terça-feira, maio 22, 2012

A revolta de Kengir: crônicas do GULAG

Texto traduzido e enviado pelo leitor Jest:

Nas estepes quentes do Cazaquistão
Levantaram-se os campos especiais
Desdobraram-se as costas cansadas
Não é a hora de se lamentar.
Na rotura sagrada
Se abriram feridas
Não seremos, não seremos escravos
Nem queremos nos jugo portar!
Decaíram os murros que nos separavam,
O irmão encontra irmã,
Pai e filho, esposa e marido
Uma moça saúda o rapaz…

(Hino da revolta de Kengir da autoria do ucraniano Mykhaylo Soroka)

A revolta de Kengir faz parte do movimento da resistência popular dos prisioneiros políticos soviéticos, que abalou o sistema dos campos de concentração de GULAG. A revolta que durou entre 16 de maio e 26 de Junho foi esmagada com blindados T-34.

O campo especial dos prisioneiros políticos № 4 – “Steplag” (campo de estepe) se situava no deserto areoso da província de Karaganda. Localidade de Kengir, hoje Dzhezkazgan, o atual Cazaquistão.

O campo criado em 1948, cercado primeiramente com o arame farpado e depois com um murro de três metros de altura, abrigava duas zonas prisionais: masculina e feminina. A mão-de-obra semiescrava era usada na construção de fábricas, manufaturas, estradas, edifícios habitacionais.

Quando o número dos prisioneiros ultrapassou 3.000 pessoas, campo foi alargado até 5 zonas. Cada zona era separada das restantes por um murro alto e robusto. As pessoas viviam em abrigos feitos na terra, mais de 70 pessoas em cada um. Mais tarde, passaram para as barracas, lá viviam até 200 pessoas. Era a força laboral gratuita, mal alimentada, humilhada, privada de quaisquer direitos e escravizada, a construir “o futuro melhor” no “país socialista mais democrático do mundo”. As suas ferramentas eram a alavanca, marreta, pá e cunha de 12 kg. Tudo era escovado e retirado manualmente, para o transporte eram usadas as carinhas de mão.

No início de 1954 o “Steplag” já abrigava 20.698 prisioneiros, destes 9.596 eram ucranianos (incluindo vários membros e simpatizantes do movimento guerrilheiro ucraniano), 2.661 russos, 2.690 lituanos, 1074 letões, 878 belarusos, no total representantes de 33 nacionalidades, além disso 167 pessoas eram registados pela administração como “outros”.

Nas vésperas da Páscoa de 1954 um dos guardas matou com o fogo da sua pistola-metralhadora 13 e feriu 33 pessoas, dos quias 5 morreram mais tarde. Na terceira zona o guarda, sem um motivo aparente, abateu a tiro o prisioneiro idoso, ao qual faltavam apenas duas semanas para a sua libertação. Numa ocorrência separada, no pátio auxiliar foram assassinados mais de 50 presos.

No dia 16 de maio, mais de 10.000 prisioneiros de Kengir entraram em greve, após a recusa da administração de investigar e punir os guardas responsáveis pelo assassinato das pessoas inocentes, alegando a “tentativa de fuga”, por vezes apenas para ganhar uma fola extra ou um relógio pela “dedicação ao serviço”.

No segundo dia da greve o campo parou por completo. Para desmoralizar os grevistas, a administração transferiu para “Steplag” cerca de 600 criminosos de delito comum, oficialmente classificados não como “inimigos do povo”, mas como “cidadãos soviéticos que optaram pelo caminho de reabilitação”. Quebrados fisicamente e psicologicamente pela resistência organizada dos veteranos do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), uma considerável parte deles optou por apoiar a revolta.

Os prisioneiros cavaram os túneis e abriram as brechas nos murros, unificando todas as zonas e a cadeia interna em uma única entidade. Cerca de 12.000 prisioneiros de diversas nacionalidades uniram-se, elegendo na reunião geral o Comité organizativo da revolta de 16 pessoas. Os revoltosos tomaram o controlo da reserva alimentar, garantiam a continuação do funcionamento da cozinha, cabeleireiro, banhos, lavatórios e outros pontos estratégicos do campo.

O Comité grevista comunicava com a população civil circunvizinha, usando os altifalantes e os papagaios de papel, pedindo informar Moscovo e a intervenção de uma comissão estatal. As negociações com a administração local não levavam aos resultados aceitáveis. O campo era guarnecido pelo perímetro exterior, os chekistas não aceitavam as exigências dos grevistas de parar os desmandos e castigar os guardas – assassinos.

No 40° dia da greve, os franco-atiradores do ministério do Interior mataram os vigias nas barricadas e iniciaram o ataque da sua própria infantaria, secundada pelos blindados. O memorando № 228 dedicado à revolta de “Steplag”, reúne os informes do vice – ministro do Interior da URSS, S. Iegorov, do chefe do GULAG, tenente – general I. Dolgikh, do vice-chefe do GULAG tenente – general V. Bochkov, endereçados ao ministro soviético do Interior, coronel-general S. Kruglov. O memorando confirma o uso em Kengir de cinco blindados T-34, duas divisões de guardas armados de 1600 homens, 98 cães com os guias e três carros de bombeiros com os jatos de água.

Os blindados demoliam os barracos, esmagando as pessoas, usavam as metralhadoras disparando contra a multidão. O médico húngaro Ferenc Varkoni (1920 – 1988) afirma nas suas memórias publicadas em 1956 no Ocidente, que na manha do dia 26 de junho foram esmagados cerca de 500 homens e 400 mulheres. O prisioneiro político ucraniano, Vasyl S. Fursyk, afirmava que pelos dados dos próprios guardas, foram mortos cerca de 1000 pessoas, entre eles 520 mulheres, quase 2.000 foram feridas.

Durante quatro horas os prisioneiros, armados apenas com pedras, tijolos e algumas armas brancas, resistiam às metralhadoras e aos tanques. Era a revolta dos milhares de invencíveis que tiveram a coragem de defender a sua própria dignidade. Mesmo após o ataque dos blindados, os revoltosos não se renderam imediatamente, recuando e transformando as suas barracas em último reduto da resistência.

Os participantes ativos da revolta (cerca de 500 homens e 500 mulheres) foram transferidos para Magadan, recorda um dos participantes, ucraniano Yuriy Ferenchuk, condenado aos 25 anos de campos de concentração e 5 anos de exílio especial.

Vários factos sobre a revolta são conhecidos graças ao livro de um outro resistente, ucraniano Volodymyr M. Karatash. Nascido em 1926 na região de Odessa e proveniente de uma família destroçada pelo regime soviético, ele chegou a ser condenado à pena capital pelos nazis. Preso pelo NKVD, recebeu a sentença de 8 anos de prisão e mais tarde, em 1953, a pena capital. Depois da morte do Estaline, o fuzilamento foi substituído pela prisão e exílio. Após o fim da revolta, ele juntamente com outros 305 prisioneiros foi transferido para a Kolyma e em 1956, cumprindo 12 anos da sua pena, foi absolvido pelo Presídio do Conselho Supremo da URSS com a anulação das condenações.

por: Bohdan Melnychuk, deputado municipal da VO Svoboda
       
Fonte:

52 comentários:

Pippo disse...

Para que não haja dúvidas acerca da posição política que está na origem do texto (já nem falo da tradução):

http://en.wikipedia.org/wiki/All-Ukrainian_Union_%22Svoboda%22

A Página Vermelha disse...

Essa revolta de Kengir, para quem não conhece, foi liderada pela Organização dos Ucranianos Nacionalistas(OUN-UPA), que de "nacionalista" nada tinha, e sim de "nazista", sendo uma organização muito famosa por ter colaborado com Hitler e chegado a compor batalhões na Waffen SS, o "Galizie" e o "Rossygnol", este último liderado por Roman Shuhyevich.

É absolutamente normal que num campo que tinha por grande parte de seus integrantes, fascistas que traíram e ajudaram a executar o seu próprio povo não fossem tratados a pão de ló.

Essa rebelião carcerária, digna da reprovação de qualquer pessoa moralmente decente e antifascista, é, a propósito, exaltada por Soljenytsin em seu "Arquipélago Gulag".

Vivemos tempos ruins, onde tenta-se reescrever a história para fazer com que fascistas apareçam como "vítimas injustiçadas do comunismo".

Wandard disse...

Cristiano,

Interessante que o líder da UPA na época da revolta de kengir era Vasyl Kuk, que por sinal terminou sendo o último líder da organização, sendo capturado no mesmo ano da revolta, pelo que sei ficou seis anos preso e foi anistiado. Viveu e se formou em Kiev, vindo a falecer em 2007 aos 94 anos.

Jest nas Wielu disse...

2 A Página Vermelha

Batalhão Nachtigall (http://en.wikipedia.org/wiki/Nachtigall_Battalion), nunca fazia parte das formações Waffen. Além do Roman Shukhevych, o batalhão tinha como comandante Sr. Theodor Oberlander, na política ativa alemã entre 1953 e 1960 (http://en.wikipedia.org/wiki/Theodor_Oberl%C3%A4nder)

2 Wandard

Quando Vasyl Kuk morreu, cerca de 100.000 pessoas saíram à rua para o acompanhar até o cemitério...
http://en.wikipedia.org/wiki/Vasyl_Kuk

Jest nas Wielu disse...

O que gosto mais nos estalinistas é a sua “coerência de classe”, primeiro, se esforçam em provar que URSS era um país guiado pelas leis e a legalidade. Quando se deparam com os crimes, genocídio ou repressões em massa, dizem imediatamente “mas é assim mesmo, os adversários eram verdadeiros fascistas”. Significa isso que a “legalidade socialista” não se aplicava aos prisioneiros ditos “fascistas”? Então das duas uma, ou URSS se dirigia pelas leis (e assim os prisioneiros de Kengir estavam certos a defender os seus direitos violados) ou a URSS era a cadeia dos povos em manipulava e violava as suas próprias leis… Já imagino que os estalinistas vão contra argumentar com exemplos dos EUA e Grã-Bretanha. Mas será que o primeiro país dos “operários e camponeses” podia seguir os maus exemplos dos países do imperialismo capitalista?

HAVOC disse...

Deviam fazer isso aqui, no Brasil!!!

A Página Vermelha disse...

@Jiest nas Wielu

O que mais gosto nos anticomunistas é a sua míopia e absoluta incapacidade de contextualizar coisas absolutamente diferentes.

Nos países capitalistas há sim milhões de pessoas que sofrem abusos e maus tratos, só nos EUA, eram mais de 7 milhões por volta do ano 2007, o que pode ser corroborado por estatísticas oficiais, o que por sinal é bem mais do que na URSS da Era Stalin. Quem são essas pessoas? Em geral, são marginais a quem nunca foi lhes dada oportunidade na vida, que cresceram entre drogados, prostituídos e presenciaram a quase absoluta ausência do Estado em suas vidas, exceto na hora de condená-los.

No caso soviético, nós estamos falando de um país que perdeu mais de 20 milhões de pessoas, simplesmente por que um anticomunista defendia que "o bolchevismo era um monstro e os eslavos uma raça inferior" e por isso promoveu o maior banho de sangue da história humana. É natural que aqueles que colaboraram com tal criminoso não viessem a ser tratados com pão e ló, o que certamente não era legal, o que não quer dizer que fosse "injusto". Direito não é só norma, também é fato e valor.

Enquanto você se mostra tão preocupado com tais fascistas, eu prefiro me preocupar com indivíduos que todos os dias são presos por causa da cor de sua pele, por que reivindicam direitos sociais para sua classe ou com o estudante que fica cego e paraplégico com a violência de policiais fascistas que tem como motivo não "combater fascistas que traíram seu povo", mas sim de satisfazer aos interesses de seus patrões capitalistas e seu sadismo para combater aquilo que não compreendem.

A Página Vermelha disse...

@Wandard

Após o XX Congresso do PCUS, qualquer indivíduo pronto para jogar lama no verdadeiro período socialista da história soviética, isto é, os tempos de Lenin e Stalin, rapidamente se tornavam celebridades, SoLJInytsin(como os russos o apelidam, sendo "lji= mentiras") o exemplo mais clássico disso. Como não puderam submeter o Sr. Lji, então expulsaram-no do país, como fizeram com E. Limonov, por exemplo.

Por isso muitos criminosos antissoviéticos receberam anistia nos anos 50. Como bem coloca o historiador Ludo Martens, a propaganda antistalinista e anticomunista, bem como a semente da desintegração da URSS é muito anterior a Gorbatchov.

Wandard disse...

Jest,


Você é filho de ucranianos ou possui dupla descendência (polonês e ucraniano)?

Jest nas Wielu disse...

2 A Página Vermelha

Certamente é o seu direito se preocupar com os "marginais" e de preferência nos EUA. Eu escrevo sobre o país onde nasci e sobre as vítimas do comunismo, ideologia que nos fustigou (e vos financiou) por mais de 70 anos...

Eduard V. Savenko (Limonov) emigrou e não foi expulso (recebeu o dilema, ou se tornar o informador do KGB ou emigrar), além disso, a não esquecer que durante muito tempo ele defendia o passado soviético, basta ler o seu romance "Nos tivemos uma grande época": http://lib.rus.ec/b/111375

Pippo disse...

O partido nacionalista de extrema-direita ucraniano VO Svoboda (antigamente designado por Partido Nacional-Social da Ucrânia), ao qual pertence o autor deste artigo, usa critérios bastante díspares para as suas análises da História.

Para esta malta, quaisquer exacções que os ucranianos tenham cometido contra outros povos no passado são justificadas, ao passo que o que quer que russos, polacos, húngaros ou outros tenham feito aos ucranianos, não só é injustificável como é crime!

Para além disso, esta maltinha ainda professa grande admiração pela Divisão SS 'Galizien' e pela actuação da UPA (ao mesmo tempo que já tentou repetidamente interromper celebrações em honra de polacos assassinados pela UPA); etc.

Convém saberem-se estas coisas.

http://www.osw.waw.pl/en/publikacje/osw-commentary/2011-07-05/svoboda-party-new-phenomenon-ukrainian-rightwing-scene

A Página Vermelha disse...

@Jest nas Wielu

Se te "fustigou" é por que talvez você fez por onde. O socialismo "fustigou" tanto o povo ucraniano, que ele conseguiu eliminar o analfabetismo numa das maiores campanhas de alfabetização da história. Como bem demonstra "A história da União Soviética: Período do socialismo 1917-1957", da Academia de Ciências da União Soviética, a maioria dos ucranianos vivia na mais profunda escuridão, sem luz elétrica e sem iluminação intelectual, eram analfabetos. Em algumas nacionalidades, como alguns cossacados, o índice de alfabetização era de 0,8%. Com o estabelecimento do Poder Soviético na Ucrânia, o país foi eletrificado, irreconhecível para aqueles que o visitaram nos anos 20. Nos anos 30, isto é, em aproximadamente 10 anos, 100% da população soviética estava alfabetizada, fato reconhecido por historiadores ocidentais como E. M. Burns(A história da civilização ocidental) e mesmo pelo CIA Factbook, duas fontes insuspeitas de qualquer "simpatia pelo comunismo".

A glória do socialismo na Ucrânia é reconhecida por historiadores soviéticos e também burgueses. Num esforço para modernizar a Ucrânia, foi construída no país a maior usina hidrelétrica do mundo, a Hidrelétrica do Dniepr, destruída durante a Operação Barbarrossa. Na construção desta usina, foram trazidos engenheiros de vários países do mundo. Uma verdadeira maravilha num território tão rico, mas quase deserto, que era o sul do Dniepr.

A RSS da Ucrânia conheceu um incrível salto tecnológico, tendo sido um dos primeiros países a lançar o primeiro homem ao espaço! O maior avião do mundo, o Antonov 124 Ruslan, foi construído na Ucrânia, recorde que seria superado por um outro avião ucraniano, o Antonov 225 Mrya. Os ucranianos tinham motivo de sobra para lutar pelo seu país, a União Soviética. Nomes cheios de glória como a camarada Maria Oktyabrskaya, chegaram a doar todos os bens ao Estado para comprar um carro de combate T-34, a "Amiga Combatente".

E o que é a Ucrânia hoje? Basta abrir a TV nos canais ucraniano, com uma programação repudiável, limitada a programas estúpidos como o "Jenskaya Logika", que apresenta mulheres visualmente atraentes, mas absolutamente ignorantes em questões que vão desde temas como futebol até a história de seu país. Num desses programas, a apresentadora pergunta se "o Japão(inimigo soviético) teve participação na IIGM", então aprendemos que "não teve, pois o Japão participou apenas de uma "guerra civil" contra os EUA, tinham até um presidente baixinho e antipático chamado Chil Pyr". A única coisa que um ucraniano aprende hoje numa escola ucraniana é sobre como argumentar, sobre lógica, matemática, ciências ou história, ele aprende apenas a odiar a URSS, Stalin e de vez enquanto aos russos. Em universidades públicas, alunos tem que tirar dinheiro de seus bolsos para pagar professores para ter aula.

O povo ucraniano, que é honesto e trabalhador, hoje, infelizmente, não tem motivos para se orgulhar de seu país, milhões deles inclusive fogem de lá para lugares como Portugal, sofrendo preconceito e discriminação, como ocorria com muitos galegos. Os únicos que hoje se orgulham de viver num país dividido que é um dos mais pobres da Europa hoje são os "nacionalistas", que seguindo o exemplo de seus ancestrais, orgulhosos com o domínio polonês, com o de seus avós, orgulhosos com o domínio do III Reich, hoje orgulham-se com o domínio do IV Reich, isto é, os EUA.

E antes de mais nada, quero deixar bem claro que nunca recebi UM SÓ centavo de qualquer organização comunista, russa ou soviética. No máximo recebi uma palitsa de uma grande amiga de Kiev e cartões natalinos de inesquecíveis amigos russos!

A Página Vermelha disse...

@Jest nas Wielu

Você não compreendeu o que quis dizer quando falei de Limonov.

Limonov orgulha-se sim do passado soviético, todavia não do passado em que ele viveu, dominado pelos revisionistas, um "socialismo de fachada", moribundo após o XX Congresso do PCUS. Só por que ele vê a URSS positivamente, assim como eu, isso não quer dizer que ele via tudo na URSS positivamente.

Muitos comunistas honrados como o Capitão Valeriy Sablin foram perseguidos e executados, Shelyepin foi neutralizado no Politburo e nome cheios de glória como o general Valentin Varyennikov, herói de Stalingrado, Berlim e do Afeganistão, foram reprimidos por tentar restabelecer o verdadeiro socialismo na URSS. Esses homens combateram os burocratas que, apresentando-se como "comunistas", praticaram o maior roubo à propriedade pública da história humana, em 1991. Há dezenas de anos atrás, os comunistas chineses, albaneses e gregos haviam apontado para este perigo, que muitos PCs europeus, iludidos com Moscou, preferiram ignorar.

Isso não quer dizer que eu vou abraçar todas a teses anticomunistas e imperialistas, isso quer dizer que não existe "sistema perfeito", e quando falamos na URSS, a análise que vale para a sua compreensão e superação é análise marxista-leninista.

Jest nas Wielu disse...

2 A Página Vermelha

Vejo que gosta de escrever, eu serei mais breve, como aconselhava A. P. Chekhov

Alfabetização: se o preço desta alfabetização é Holodomor, não posso ficar contente vendo milhões de ucranianos morrerem de fome à troco de poder ler jornal “Pravda”. Além disso, vários países como Portugal ou Brasil também melhoraram os índices do alfabetismo sem precisar passar pelo GULAG.

Estação de Zaporizhia não foi destruída, mas minada pelos nazis, o sul do rio Dnipro nunca era deserto, alias, a subida do nível do rio liquidou inúmeras aldeias ucranianas, cultura, artefactos, igrejas, etc. Mas sim, progresso tecnológico é um facto.

Os exemplos da camarada Maria Oktyabrskaya não passam pela pura propaganda comunista, pois os cidadãos soviéticos não tinham muita coisa para doar.

Em matéria da ignorância o seu próprio país bate a Ucrânia em larga escala, nem me vou alongar nisso. Tal como não vou comentar a sua afirmação absolutamente estupida e preconceituosa sobre aquilo que alunos aprendem nas escolas. Até parece que frequenta a escola ucraniana. Fale sobre factos, não há necessidade de inventar.

Emigração: se os ucranianos “fogem”, então os brasileiros também “fogem” e também para Portugal onde alguns chegaram a publicitar na Net a organização criminosa PCP (Primeiro Comando de Portugal), mais uma vez um argumento abaixo do aceitável.

Explique já agora o que significa a palavra “palitsa”? Deve ser algum erro seu.

Limonov: apenas apontei o erro seu sobre a alegada "expulsão" dela da URSS.

Jest nas Wielu disse...

2 Pippo

Filipe, argumentando, tenha a decência de não mentir, pelo menos tão abertamente, como no caso da VO Svoboda, que realmente inicialmente se chamava Partido Social Nacionalista da Ucrânia (SNPU).

Não vou repetir aqui que Divisão Galiza nunca foi acusada (pelas entidades credíveis ocidentais) de nenhum crime cometido na II G.M.

E que OSCE equiparou o comunismo ao nazismo...

PEDRO LOPES disse...

Sobre o Holodomor li em tempos que o principal causador foi a coletivização da agricultura na URSS.

A população que vivia da terra não gostou dessa politica e produziam pouco nos campos coletivizados propositadamente para demonstrar que a politica de colectivização era errada.
A baixa de produção levou naturalmente á escassez de alimento e é fome.
Se isto for verdade, o Holodomor poderá ser encarado como a consequência de um falhanço económico e não propriamente como um ato propositado premeditado para matar milhões de pessoas.

É o mesmo fenómeno que aconteceu na China, onde uma vez o Mao declarou guerra aos pardais, porque estes consumiam parte das colheitas de arroz. O Povo começou a matar pardais em massa levando-os quase á extinção.
A consequência disso foi ainda mais devastadora, pois os pardais também se alimentavam de insectos, estes sem os pardais destruíam muito mais as colheitas que os próprios passarinhos. A consequência deste erro também foi a fome (e morte), mas tal como no outro caso não podemos assumir que foi um acto premeditado para oprimir as pessoas. Podemos chamar-lhe incompetência grave.

Hitler fazia as coisa mesmo de forma premeditada e com politicas concretas. Não gostava de Judeus nem de Eslavos, portanto decidiu começar a matança.


Eu que sou contra a demonização da URSS, mas neste aspecto específico da colectivização considero-o um erro grave. Também li algures que Stalin mais tarde voltou a permitir a exploração privada na agricultura e isso fez crescer de novo a produção.

A propriedade privada, se estiver bem distribuída pela população e não apenas nas mãos de uns senhores feudais, é um excelente meio de desenvolvimento económico.
Em muitas culturas, como a nossa há uns anos atrás, a posse de uma terra é algo que faz parte do ADN de uma pessoa.
Existem recursos, como o Petróleo, o Gás, os minerais e metais, o Mar, a Água, a Electricidade, o sistema bancário, o sistema de saúde e o sistema de ensino, que devem ser comunitários e portanto devem ser a base da independência de uma nação. Nunca devem ser privatizados.
Tudo o resto deve ser privatizado, mas de forma distribuída, evitando grupos económicos fortes e com grande influência no poder politico.

Aproveito esta deixa para perguntar ao novo bloquista "Pagina Vermelha" como ele vê este assunto da economia, "Privado vs Colectivização" e também como isto foi evoluindo na URSS pois parece-me ser uma pessoa que sabe discutir e é conhecedor destes assuntos.

PEDRO LOPES disse...

Onde está:

"Aproveito esta deixa para perguntar ao novo bloquista"

Queria dizer:

"Aproveito esta deixa para perguntar ao novo bloguista"

Europeísta disse...

Sr. Milhazes,

Já que o Sr. abre espaço para opiniões extremistas como as de Cristiano, eu sugeriria então o Sr. conceder espaço para opiniões de viés nacionalista como as do seu compatriota o blogueiro Caturo do blog Gladius.

Europeísta disse...

"No caso soviético, nós estamos falando de um país que perdeu mais de 20 milhões de pessoas, simplesmente por que um anticomunista defendia que "o bolchevismo era um monstro e os eslavos uma raça inferior" e por isso promoveu o maior banho de sangue da história humana. É natural que aqueles que colaboraram com tal criminoso não viessem a ser tratados com pão e ló, o que certamente não era legal, o que não quer dizer que fosse "injusto". Direito não é só norma, também é fato e valor."

Essas mortes foram muito mais devidas as condições precárias de vida que propriamente assassinatos e extermínio. As batalhas foram encarniçadas pois a capacidade tecnologica do exército russo era bem inferior a do alemão, as perdas humanas compnsavam essa inferioridade, soma-se a isso uma coletivização desastrosa da agricultura que causou desabastecimento e fome, além das condições próprias de uma guerra que causa doenças e fome, a URSS estava bem menos preparada para isso que os países ocidentais.

"Enquanto você se mostra tão preocupado com tais fascistas, eu prefiro me preocupar com indivíduos que todos os dias são presos por causa da cor de sua pele, por que reivindicam direitos sociais para sua classe ou com o estudante que fica cego e paraplégico com a violência de policiais fascistas que tem como motivo não "combater fascistas que traíram seu povo", mas sim de satisfazer aos interesses de seus patrões capitalistas e seu sadismo para combater aquilo que não compreendem."

Na verdade a rússia é hoje considerada o país mais racista da Europa. Moscou registra mais violencia contra imigrantes de origem africana do que qualquer outro país da Europa e com um agravante: as autoridades figem que nada acontece, nao esqueça que jogadores brasileiros e africanos sao hostilizados nos jogos do campeonato russo de futebol.

Europeísta disse...

Só complementando...

os alemães nao enviaram russos para os campos de concentraçao nem tinham uma política de extermínio do povo. As mortes se deram em combates, batalhas e, como eu falei na minha resposta anterior, a condiçoes precárias próprias de situaçao de guerra.

Quem promovia genocídios na URSS era seu próprio governo, não vamos esquecer das deportacoes e massacres de Letoes, Ucrnianos, Tártaros, Chechenos... Na região da das proximidades dos caucasos, perto da cidade Rostov-on-Don era habitada majoritáriamente por ucranianos.

Europeísta disse...

"A propriedade privada, se estiver bem distribuída pela população e não apenas nas mãos de uns senhores feudais, é um excelente meio de desenvolvimento económico."

Isso já foi tentado. Foi assim o socialismo na Ex-Juguslávia, permitia a propriedade privada no campo. Não me parece que deu muito certo...

"É o mesmo fenómeno que aconteceu na China, onde uma vez o Mao declarou guerra aos pardais, porque estes consumiam parte das colheitas de arroz. O Povo começou a matar pardais em massa levando-os quase á extinção.
A consequência disso foi ainda mais devastadora, pois os pardais também se alimentavam de insectos, estes sem os pardais destruíam muito mais as colheitas que os próprios passarinhos. A consequência deste erro também foi a fome (e morte), mas tal como no outro caso não podemos assumir que foi um acto premeditado para oprimir as pessoas. Podemos chamar-lhe incompetência grave."

No Camboja comunista foi promovida uma imensa matança de cachorros considerados por aquele regime como "boca inútil". Isso só prova a loucura e a ignorância desses regimes.

"A população que vivia da terra não gostou dessa politica e produziam pouco nos campos coletivizados propositadamente para demonstrar que a politica de colectivização era errada.
A baixa de produção levou naturalmente á escassez de alimento e é fome.
Se isto for verdade, o Holodomor poderá ser encarado como a consequência de um falhanço económico e não propriamente como um ato propositado premeditado para matar milhões de pessoas."

A coletivização da agricultura foi desastrosa não só na Ucrania mas também em toda a URSS e na China. Só queria saber se essa medida é consoante a economia marxista. Mas no caso do Holodomor já foi comprovado que, na verdade, o desabastecimento foi intencional. Há os que afirmam que houve até mais de um holodomor, teria havido outra crise de fome intencionalmente estimulada anos após o holodomor.

Pippo disse...

"os alemães nao enviaram russos para os campos de concentraçao nem tinham uma política de extermínio do povo. As mortes se deram em combates, batalhas e, como eu falei na minha resposta anterior, a condiçoes precárias próprias de situaçao de guerra.
"

Não é verdade. Os três milhões de soviéticos feitos prisioneiros na Barbarossa foram quase todos deixados a morrer à fome em campos de prisioneiros. Aliás, foram os soviéticos quem inaugurou Auschwitz.

Pippo disse...

2 Jest

Ao contrário de ti, eu nunca minto pois não tenho qualquer agenda política.

Aliás, nem entendo essa tua observação pois, como aliás até o reconheces, o VO Svoboda inicialmente chamava-se Partido Social Nacionalista da Ucrânia (SNPU), o que aliás denota muito bem as suas origens nazis (ou melhor, rutenazis).

Quanto à Divisão "Galizien", eu nunca a acusei de crimes de guerra. Mas acuso os rutenazis de adoração de uma força colaboracionista com o regime nazi.

Quanto à OSCE equiparar o comunismo ao nazismo... nos anos 70 a ONU também equiparou o sionismo ao racismo, e recentemente "desequiparou". Política, percebeste?

Jest nas Wielu disse...

2 Europeista / Pippo

No aspecto do envio dos prisioneiros soviéticos aos campos de concentração Pippo tem razão. Cerca de três milhões de soldados soviéticos foram lá exterminados, outros, caso de John (Ivan) Demjanjuk foram forçados a fazer a escolha terrível entre a sua própria morte e sobrevivência.

Outra questão é essa: uns são perseguidos pela suposta "colaboração" e outros como, por exemplo, Shlomo Venezia publicam as memórias e viajam pelo mundo fora...

Pippo disse...

Pedro Lopes,

É exactamente como disse, o Holomodor é comparável ao Grande Salto em Frente, em que se fez um planeamento "do caraças", estabeleceram-se quotas de produção agrícola (e ai de quem não as superasse!) enquanto ao mesmo tempo se exterminou a pardalada toda, e depois, como a estatísticamente havia um enorme superavit produtivo, tiraram-se milhões de trabalhadores agrícolas dos campos para a produção (quase caseira de de péssima qualidade) de aço.

Resultado: a produção agrícola REAL foi catastrófica, a produção de aço (de uma qualidade inacreditável) foi absurda, e os chineses mamaram com DEZ MILHÕES de mortos à fome.
Mas não há nacionalistas chineses a uivar histericamente que o Grande Salto em Frente foi um genocídio...

Jest nas Wielu disse...

2 Pippo

Infelizmente mentes constantemente e nem tens o bom senso de reconhecer o seu, vá lá, digamos "erro", pois compara o que escreveste: "Partido Nacional-Social da Ucrânia" com o nome real: Partido Social Nacionalista da Ucrânia. Nacionalismo com a vertente social não é mesma coisa que socialismo com a vertente nacional e não é questão de semântica.

Bem, se não acusas a Divisão Galiza de qualquer crime, então não faz sentido de criticar as pessoas por gostarem da Divisão.

Bem, nos sabemos que comunismo é igual ao nazismo sem nenhuma deliberação neste sentido. Mas a posição oficial da Europa sempre ajuda. Tal como a deliberação da comissão canadense sobre Divisão Galiza (se for preciso providenciarei o link para o original da deliberação) que claramente os declarou inocentes de qualquer acusação movida pelo Kremlin o os seus, por assim dizer sipaios...

PEDRO LOPES disse...

"Isso já foi tentado. Foi assim o socialismo na Ex-Juguslávia, permitia a propriedade privada no campo. Não me parece que deu muito certo...
"

Esta afirmação é de uma boçalidade atroz.
Então você defende que fique tudo nas mão de algum multi-bilionário? E você prefere trabalhar para ele por umas cascas de alho, do que ter o seu próprio terreno ou a sua própria empresa? Você deve ser o vulgo lambe-botas típico, que adora gente com massa e lhe dá graxa para não dizer outra coisa.

Na minha terra antigamente as pessoas viviam só da agricultura. Não tinha chegado o progresso tecnológico. Mas toda a gente tinha os seus terrenos, e não havia muitas diferenças entre os proprietários, uns tinham um pouco mais terras que outros, mas em compensação quem tinha menos de quando em vez trabalhava para outros durante um dia ou mais se necessário recebendo o pagamento respectivo, compensando de alguma forma a diferença.
Apesar de não haver quaisquer infraestruturas do estado, não havia fome, nunca houve. E se alguém passasse por mais dificuldades certamente era ajudado por familiares e amigos. Não havia crimes e qualquer pessoa podia dormir com a porta de casa aberta que não havia problema.
Não era necessária justiça, nem policia, pois as pessoas tinham um código de conduta moral equilibrado.
Esta sociedade não era comunista nem capitalista, nem as pessoas sabiam o que isso era e tinham orgulho em ter as suas terras bem tratadas, no seu trabalho. Alguém que fosse malandro era mal visto na população.

Se na Jugoslávia isso não deu certo não foi certamente a riqueza estar distribuída. O que correu pior na Jugoslávia foi a destabilização vinda de fora colocando todoas as etnias em guerra e ódio.

Pippo disse...

2 Jest

Minto? Prova.
Tu mentes? Pois com certeza que sim! Até me lembro de tu escreveres que Lisboa "foi fundada pelos mouros"!!!

O termo Social-Nacionalista vs Nacional-Socialista é, obviamente, uma questão de semântica, aliás, basta ver o que defende o VO Sloboda como, por exemplo, a identificação da "nacionalidade" nos bilhetes de identidade (prenúncio das Leis de Nuremberga), ou o forte anti-polonismo e russofobia dos elementos deste partido político.

Quanto à Divisão Galícia, pois compreendo que para malta da tua linha política não haja qualquer problema em glorificar os colaboracionistas do nazismo, da mesma forma que glorificam a malta da UPA que se entretinha a assassinar polacos.
Curiosamente, os únicos aqui na Europa Ocidental que glorificam a Charlemagne, a Wiking ou a Nordland são os neo-nazis. Mas pronto, se os colaboracionistas forem "patriotas" ucranianos, perdão, rutenos, então 'tá bem!

Quanto a "sabermos que comunismo é igual ao nazismo", então diz-me lá qual era a posição oficial do comunismo relativamente às "raças superiores" e "raças inferiores"?

Europeísta disse...

Que eu saiba os russos quando invadiram a Alemanha não chegaram lá distribuindo benesses. Muito pelo contrário: mulheres foram estupradas numa onda de horror, milhoes de alemaes foram deportados e tarados de suas terras, todo o patrimonio histórico e arquitetonico das cidades alemas foi destruido, a Alemanha teve quase toda sua porçao oriental de território roubada... sem conta que os soviéticos mantiveram em cativeiro e mataram milhares de soldados poloneses. A Alemanha foi invadida e obrigada a se tornar comunista sem que seu povo fosse consultado se queria viver sob aquele regime. Stálin roubou a Alemanha.

Anónimo disse...

Europeísta,

o Caturo é um neonazista, vc apóia neonazistas?

Pippo disse...

A sério, "Europeísta", os "russos" fizeram isso tudo?

Que eu saiba, a última vez que os russos invadiram a Alemanha foi em 1914, para serem travados nos lagos massurianos, e não houve grandes violações de mulheres ou destruições de cidades.

Agora, se se refere a 1944-45, então não falamos de russos mas sim de soviéticos, o que inclui gente de mais de uma centena de etnias.

É absurdo apontar o dedo aos soviéticos pela destruição das cidades alemãs quando sabe que boa parte delas já havia sido arrasada pela aviação anglo-americana (Hamburgo, Berlin, Dresden, ...) e as restantes foram rijamente disputadas em combates urbanos, os quais são altamente destrutivos (a título de exemplo, veja-se Aachen ou, paradigmaticamente, as cidades aliadas de Caen ou Stalinegrado).

A "porçao oriental de território" roubada à Alemanha também havia sido roubada, pelos alemães, à Polónia e, mais remotamente, aos lituanos.

Os "milhares de soldados poloneses" mortos pelos soviéticos nem de longe se comparam aos CINCO MILHÕES de polacos mortos pelos alemães...

E para terminar, só pode ser para rir essa do "A Alemanha foi (...) obrigada a se tornar comunista sem que seu povo fosse consultado"!!! Pois é, porque será? Será que é porque DA ÚLTIMA VEZ QUE OS ALEMÃES SE HAVIAM PRONUNCIADO SOBRE O SEU FUTURO POLÍTICO, eles ESCOLHERAM O NAZISMO???

Wandard disse...

"Que eu saiba os russos quando invadiram a Alemanha não chegaram lá distribuindo benesses. Muito pelo contrário: mulheres foram estupradas numa onda de horror, milhoes de alemaes foram deportados e tarados de suas terras, todo o patrimonio histórico e arquitetonico das cidades alemas foi destruido, a Alemanha teve quase toda sua porçao oriental de território roubada... sem conta que os soviéticos mantiveram em cativeiro e mataram milhares de soldados poloneses. A Alemanha foi invadida e obrigada a se tornar comunista sem que seu povo fosse consultado se queria viver sob aquele regime. Stálin roubou a Alemanha."

Pobre Alemanha, estava lá quieta apenas cuidando do seu desenvolvimento e crescimento econômico, um paraíso para os judeus, ciganos, testemunhas de jeová etc... e enviando ao mundo só mensagens de paz e amor. No dia 22 de junho de 1941 resolveram levar sua pregação de paz, amor, fraternidade e igualdade à URSS e assim entraram amistosamente no país com 180 divisões (3.800.0000) homens e 4 mil blindados, 4 mil aviões e 46 mil peças de artilharia(certamente para clarear os céus com espetáculos de fogos de artifício), afinal já haviam levado esta proposta com sucesso à Polônia, Tchecoslováquia, França....E nesta campanha de paz distribuíram flores, libertaram os judeus e prepararam a decoração de natal antecipadamente modificando a arquitetura das cidades soviéticas, inclusive enfeitando as árvores das cidades e aldeias com os corpos de crianças, mulheres e idosos, para ficarem mais bonitas. Por sinal os soldados alemães eram cavalheiros com as damas soviéticas e as tratavam muito bem, tinham o cuidado de executá-las depois do estupro, uma benevolência para que não vivessem com o trauma, pois já tinham o fardo a carregar por serem inferiores.

Stanley kubrick, faleceu mas uma das suas fantásticas criações ganhou vida, ao sair do filme "Laranja Mecânica".

Jest nas Wielu disse...

2 Pippo

Filipe, por amor de verdade, acabei de provar comparando a sua citação e a realidade. Classificar o meu erro dos mouros (pelos vistos único em cerca de 2 anos de discussões) é cúmulo da sua desonestidade intelectual.

Nacionalidade nos passaportes (na Ucrânia temos o passaporte interno e não BI, sabichão Dr. Pippo), nos passaportes soviéticos tinha a 5ª linha – nacionalidade, significa que VO Svoboda apenas defende uma norma soviética.

Divisão Galícia não superou Estaline em matéria de colaboracionismo com Alemanha nazi. Escreves sempre sobre a violência da UPA sobre os polacos. E a violência dos polacos: AK, B. Hlopskie, WiN, estado comunista polaco (Ação Wisla) contra a população ucraniana?
http://en.wikipedia.org/wiki/
Paw%C5%82okoma_massacre

Comunismo vs "raças superiores" e "raças inferiores": comunismo substituía a palavra raça por “classe” e dava na mesma, além disso aconselho ver o filme muito esclarecedor sobre o assunto, que se chama The Soviet Story: http://www.youtube.com/
watch?v=SZHhrSo2yJo

Pippo disse...

2 Jest is on you,

"por amor de verdade" (isto vindo de ti até tem piada!), qual foi a prova da minha mentira? Está mais que provado que os Nacional-Socialistas, perdão, Social-Nacionalistas do VO Svoboda são, basicamente, neo-nazis.

Quanto às tuas mentiras, queres outra? Afirmas a pés juntos que o António Spínola andou a matar cidadãos soviéticos em Leninegrado, mesmo depois de te ter explicado, mais do que uma vez até, que o homem era apenas observador (junto da Divisão Azul), ou seja, nunca sequer entrou a combate (a primeira vez que o fez foi em Angola, e 1961).
Nota bem, tu não cometeste um “lapso” relativamente ao Spínola, tu mentiste, de forma consciente, mais do que uma vez:

http://darussia.blogspot.pt/2009/08/parlamento-da-ossetia-do-sul-nomeou-o.html
05AGO2009 - expliquei-te a primeira vez que o Spínola tinha sido um Observador Militar

http://darussia.blogspot.pt/2009/08/uniao-sovietica-nao-tinha-alternativa.html
22AGO2009 - desta vez tentaste mentir ao Gilberto Múcio, e ainda insististe que ele tinha estado em Estalinegrado (quando esteve em Leninegrado) e que andou a matar russos/soviéticos. Mas a mentira tem perna curta e não te safaste.

Quanto à nacionalidade nos “passaportes internos” (se fosse em Espanha seria DNI, em Portugal seria BI ou Cartão do Cidadão, ou seja, é tudo a mesma coisa), então não estou a entender: o VO Svoboda critica tanto a URSS mas depois copia-lhe os tiques?!? E eu a pensar que tu também desprezavas essas coisas comunas, mas pelos vistos até as aprecias, isto é, quando isso dá jeito à tua retórica nacional-socialista, perdão, social-nacionalista (o que é "completamente diferente"!).

Tens razão quanto ao colaboracionismo do Estaline, aliás, as tropas soviéticas combateram afincadamente ao lado da Wehrmacht e das Waffen SS na Normandia, em Anzio, Linha Gustav, Ardenas, ...! Nem sei bem como é que o Montegomery ganhou em El Alamein contra o DAK, a 90ª Ligeira, o Exército italiano e as quatro Divisões da Guarda do Exército Vermelho presentes no local!...
Mas não era do Estaline que eu falava, meu caro! Eu disse, e repito, que os únicos, na Europa, que adoram/veneram/celebram as Divisões das Waffen-SS compostas por franceses, valões, holandeses, etc., são os neo-nazis. Não vês o PS francês ou a UMP a louvarem a LVF ou a Charlemagne, por exemplo.

(cont.)"...

Pippo disse...

(cont.)

"Escreves sempre sobre a violência da UPA sobre os polacos. E a violência dos polacos: AK, B. Hlopskie, WiN, estado comunista polaco (Ação Wisla) contra a população ucraniana?"

Ohhh, tadinhoooos!!! Essa lembra-me aquela máxima tão soviética do "mas na América lincham os negros"! E já agora, essas "violências" foram cometidas antes ou DEPOIS dos massacres de polacos cometidos por ucranianos?
Como sempre - o que até já é demasiado revelador - repetes o tique dos nazis rutenos: o que "nós" fizemos aos "outros" é perfeitamente justificável (porque "nós" somos os bons), mas o que os "outros" nos fizeram é uma barbaridade, um crime hediondo que tem de ser punido. Portanto, os massacres cometidos pelos polacos são crimes, mas os cometidos pelos ucranianos são até louváveis!

O exemplo que tu me enviaste é de 1945! E o evento mais antigo cometido por polacos foi em 1943, DEPOIS dos ucranianos iniciarem as suas atrocidades contra os polacos da Volhynia e Galícia.
http://en.wikipedia.org/wiki/Massacres_of_Poles_in_Volhynia_and_Eastern_Galicia
Nem as crianças se safavam! Os polacos, em 1945, ao menos pouparam as mulheres e as crianças.
Segundo o relatório de comandante de uma unidade de partizans estacionada em Rivne os nacionalistas ucranianos não matavam os polacos a tiro, antes preferiam mata-los à faca e à machadada, sem consideração por idade ou sexo!

Falaram aqui num tal de Caturo. Se calhar deverias era conversar com ele pois cheira-me que ambos tocam pelo mesmo diapasão.

"Comunismo vs "raças superiores" e "raças inferiores": comunismo substituía a palavra raça por “classe” e dava na mesma".
A sério??? Então tu estás a dizer que as classes eram estanques, era, e que o filho/neto/bisneto de um "burguês" não poderia ser convertido em "proletário"? É que o filho, neto, bisneto de um judeu, preto, cigano, eslavo, etc. seria sempre de "raça inferior

Wandard disse...

"The Soviet Story: http://www.youtube.com/
watch?v=SZHhrSo2yJo


Um filme cuja a produção é da Letonia e apoiada por deputados da Letonia: Girts Valdis kristovskis e Inese Vaidere, no qual aparecem comentários de Norman Davies, um historiador inglês, ovacionado e premiado na Polônia, dissidente soviético Vladmir Bukovsky, o desertor e traidor Suvorov(Vladmir Rezun. Claramente tendencioso e escancaradamente uma propaganda política. A única participação que merece respeito é Boris Sokolov, ainda lamento o seu posicionamento em 2008 que levou a ser demitido do jornal e da universidade.

Wandard disse...

O Holodomor, Novo Avatar do Anticomunismo “Europeu”
Autor: Annie Lacroix-Riz

A partir de Novembro de 1917 sucederam-se sem descanso campanhas anti-bolcheviques tão violentas como variadas, mas a da “fome na Ucrânia”, lançada em 1933, voltou a aparecer com força nos últimos vinte anos. Desencadeia-se quando os grandes imperialismos, com a Alemanha e os Estados Unidos à cabeça, desejosos desde o século XIX de pilhar os imensos recursos da Ucrânia, se consideram em condições de o conseguir. A conjuntura é favorável ao Reich em 1932-1933, quando o Sul da URSS (a Ucrânia e outras “terras negras”, o Norte do Cáucaso e do Cazaquistão) foi atingido por uma considerável baixa de colheitas e o conjunto da União por dificuldades de abastecimento que provocou o regresso a um racionamento severo. Uma grave “escassez”, principalmente durante a “soudure” (período entre duas colheitas), não especificamente ucraniana, segundo a correspondência diplomática francesa; uma “fome” ucraniana, segundo os relatos de 1933-1934 dos cônsules alemães e italianos, explorados pelos Estados ou por grupos dedicados à cisão da Ucrânia: a Alemanha, a Polónia, centro principal de agitação em Lwow e o Vaticano.
Esta escassez ou esta fome era resultante de fenómenos naturais e sociopolíticos: uma seca catastrófica sobreposta aos efeitos da retenção cada vez maior das entregas (abate de gado inclusive), a partir do fim dos anos vinte, feita pelos antigos koulaks (os camponeses mais ricos) rebeldes à colectivização. Esta fracção, em luta aberta contra o regime soviético, constituía na Ucrânia uma das bases do apoio à “autonomia”, máscara semântica de cisão da região agrícola rainha das “terras negras”, para além de principal bacia industrial do país, em benefício do Reich. O apoio financeiro alemão, maciço antes de 1914, tinha-se intensificado durante a Primeira Guerra mundial, em que a Alemanha transformou a Ucrânia, assim como os países bálticos, na base económica, política e militar do desmantelamento do império russo. A República de Weimar, fiel ao programa de expansão do Kaiser, continuou a financiar “a autonomia” ucraniana. Os hitlerianos, logo que conquistaram o poder, divulgaram o seu plano de conquista da Ucrânia soviética e todos os autonomistas ucranianos (as profundezas policiais, diplomáticas e militares em convergência), entre 1933 e 1935, aliaram-se ao Reich que na altura era mais discreto quanto às suas pretensões sobre o resto da Ucrânia.
Com efeito a URSS não controlava na altura senão a Ucrânia oriental (Kiev-Kharkov), que voltara a ser soviética a partir de 1920, depois da cisão efectuada durante a guerra civil estrangeira: tinham-lhe arrancado grandes porções da Ucrânia, ou não lhe tinham sido

Wandard disse...

atribuídas, apesar da afinidade étnica das suas populações, das promessas francesas em 1914 de entregar os despojos do império austro-húngaro à Rússia czarista aliada e da fixação em 1919 da “linha Curzon”. O imperialismo francês, um dos dois maestros (com Londres) da guerra estrangeira contra os soviéticos, e depois o “cordão sanitário” que se seguiu ao fiasco dessa guerra, ofereceu à Roménia, em 1918, a Bessarábia (Moldávia, capital Kichinev), antiga porção do império russo, e a Bucovina; a Checoslováquia recebeu directamente a Ruténia subcarpática; a Polónia de Pilsudski, em 1920-1921, a Ucrânia ocidental ou Galícia oriental, outrora austríaca – capital Lemberg (em alemão), Lvov (em russo), Lwow (em polaco), Lviv (em ucraniano) – com o apoio do corpo expedicionário francês dirigido por Weygand. E isto quando, em 1919, a “linha Curzon” (nome do secretário do Foreign Office) tinha considerado esse território “etnicamente” russo: a “Rússia” devia recebê-lo dos seus aliados quando em conjunto com os Brancos tivesse corrido com os bolcheviques, o que não veio a acontecer.
Este distinguo geográfico é decisivo, porque Lwow tornou-se – e Lviv mantém-se – um centro importante do alarido alemão, polaco e do Vaticano sobre a “fome na Ucrânia, que começou no verão de 1933, ou seja, depois de uma excelente colheita soviética ter posto fim à crise dos abastecimentos. Se é que houve fome em 1932-1933, que atingiu o auge durante a “soudure” (entre as duas colheitas), o mês de Julho de 1933 assinalou o fim dela. A campanha foi alargada a todo o campo anti-soviético, Estados-Unidos inclusive, onde a imprensa germanófila do grupo Hearst se apoderou dela. A fome não tinha sido “genocidária”, como reconhecem todos os historiadores anglo-saxónicos sérios, tais como R.W. Davies e S. Wheatcroft, não traduzidos em francês, ao contrário de Robert Conquest, agente dos serviços secretos britânicos que se tornou um prestigiado “investigador” de Harvard, ídolo da “faminologia” francesa a partir de 1995 [1].
A campanha original nem sequer tinha esgrimido o “genocídio”: Berlim, Varsóvia, o Vaticano, etc. maldiziam Estaline, os soviéticos ou os judeo-bolcheviques, estigmatizando a sua ferocidade ou a sua “organização” da fome e descreviam uma Ucrânia empurrada pela fome para o canibalismo. Quanto aos franceses, atribuíam aos planos secessionistas do trio esse alarido lançado enquanto que o Reich prometia ao ditador polaco Pilsudski, se este restituísse Dantzig e o seu corredor, que lhe entregava de bandeja a Ucrânia soviética que em breve iriam conquistar juntos: François-Poncet, delegado do Comité des Forges e embaixador em Berlim, troçava dos soluços quotidianos debitados pela imprensa do Reich sobre o mártir ucraniano, truque grosseiro com intenções externas (anexar a Ucrânia) e internas (“difamar os resultados do regime marxista” [2].

Wandard disse...

A abundante correspondência militar e diplomática da época contraria a tese da ingenuidade dos “anjinhos” pró-soviéticos, cegos, durante a sua viagem de Setembro de 1933 à Ucrânia, às mentiras e mistérios de Moscovo, como Édouard Herriot: ou seja, a tese defendida em 1994 pelo demógrafo Alain Blum que iniciou em França o número dos “6 milhões de mortos”. Este símbolo concorrencial a que os ucranianos anti-semitas se agarraram tanto – era preciso pelo menos equiparar-se aos judeus, antes de passarem a ser muito mais, 7, 9, 10, 12, até 17 milhões pelo que conheço (para um efectivo total duma trintena de milhões de ucranianos soviéticos) – foi adoptado em Le Livre noir du Communisme em 1997 por Nicolas Werth. Mesmo assim este refutava na altura a tese “genocidária” que agora defende desde o seu empenhamento em “2000 num projecto de publicação de documentos sobre o Goulag (6 volumes, sob a égide da fundação Hoover e dos arquivos de estado da Federação da Rússia)” [3]. Número duplamente inaceitável: 1º Alain Blum deduziu-o de estimativas demográficas, visto que a URSS não fez nenhum recenseamento entre 1926 e 1939: ora, entre essas datas, no enquadramento de uma explosão industrial dedicada, desde o início da grande crise capitalista, à defesa contra a ameaça alemã, ocorreram gigantescas movimentações inter-regionais da população, que afectaram especialmente a Ucrânia agrícola colectivizada. O fraco crescimento da população ucraniana entre os dois recenseamentos não autoriza portanto a equivalência: défice demográfico igual a mortos pela fome; 2º o modo de cálculo da estimativa é absurdo: Alain Blum baseou-se em especialistas de estatística russos que em 1990 reagruparam o decénio de 1930 de perdas presumidas – 6 milhões – num único ano de 1933 [4].
O número fatídico foi retomado por “sovietólogos” franceses ligados, tal como Stéphane Courtois, ou não ligados, aos defensores da “Ucrânia independente” laranja. Absurdo supremo, na Ucrânia oriental teriam pois morrido em poucos meses tantas vítimas – duas ou três vezes mais – como os judeus que foram exterminados, de 1939 e sobretudo de 1942 a 1944, num território que se estende da França aos Urais; e isso sem deixar quaisquer vestígios visíveis, fotos ou escritos deixados pelo genocídio nazi.
É neste contexto que se agitaram em França grupos “ucranianos”, como a associação “Ucrânia 33” que albergou o arcebispo de Lyon, e cujo presidente honorário era Monsenhor Decourtay. Depende da autoridade do Congresso ucraniano mundial, situado em Washington e presidido por Askold S. Lozynskyj, de quem o New-York Times publicou a seguinte mensagem no dia a seguir a 18 de Julho de 2002: “quando os soviéticos foram obrigados a recuar perante a invasão dos nazis em Junho de 1941, massacraram os seus prisioneiros […] da Ucrânia ocidental presos e internados às dezenas de milhares em 1939 […]. Isso foi executado com a ajuda dos comunistas locais, sobretudo os etnicamente judeus. Esse

Wandard disse...

massacre infelizmente não constituiu uma aberração dos actos soviéticos na Ucrânia. Em 1032-33 na Ucrânia oriental, os soviéticos já tinham assassinado cerca de 7 milhões de homens, de mulheres e de crianças ucranianas através de um genocídio estrategicamente planificado de fome artificial. O homem escolhido por José Estaline para perpetrar este crime foi um judeu, Lazare Kaganovitch.
O conhecido historiador britânico Norman Davies chegou à conclusão que nenhuma nação tinha tido tantos mortos como a ucraniana. O que foi em grande parte resultado dos actos dos comunistas e dos nazis. Os russos e os alemães eram uns bárbaros. Mas os judeus eram os piores. Traíram os seus vizinhos e fizeram-no com imenso zelo!” [5].
Estes anti-semitas frenéticos mostraram-se mais discretos em França, onde adulavam associações judaicas e a Liga dos Direitos do Homem em “colóquios internacionais” e em debates sobre “os genocidas” (judeu, arménio, ucraniano) [6], Exigiram em 2005-2006 a minha expulsão da universidade ao presidente de Paris 7, depois ao presidente da República Jacques Chirac, rotulando-me de “negacionismo” por ter dirigido pela Internet aos meus alunos um conjunto crítico de arquivos (abaixo citado) sobre os contos da carochinha da campanha germano-polaco-vaticana de 1933-1935. Acima de tudo não me perdoavam eu ter recordado em 1996 o papel, na Ucrânia ocupada pela Wehrmacht, da Igreja uniata da Galícia oriental submetida ao Vaticano e confiada ao bispo (de Lwow), Monsenhor Szepticky, que abençoou as matanças da divisão ucraniana SS Galicia saída dos grupos do uniata nazi Stefan Bandera [7]. Acrescentemos a esses dossiers comprometedores para os arautos do “Holodomor” que eu me atrevo a afirmar que a diabolização do comunismo e da URSS não resulta da análise histórica mas de campanhas ideológicas, que, não contente em ser marxista, sou judia e que um dos meus avós foi morto em Auschwitz – facto que tornei público em 1999, perante uma outra enorme campanha [8], e que todos esses excitados conheciam [9] elementos de natureza a mobilizá-los.
Falhou a realização do sonho em conseguir até mesmo o apoio dos judeus de França para uma campanha contra uma “judia-bolchevique” mascarada de “negacionista”! A perseguição, contra a qual se levantaram o Snesup e o PRCF, que lançou em Julho de 2005 uma eficaz petição apoiada pela (única) Libré Pensée [10], abrandou depois de os “ucranianos” terem, a 25 de Maio de 2006, sob a protecção da polícia do ministro do Interior, N. Sarkozy, prestado homenagem no Arco do Triunfo ao grande progromista Petlioura. Emigrado em França depois dos seus crimes de 1919-1920, fora abatido em 1926 pelo judeu russo emigrado Schwartzbard, e a defesa deste último gerou a Liga contra o anti-semitismo (LICA) que em 1979 passou a LICRA. Esta denunciou por fim em 26 de Maio de 2006, através do seu

Wandard disse...

presidente Patrick Gaubert, esses anti-semitas de choque – depois de vários avisos frustrados de cautela em relação à pretensa “negacionista” Lacroix-Riz. A algazarra dos grupúsculos “ucranianos” irá recomeçar aqui, estimulada pelo Parlamento europeu?
A Ucrânia ocidental laranja, tutora (oficial) de toda a Ucrânia, ocupa de novo o centro de uma campanha que, desde a era Reagan – fase crucial do desmantelamento da Rússia posto em marcha a partir de 1945 pelos Estados Unidos – deve tudo ou quase tudo a Washington, tal como a precedente devia tudo ao dinheiro alemão. Os seus paladinos amontoam milhões de mortos duma Ucrânia oriental cujos cidadãos, embora dedicados ao primeiro chefe, nunca se juntaram à matilha. A CIA, como retaliação, armou-se em chefe de orquestra, apoiada 1º em ucranianos “anti-semitas e anti-bolcheviques, colaboracionistas importantes durante a ocupação alemã, emigrados quando a Wehrmacht foi expulsa da Ucrânia ou depois de Maio de 1945, para os Estados Unidos, para o Canadá ou para a Alemanha ocidental; 2º em algumas universidades americanas prestigiadas, entre as quais Harvard e Stanford, substituídas depois pelas universidades “ocidentais” (Europa oriental inclusive) que os financiamentos americanos recompensaram (em plena penúria de créditos públicos para investigação) com uma torrente de colóquios e de encomendas editoriais sobre “a fome genocidária na Ucrânia”.
O apoio financeiro e politico americano gerou a campanha “Holodomor” dos governantes ucranianos – que em 2008 transformaram em herói nacional Stefan Bandera, “chefe da organização terrorista ucraniana na Polónia” [11] pretensamente “independentista” (não do Reich), criminoso de guerra emigrado em 1945 para a zona de ocupação americana, organizador, a partir da sua base de Munique, de assassínios em massa até aos anos cinquenta na Ucrânia que voltara a ser soviética [12]. Privado desse apoio, a algazarra abrandaria ou perderia todo o eco internacional. O “Parlamento europeu”, reconhecendo em 23 de Outubro de 2008 o “Holodomor (fome provocada artificialmente na Ucrânia entre 1932-1933) como “um crime horroroso perpetrado contra o povo ucraniano e contra a humanidade”, revela a sua estrita dependência em relação aos Estados Unidos, donos da Ucrânia “independente”, em concorrência com a Alemanha, onde a grande imprensa demonstra um zelo pró-ucraniano igual ao da actual Polónia, herdeira dos “coronéis” Josef Beck e consortes.
Bibliografia sumária: conjuntura ucraniana, germano-vaticano-polaco-americana, Annie Lacroix-Riz, Le Vatican (réf. n. 7); Le Choix de la défaite : les élites françaises dans les années 1930, Paris, Armand Colin, 2006, rééd. 2007; De Munich à Vichy, l’assassinat de la 3e République, 1938-1940, même éditeur, 2008;

Wandard disse...

e sobretudo síntese apresentada aos meus alunos em 2004, “Ukraine 1933 mise à jour de 2008”, (“Sur la ‘famine génocidaire stalinienne’ en Ukraine en 1933: une campagne allemande, polonaise et vaticane», www.historiographie.info), que desencadeou o furor dos defensores do “Holodomor”.
A reter da bibliografia Douglas Tottle, Fraud, Famine and Fascism. The Ukrainian Genocide Myth from Hitler to Harvard, Toronto, Progress Book, 1987, esgotada, mas acessível na Internet: nele este antigo fotografo demonstrou que as fotos das campanhas ucranianas de 1933-1935 após a era de Reagan (artigos, obras, filmes) eram provenientes de colecções da fome de 1921-1922, balanço de 7 anos de guerra mundial e da subsequente guerra estrangeira e civil, e criticou violentamente de modo muito bem argumentado as origens escritas e fotográficas da obra mestra de Conquest (capítulo 7, “Harvest of deception” (“colheita de enganos”) e especialmente p. 86-90;
Geoffrey Roberts, Stalin’s Wars: From World War to Cold War, 1939-1953. New Haven & London: Yale University Press, 2006, que calcula em “35 000 quadros militares e do partido na Galícia oriental [soviética] entre 1945 e 1951” o balanço dos massacres perpetrados pelos banderistas, p. 325.
Notas:
[1] Respectivamente, The years of Hunger, Soviet agriculture 1931-1933, New York, Palgrave Macmillan, 2004, e Harvest of Sorrow, New York, Oxford University Press, 1986, traduzido [para francês] em 1995 (e a minha síntese, bibliografia sumária)
[2] Despacho 727 em Paul-Boncour, Berlim, 5 de Julho 1933, Europa URSS 1918-1940, vol. 986, relações Alemanha-URSS, Junho 1933-Maio 1934, arquivos do Quai d’Orsay (MAE).
[3] http://www.ihtp.cnrs.fr/spip.php?article98 (site IHTP); sobre o papel anti-soviético desta fundação estreitamente ligada ao Departamento de Estado, referência do nº 1.
[4] Alain Blum, Naître, vivre et mourir en URSS, 1917-1991, Paris, Plon, 1994, p. 96-99 et n. 61, p. 243.
[5] http://zustrich.quebec-ukraine.com/news02_shmul.htm, tradução [em francês] ALR. O polonófilo Davies, que obteve o seu doutoramento em Cracóvia, deve a sua notoriedade à sua minimização da destruição dos judeus da Polónia, que o pôs em oposição a diversos historiadores americanos (Lucy S. Davidowicz, Abraham Brumberg e Theodore Rabb).
[6] “Mémoires partagées des génocides et crimes contre l’humanité”, “colóquio internacional” do “Collectif Reconnaissance”, 28-29 Abril 2006, ENS Lyon, etc. (documentação inesgotável na Internet).
[7] Le Vatican, l’Europe et le Reich de la Première Guerre mondiale à la Guerre froide (1914-1955), Paris, Armand Colin, 1996, reed. 2007, p. 414-417, e infra.

Wandard disse...

[8] Quando foi contestado o meu trabalho sobre a invenção e a entrega ao Reich de Zyklon B “francês” (da fábrica de Villers-Saint-Sépulcre) pela sociedade mista Ugine-Degesch, Industriels et banquiers français sous l’Occupation: la collaboration économique avec le Reich et Vichy, Paris, Armand Colin, 1999, index.
[9] E cuja prosa aparece regularmente durante a campanha deles de 2005-2006.
[10] Entre as organizações contactadas, que não subscreveram, o PCF, a Liga dos Direitos do Homem, o MRAP, várias associações judaicas, o Comité de vigilância da utilização pública da história, a Associação dos Professores de História e Geografia (APHG), etc.
[11] Despacho 30 de Léon Noël, embaixador em Varsóvia, 15 de Janeiro 1936, SDN, vol. 2169, Pologne, dossier geral, Fevereiro-Julho 1936, MAE.
[12] Lacroix-Riz, Vatican, loc. cit., Tottle, cap. 9-10 ; Mark Aarons e John Loftus, Des nazis au Vatican, Paris, O. Orban, 1992, index Bandera; Christopher Simpson, Blowback. America’s recruitment of Nazis and its effects on the Cold War, Wedenfeld & Nicolson, 1988.
N.T.
Holodomor – termo que deriva da expressão ucraniana que tem como raiz as palavras holod (fome) e moryty (matar através da fome); nome atribuído à fome que devastou principalmente a Ucrânia durante os anos de 1932-1933.
Uniata – nome que os ortodoxos conferiram de modo pejorativo aos ortodoxos que se uniram à Sé de Roma, tornando-se católicos de rito oriental.
Snesup – Sindicato Nacional do Ensino Superior
PRCF – Pólo de Renascimento Comunista em França – movimento político fundado em 2004.
Comité des Forges – organismo francês de estudo e defesa dos interesses profissionais dos grandes industriais da siderurgia, fundado em 1864 e dissolvido pelo governo de Vichy em 1940.

Jest nas Wielu disse...

2 Pippo

Leia sobre a Pacificação para depois não perguntar se foi antes ou depois da II G.M.
http://en.wikipedia.org/wiki/Pacification_of_
Ukrainians_in_Eastern_Galicia_(1930)

Alias, creio que entendeste a minha mensagem, pois não comentas nada sobre o facto do que ucranianos não tinham invadido os países vizinhos, nem os obragavam a desistir da sua língua ou cultura, casos da Rússia, Polônia, Hungria. Já estes mesmos países tentavam impor aos ucranianos o seu modo de vida, recebendo em troca a violência perfeitamente justificável da UVO, OUN, UPA, ou seja tal como aconteceu com as potências coloniais em África, Ásia ou América Latina.

2 Wandard

No passado recente eu já comentei o “trabalho” da Annie Lacroix-Riz ponto por ponto, Dona Annie não sabe trabalhar com as fontes, não tem o rigor académico e como a historiadora só é cotada entre os neo-comunistas, à quem pertence. Ela escreveu um panfleto anti-ucraniano, chamando a nossa maior tragédia, Holodomor de “avatar”, se fizer isso sobre Holocausto ou genocídio arménio, Dona Annie seria liquidada politicamente.

Wandard disse...

"No passado recente eu já comentei o “trabalho” da Annie Lacroix-Riz ponto por ponto, Dona Annie não sabe trabalhar com as fontes, não tem o rigor académico e como a historiadora só é cotada entre os neo-comunistas, à quem pertence. Ela escreveu um panfleto anti-ucraniano, chamando a nossa maior tragédia, Holodomor de “avatar”, se fizer isso sobre Holocausto ou genocídio arménio, Dona Annie seria liquidada politicamente."

jest,

Discordo. Este é um ponto de vista seu, pois o trabalho da Srª Lacroix-Riz vai contra o posicionamento que você e aqueles que seguem suas idéias adota. Nas minhas pesquisas vejo os dois lados, considero o fato histórico e não a versão favorável a um ou o outro.

Não existem problemas com as fontes bibliográficas dela, o problema é que as idéias e conclusões da Srª lacroix-Riz versam de forma contrária aos seus interesses.

Pippo disse...

2 Jest,

Mais uma vez cais no teu logro. Quem começou a violência nos anos 30 foi... a parte ucraniana!:

"Pacification of Ukrainians refers to the punitive action by police and military of the Second Polish Republic against the Ukrainian minority in Poland in September–November 1930 IN RESPONSE TO A WAVE OF MORE THAN 2,200 ACTS OF SABOTAGE AGAINST POLISH PROPERTY IN THE REGION."

"The OUN used TERRORISM AND SABOTAGE IN ORDER TO FORCE THE POLISH GOVERNMENT INTO REPRISALS so fierce that they would cause the more moderate Ukrainian groups ready to negotiate with the Polish state to lose support. OUN directed its violence NOT ONLY AGAINST THE POLES, BUT ALSO AGAINST ALL THOSE UKRAINIANS WHO WISHED FOR A PEACEFUL SETTLEMENT of the Polish - Ukrainian conflict."

"Policemen found about 100 kilograms of explosives and weapons (1287 rifles, 566 revolvers, 31 grenades). Also, during the searches, physical force was used and many people were publicly whipped. According to Polish historian Władysław Pobóg-Malinowski, there were no fatalities, while, according to Ukrainian historian P. Mirchuk, 35 Ukrainian civilians died during the pacification."

Portanto, os coitadinhos dos ucranianos sentiram que os seus "direitos de minoria" (algo que não existia na altura) tinham sido violados, e vai daí, toca a destruir e, mais tarde, a matar, certo? Olha que aqui ao lado os galegos e catalães também viram a sua língua ser proibida e nem por isso andaram a assassinar castelhanos ou a destruir-lhes propriedade. Os bascos do ETA fizeram-nos e foram condenados por toda a gente.

Mas olha, melhor do que a minha posição foi a da LDN:
"A committee of the League of Nations in its response to Ukrainian-Nationalists protest regarding the "pacification" action, while not approving the methods used, stated that it was the Ukrainian extremists themselves who were to be blame for consciously inviting this response by their sabotage activities and maintained that it was not governmental policy of persecution of the Ukrainian people."

Quanto ao teu argumento "recebendo em troca a violência perfeitamente justificável da UVO, OUN, UPA, ou seja tal como aconteceu com as potências coloniais em África, Ásia ou América Latina.", a supressão da língua ucraniana e os alegados 35 ucranianos mortos, na tua opinião, justificam plenamente o genocídio dos polacos cometido pelos ucranianos, com números que variam entre os 35.000 e os 60.000 mortos.

Ou seja, assassinar camponeses inocentes e indefesos às dezenas de milhar é uma "violência perfeitamente justificável".

Os nazis disseram o mesmo em relação aos judeus, que "oprimiam a raça ariana" através da economia e haviam "traído os alemães" durante a I Guerra Mundial. Por isso, também os judeus receberam uma "violência perfeitamente justificável".

O teu tipo de argumentação é perfeitamente nazi. Em certos países, tu serias provavelmente preso.

Jest nas Wielu disse...

2 Wandard

A minha agrumentaão sobre o artigo da dona Annie pode ser vista aqui:
http://darussia.blogspot.com/2011/11/blog-do-leitor-holodomores-da-ucrania.html

Vamos ver apenas uma única frase do artigo dela: “Monsenhor Szepticky, que abençoou as matanças da divisão ucraniana SS Galicia saída dos grupos do uniata nazi Stefan Bandera”.
a) Durante a ocupação nazi de Lviv, Metropolitano Andrey Sheptyckiy escondia os judeus na Igreja Grego – Católica de São Jorge em Lviv; b) onde está a prova (documental, testemunhal) da alegada bénção? C) Divisão Galiza foi criada contra a vontade expressa do Bandera e do OUN-B, d) o que a religião do Bandera tem a ver com a criação da Divisão Galiza?

2 Filipe

Se Pippo não entende porquê os colonialistas polacos, portugueses, britânicos ou belgas sofrem de violência após anos e anos de abusos contra a população nativa de um determinado país, nada posso a fazer. Creio que Pippo gostas em demasia de prisões & polícia, pois ora se voluntaria em ser alvo da PSP ou me ameaça com processos sumários.

Em soma, sim, a história da Polônia e Ucrânia tive altos e baixos, que serão resolvidos pelos historiadores isentos dos dois lados (http://www.rferl.org/content/article/1068362.html). O que não pode ser feito é a propaganda anti-ucraniana, como aquela que anos sem fio mostrava a foto das criançãs assassinadas pela mãe cigana nos anos 1930, afirmando que se tratava das alegadas vítimas dos “nacionalistas ucranianos”.

Pippo disse...

2 Jest

1 - meu rapazinho, nós só estamos a falar da Ucrânia, não de África. Deixa belgas, ingleses e portugueses de fora pois não vêm ao caso. Fala antes dos polacos que os teus amiguinhos rutenazis começaram por assassinar barbaramente à facada e machadada.

2 - falas tu de "colonialismo"... mas quem é que é o colono??? Os polacos viviam ali naquela região há gerações, não era gente acabada de chegar. E além disso, que arbitrariedades é que os camponeses polacos cometeram contra os ucranianos para que estes lhes violassem as mulheres e serrassem as crianças ao meio?
Ou isso, para ti, é plenamente justificado porque "o governo polaco proibia a língua ucraniana"?
Isso é CONVERSA DE NAZI!

3 - jovem, quem ameaçou com "processos sumários" e com a PSP foste TU, não eu!!! Já não te lembras? Até disseste que " Queixa: existem organizamos [sic] que irão tratar disso em Lisboa".
Vá, lê aqui:
http://darussia.blogspot.pt/2012/04/retrato-de-estaline-em-cadernos.html (a partir do último 1/3...)

4 - "Propaganda anti-ucraniana", meu grandessíssimo Calimero??? Então TU passas o tempo TODO a fazer propaganda anti-russa; TU até responsabilizas os russos pelo teu "precioso" Holomodor que já enjoa, apesar da Rússia não ter uma ponta de culpa no cartório; e ainda tens a lata de dizer que quando os ucranianos são os CULPADOS (e isto é claro como água), trata-se apenas de "propaganda anti-ucraniana"???

Como é que alguém pode ser assim tão fanático a ponto de ignorar ou ocultar a verdade?
Tu não tens um pingo de vergonha de cara?

Como é que se pode ser tão nazi?

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Vem o vagabundo criminoso comunista da tal Pagina Vermelha para falar de liberdade, democracia e humanismo!

Anónimo disse...

O coxinha marxista da merda chamada de "pagina vermelha" é o tipico burguesinho degenerado usando o primitivo vocabolário marxista que chama os ucranianos e todo os nacionalistas de "nazistas"! Nazista? E dai seu ditador de coxinha comunista estas achando que só os bandidos comunistas tem o direito de viver, seu Mané!

Anónimo disse...

O coxinha marxista da merda chamada de "pagina vermelha" é o tipico burguesinho degenerado usando o primitivo vocabolário marxista que chama os ucranianos e todo os nacionalistas de "nazistas"! Nazista? E dai seu ditador de coxinha comunista estas achando que só os bandidos comunistas tem o direito de viver, seu Mané!