Caros
leitores, imaginem o espanto na cara dos turistas russos quando chegam ao Cabo
da Roca e vêem palavras de ordem políticas escritas em língua russa! E se essas
pinturas rezam o seguinte: "ПУТИН ВОР" - “Putin é ladrão!”!
Podem
não acreditar, mas é verdade. Estas fotografias foram tiradas no Cabo da Roca
hoje, dia 3 de junho, e enviadas para mim, que me encontro em Moscovo.
O
local escolhido para a revelação foi o painel onde se fala das aves e plantas
endémicas do Parque Nacional de Sintra.
E
de ambos os lados para que ninguém deixe escapar a opinião dos “pintores”.
Será
Putin ladrão ou não? A oposição russa considera que sim, tendo já sido
publicados vários livros e numerosos artigos sobre os grandes cabedais que o
actual Presidente da Rússia possui em bancos ocidentais.
O
Kremlin não comenta essas acusações, como que dando a entender que elas não
passam de calúnias e provocações.
Seja
como for, não consigo compreender o que levou um ou vários opositores russos a
estragarem o painel do Cabo da Roca com semelhantes pinturas. Será que há na
Rússia pessoas que odeiam tanto o seu presidente ao ponto de levarem tinta
consigo para Portugal para escrever, num lugar tão longínquo, mas frequentado
por turistas, incluindo russos, semelhante frase? Ou trata-se de algum ou
alguns anti-putinistas russófonos residentes em Portugal que se solidarizam
dessa forma com as palavras da oposição?
Eu
posso não morrer de amores pelo dirigente russo, mas acho a inscrição no Cabo da Roca uma brincadeira de
mau gosto (isto porque não posso empregar palavras mais fortes por motivos
óbvios). Não só porque a tinta preta estraga o
painel, mas também porque esse lugar português é demasiadamente belo para inscrições
desse tipo.
Não
passa pela cabeça de um português pegar numa lata de tinta branca e ir escrever
nas muralhas vermelhas do Kremlin o mesmo sobre os seus dirigentes políticos.
Por
isso, deixo aqui um apelo à Câmara Municipal de Sintra ou à direção do Parque
Nacional de Sintra para que façam desaparecer rapidamente aqueles caracteres
estranhos e ilegíveis para os portugueses, mas familiares para os russos.
Como
diria Herman José, não havia necessidade…
7 comentários:
José Milhazes virou pichador? Que vergonha! Que apelação...
Uragan, leia o texto com atenção e verá que eu não posso estar em dois lugares simultaneamente. Não sou Santo António.
Eu picho
Tu pichas
Ele picha
"Não passa pela cabeça de um português pegar numa lata de tinta branca e ir escrever nas muralhas vermelhas do Kremlin o mesmo sobre os seus dirigentes políticos."
Sr. Milhazes,
Com todo o respeito à minha descendência e aos portugueses, pode passar pela cabeça de qualquer um. Infelizmente o Sr. não pode falar ou pensar por todos os portugueses, ou por qualquer turista de qualquer nação que visite Portugal ou qualquer pelo cidadão de qualquer país. Se for assim vou verificar em Caracas, Havana, Damasco, kabul, Bagdá, Teerã.............. quantas pichações e referências podem ser encontradas relacionadas aos líderes americanos e europeus, se formos buscar na internet e nos arquivos podemos encontrar centenas e centenas de referências e imagens.
Sr. Wandard, eu falo em nome dos portugueses sensatos e conscientes de que é crime estragar a propriedade pública ou alheia. Não compreendo como é possível vandalizar edifícios, monumentos históricos, etc. com pichagens.
Lembrei a velha anedota soviética sobre a total liberdade de expressão na URSS, cada um pode sair à Praça Vermelha e gritar "Abaixo Nixon!" "Abaixo Reagan!"
É um acto de vandalismo! Tenho certeza que fora o Jest...
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