rússia.

A Rússia chegou muito longe relativamente ao ponto onde Yeltsin a deixou. As forças de segurança estão novamente no centro do Estado, Moscovo domina a Rússia e esta está a movimentar-se com vista a dominar a antiga União Soviética. O seu principal adversário, os Estados Unidos, está distraído, e a Europa está fraca e dividida. Evidentemente, a Rússia é economicamente disfuncional, mas isso tem sido o caso durante séculos e tal não significa que a Rússia venha a ser sempre fraca. Por enquanto, a Rússia contenta-se em ser forte naquilo que ela designa o seu “Estrangeiro Próximo”, ou seja, a antiga União Soviética. Tendo chegado até aqui, constata-se que ela não está a tentar resolver problemas insolúveis."

23 comentários:

Jest nas Wielu disse...

Citação: "Os russos derrotaram Napoleão e Hitler e confrontaram os muito mais ricos norte-americanos..."

Neste blogue Pippo defende cerradamente que URSS não é Rússia e como tal não responde sobre os crimes da URSS, no artigo Pippo afirma exatamente oposto, que russos derrotaram Hitler (e os soviéticos fizeram o que?). Não sei em que ficamos...

Pippo disse...

Já todos percebemos que, devido às suas limitações intelectuais, ao leitor Jest é difícil pedirmos que faça algo mais do que simplesmente se limitar a papaguear argumentos ridículos.
Contudo, como é sabido que o leitor Jest sabe ler, seria expectável que ele já tivesse percebido que o texto é uma TRADUÇÃO como, aliás, está desde logo indicado no INÍCIO:

"Texto traduzido e enviado pelo leitor Pippo:

"24 de abril de 2012
Por George Friedman"

Portanto, se quer saber em que é que fica, pergunte ao George Friedman.

Em todo o caso, que é o que realmente interessa do texto, aqui fica a análise geopolítica: a Rússia continua a crescer e a Ucrânia está, lentamente, a ser absorvida, sem que à Rússia sejam impostas responsabilidades face aos seus vizinhos, mas ficando a Rússia numa posição claramente dominante face aos demais Estados.

Europeísta disse...

Esse texto é de um frieza e maquiavelismo tipicamentes marxista-lieninistas. Impressionante o raciocínio lógico elaborado sem nenhuma consideração a vontade desses povos em questão. Não interessa mesmo saber se o povo ucraniano que mesmo essa união? Se o imperialismo americano é tão nefasto como alguns acreditam aqui, isso não é ainda pior? Joga-se com a soberania de países como se fosse um simples jogo de xadrez. A Ucrania e os demais países da URSS seriam os peões.

Pippo,

nao seja desonesto! De todos os leitores daqui desse blog vc só náo perde pra aquele brasileiro neo-nazi. Vc diz sim que a Rússia nao é URSS para mal, mas para o bem vc diz que os dois sao os mesmom. Quando é contestado, no lugar de contrargumentar, inicia uma série de ataques pessoais como tentativa de desqualifica o argumento desagradável. Vc já leu um livro do Schopenhauer sobre argumentação desonesta? Vc é o mais retórico de todos aqui!

Pippo disse...

"Europeísta", não seja tolinho. Em primeiro lugar, parece que, tal como o seu alter-ego, você não sabe ler.
Volto a salientar: o texto é uma TRADUÇÃO de um artigo da Stratfor escrito pelo George Friedman. Isso, aliás, está desde logo indicado no INÍCIO:

"Texto traduzido e enviado pelo leitor Pippo".

Ficamos assim conversados quanto ao "maquiavelismo tipicamente marxista-leninista" do George Friedman, personagem que, obviamente, você não deve ter cultura para saber quem é (vá, pode ir agora investigar na net).

Quanto à comparação entre o personagem nacionalista e russófobo Jest e eu, admito que você só escreve o que escreve por defeito de "juventude" neste blog. Eu escrevo maioritariamente sobre geopolítica e não perco tempo a enxovalhar a Ucrânia ou os ucranianos; em compensação, o seu paladino Jest não perde uma oportunidade para manifestar o seu desprezo pela Rússia, pelos seus líderes e pelos russos.

Relativamente a essa de eu dizer que URSS e Rússia são o mesmo quando é para o bem, dê-me três exemplos, devidamente contextualizados, em que eu o tenha afirmado, isto é, sem ser em contestação a afirmações absurdas iniciais do estilo "A Rússia é responsável pelo Holomodor", ao que eu obviamente contesto dizendo que se tem as responsabilidades da URSS, então tem os mesmos direitos.

Por fim, quanto às capacidades de argumentação... sinceramente, não é você que me vai dar lições, pois não? Basta ver a tal "frieza maquiavélica tipicamente marxista-leninista" do George Friedman!!! :0D

Anónimo disse...

Por favor uma correção na frase:

"Os russos derrotaram Napoleão e Hitler..."

que ficaria mais correta:

"O inverno russo derrotou Napoleão e Hitler..."

Anónimo disse...

O inverno russo derrotou Napoleão e Hitler..


Pelo oque eu sei o inverno so congelou umas das 3 tropas de hitler a russia derrotou sim a alemannha nazista. e claaro que houve a ajuda americana mais se nao fosse a grande capacidade industrial sovietica ajuida nao serveria de nada ja que o eua so mandava o minerio de ferro. intao dizer que o frio derrotou o nazismo e ridiculo. alemanha caiu mesmo foi em lemingrado, stalingrado e kursk

PEDRO LOPES disse...

Anónimo disse...
Por favor uma correção na frase:

"Os russos derrotaram Napoleão e Hitler..."

que ficaria mais correta:

"O inverno russo derrotou Napoleão e Hitler..."


Outra vez a mesma boçalidade, já tantas vezes desmistificada aqui neste blog.

Em relação ao artigo enviado pelo Pippo dou os parabéns pois está muito interessante.

Pippo disse...

Não é bem assim, anónimo. O Inverno, tal como o deserto, a selva ou a montanha, é um factor mais a ter em conta pelo estratega militar. Mas se só houvesse o factor meteorológico, sem haver exército russo ou soviético para flagelar, perseguir e destruir o inimigo, os franceses ou os alemães teriam conquistado o território.

Roman disse...

Anónimo disse...
Por favor uma correção na frase:

"Os russos derrotaram Napoleão e Hitler..."

que ficaria mais correta:

"O inverno russo derrotou Napoleão e Hitler..."


Esta gente anónima é sempre com as mesmas piadas :) Eu, sinceramente, não entendo, para que é que as pessoas escrevem estas ... hmm... como é que dizer para não ofender.., pronto, estas "coisas"? Deve ser para mostrar a sua "inteligência" e o conhecimento profundo das características climáticas do inverno Russo. Mas mesmo assim, parece que têm um certo grau da incerteza, senão não teriam escrito como "anónimos".

Mas essa "frieza maquiavélica tipicamente marxista-leninista" do George Friedman é do maior! É magaLOL mesmo! :)

P.S. 2Pippo. Obrigado pela tradução. É um bom artigo com a análise professional. Aliás, como sempre da Stratfor.

Jest nas Wielu disse...

off top

O que Gagarin recebeu do estado soviético como recompensa: http://www.istpravda.com.ua/short/2011/04/18/36290/

MSantos disse...

Excelente texto que só vem corrobar as análises que já temos feito aqui neste blogue há anos. A STRATFOR é sem dúvida o mais imparcial e analítico dos think tanks e George Friedman consegue ter uma lucidez, objectividade e imparcialidade inabituais neste tipo de organizações anglo-saxónicas.

Estou a começar a ler " A próxima década"

Bem escolhido Pippo. Eu também brevemente irei postar um artigo da STRATFOR já não tão imparcial mas que será um bom tema de discussão.

Haja comentadores lúcidos e sem extremismos.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Hajam

Pippo disse...

Obrigado Roman e Manuel Santos.

De facto, de vez em quando parece-me saudável discutir-se um pouco sobre metapolítica e, nomeadamente, geopolítica, que parece ser uma ciência um pouco esquecida ou, no mínimo, facilmente abusada por certos extremistas que deambulam por aí.

A realidade pode e deve ser observada e discutida de forma racional e desapaixonada, e este artigo, na minha opinião, faz isso mesmo.

É um facto que, em termos de PODER, a Rússia calcorreou um grande caminho desde os idos anos 90, em que se afundou na maior das vergonhas a ponto de ser simplesmente humilhada na arena internacional.

Actualmente, mau grado as graves deficiências políticas e económicas do país, a posição da Rússia melhorou substancialmente a ponto de ter colocado um travão às pressões expansionistas dos EUA e seus aliados, tendo assegurado o Cáucaso (apesar da constante insurgência dos seus povos muçulmanos) e estando, neste momento, numa fase de "absorção" do estrangeiro próximo, com o cada vez maior domínio sobre as empresas estratégicas ucranianas e o projecto da União Eurasiática, o que me parece ser a melhor forma de integrar territórios à volta de um "núcleo duro" que será a Rússia.

Provavelmente, o futuro passará por uma crescente integração da Ucrânia e da Ásia Central nessa União Eurasiática, a par de acordos de defesa com a Arménia e, quem sabe, com outros países limítrofes.

PortugueseMan disse...

É um artigo bastante interessante.

Hoje em dia confesso ter muita curiosidade no caminho que tanto a Ucrânia como a Bielorrússia, vão percorrer.

A Ucrânia com a sua divisão, gera um país políticamente instável, que a meu ver a única coisa coisa que a Rússia terá como prioridade nos próximos anos será diminuir/acabar qualquer dependência que tenha. Essa estratégia vê-se claramente com a construção de pipelines alternativos ou a assimilação da Antonov.

No caso da Bielorrússia, o que irá acontecer quando se mudar de líder...

Vai haver ainda muita instabilidade por estas zonas e confesso que na minha ideia das coisas a Rússia não vai querer envolver-se demasiado em zonas tão politicamente instáveis. Apesar ser quem são.

Pippo disse...

Discordo de si, PM, apenas por uma razão: para a Rússia, a Ucrânia e a Bielorrússia são a sua "porta" para o Ocidente, e se este espaço for dominado por uma potência estrangeira (como esteve em risco de acontecer há uns anos atrás), a Rússia ficará isolada por um "cordão sanitário". Actualmente o domínio, obviamente, não implica uma ocupação ou uma opressão dos povos, mas tão somente o controlo de matérias chave como, por exemplo, o de sectores estratégicos da economia (energia, grandes empresas, etc.).

Curiosamente, os passos geoestratégicos que a Rússia tem dado têm sido os mesmos que tinham sido avançados há anos por um geoestratega russo cujo nome, ao que parece, incomoda alguma gente por estas bandas :0) E todavia, o George Friedman, na sua análise, confirma tudo o que havia sido dito pelo tal personagem...

Wandard disse...

Pippo,


Parabéns pelo artigo. Este é o exemplo de uma análise imparcial e não os textos tendenciosos que costumam sempre serem publicados.


Abraço,

Europeísta disse...

Eu não vejo nehuma razão para um ocidental defender a Rússia? e pq? Por que alguém defenderia uma civilização antagônica da sua? Isso faz algum sentido? Se Rússia vier a jogar suas bombinhas na Europa elas vão cair sobre a cabeça desses mesmos que estão a defende-la. Isso me parece tão pouco sensato!

PortugueseMan disse...

Caro Pippo,

Talvez não me tenha explicado bem. Quando digo que a Rússia quer diminuir/acabar com qualquer dependência que tenha com estes países, apenas me refiro no sentido Russia - Ucrânia/Bielorrússia.

A Rússia quer que estes (e vai ter a meu ver) países estejam/mantenham a sua dependência à Rússia.

Foi exactamente por existir esta dependência que potências estrangeiras falharam ao tentar puxar a Ucrânia para o seu lado.

Outros podem oferecer uma linda democracia e vida melhor para todos, mas promessas não enchem a barriga de quem tem fome, e quem está e sempre esteve a ajudar a Ucrânia em algo tão crucial como a energia foi a Rússia.

A Rússia ao diminuir a sua dependência para com outros, ganha uma mão mais forte no campo político e neste campo, nunca sabemos quem são os próximos a ganhar as eleições. Mas quem quer que as ganhe não pode (e não vai ignorar) a Rússia.

A Rússia prepara-se para ambos os países, em lidar com qualquer líder que venha no futuro. Sem necessidade de grandes envolvimentos, pois serão os futuros líderes da Ucrânia/Bielorrússia que terão que ter em linha de conta a posição russa sobre o assunto.

MSantos disse...

Sem dúvida que a Ucrânia e Bielorússia fazem parte da irmandade eslava que será essencial para a reconstituição que a Rússia está a fazer do que era a URSS.

Cumpts
Manuel Santos

Pippo disse...

"Europeísta", acho que deveria ser bem mais comedido nessas suas avaliações sobre os "ocidentais" vs Rússia pois, como se constata, essa sua visão, para além de cega, é altamente xenófoba e chauvinista.

Explique-me porque diabo é que um tipo, só por ser "ocidental", não há de "defender" a Rússia, ou visto de outra forma, porque é que há de querer atacar esse país?

Não faz qualquer sentido essa sua frase "profética" do "se Rússia vier a jogar suas bombinhas na Europa (...)". Em primeiro lugar, a Rússia também é Europa; em segundo lugar... porque raio é que a Rússia haveria de largar "bombinhas" na Europa (Ocidental)?

Alguma vez a Rússia fez mal a Portugal? Ou a Espanha? Itália? França? Reino Unido? Grécia? Sabe perfeitamente que não. Mas se soubesse História, então saberia que a França, o Reino Unido e a Itália intervieram na Rússia por várias vezes.

Quanto à sua visão xenófoba/chauvinista da geografia, deime-me dizer-lhe que, para mim, não há cá dessas parvoíces de "Europeu Ocidental vs Europeu Oriental". Ou há europeus ou não há, e os russos são europeus, tão europeus como os portugueses, a espanhóis, a gregos, etc...

Portanto, essas divisões totalmente artificiais, para mim, não fazem qualquer sentido, e como tal, não vejo porque é que o "ocidental" não há de "defender" a Rússia, a Ucrânia, a Arménia, etc.

Pippo disse...

Obrigado, Pedro e Wandard. Infelizmente sobra-me pouco tempo para ir escrevendo coisas de raíz, mas sempre dá para ir fazendo uma traduçãozita aqui e ali. :0)

Unknown disse...

Ora todos nós sabemos que o Gorbachev era um traidor, e até o golpe de 1991 foi montado para terminar com a URSS, o Yelstin estava comunado já, e pior provou isto com as obscenas privatizações dos anos 90. Putin não é nenhum santo, mas devolveu o orgulho e identidade ao povo russo. O País em 1999 quando ele assumiu estava endividado. Passados 20 anos da queda da URSS, hoje a Rússia tem a 2a. maior reserva cambial do mundo(só atrás da China, o Japão não conta porque tem uma dívida externa e interva 7 vezes maior que seu PIB), a Rússia de hoje tem o maior n.universitários da Europa e o 2.do mundo(só perde para os EUA). Voltou a ser o país que mais lança satélites por ano no espaço. Tem o maior arsenal nuclear e biológico do planeta. A 2a. marinha e aéronáutica do globo e o mais profissional exército em qualidade. Putin com uma caneteada só fechou todos os cassinos de Moscou(tinha mais que Las Vegas), mandou pra cadeia o homem mais rico do país por cartel. Tirou da linha de pobreza mais de 55 milhões de russos. Está a investir no aumento da taxa de natalidade. Estes manifestantes de rua são pagos pelos ocidentais, inclusive o atual partido comunista, que nada tem a ver com o da anitga URSS. Putin já deixou nas entrelinhas que com a União Eurasiana, ele pretende ressuscitar em parte a URSS, mas ainda mais poderosa, já que hoje a Europa depende do gás e petróleo russo. Este país tem inesgotáveis fontes de recursos naturais e humanos.

Unknown disse...

Ao leitor que disse que Ucrânia é um "peão" não nem de longe é um "peão" os verdadeiros Peões da Russia são Síria e Irã, estes sim são a "Distração".Já Ucrânia e os etnicamente eslavos são a torre e o cavalo pois são mais "fáceis" de serem usados assim como Hitler usou vários de sua mesma raça durante a segunda guerra e viu a União Soviética como "Aliado" até onde seu interesse pudesse ir....países como Alemanha e frança são as prováveis "Rainha" do tabuleiro atual, pois sua inversão do jogo(sair do bloco EUA e UE) é de suma importância...o resultado disso tudo??? o fim do monopólio americano até sua quebra...ou o fim de vez da Russia e China e estes aderirem ao monopólio!