O Conselho da Federação (Câmara Alta do Parlamento russo) aprovou hoje uma lei que prevê o aumento drástico das multas por irregularidades cometidas durante ajuntamentos públicos.
A lei foi aprovada
com o apoio de 132 senadores, tendo-se registado um voto contra e uma
abstenção.
O mesmo
projeto-lei foi aprovado durante a madrugada na Câmara Baixa tendo como fundo o
aumento de protestos em Moscovo contra esse documento por parte das
organizações de defesa dos direitos humanos e das forças da oposição ao
Presidente russo, Vladimir Putin.
O documento foi
aprovado depois de uma longa maratona ininterrupta de discussões e votações que
começou na terça-feira de manhã e terminou hoje.
Os deputados do
partido da oposição Rússia Justa apresentaram centenas de emendas ao projeto a
fim de adiar a sua aprovação, mas o partido no poder, a Rússia Unida, tinha
pressa em aprová-la, pois a oposição promete a organização de mais uma grande
manifestação no dia 12 de junho.
O projeto acabou
por ser aprovado com 241 dos 450 deputados da Duma, tendo recebido 147 votos
contra.
Antes da votação
final, os deputados da Rússia Justa abandonaram a sala em sinal de protesto.
"Fiquem
sozinhos com essa lei antipopular", declarou Serguei Mironov, líder da
Rússia Justa, dirigindo-se aos deputados da Rússia Unida.
Segundo a nova
lei, as multas máximas previstas para pessoas físicas poderão atingir 300 mil
rublos (cerca de 7 200), enquanto que as pessoas jurídicas (organizações)
poderão ser obrigadas a pagar até 600 mil rublos (mais de 14 mil rublos).
Se durante as
manifestações se registarem prejuízos materiais, os participantes e
organizadores poderão ser sujeitos com pesadas multas ou trabalhos forçados até
150 horas.
Até agora, os
manifestantes detidos por organizar ou participar em manifestações sem o aval
das autoridades podiam ser condenados a 15 dias de prisão ou 1 500 rublos (35
euros) de multa.
Os manifestantes
são também impedidos de tapar o rosto com máscaras, cachecóis ou véus.
Resta a assinatura
do Presidente Putin para entrar a lei entrar em vigor.
Tendo em conta a
onda de protestos provocada pela aprovação desta lei, que a oposição considera
mais um passo para a ditadura, Putin prometeu ter em conta os apelos críticos
antes de a assinar.
Mikhail Fedotov,
dirigente do Conselho para os Direitos Humanos junto do Presidente russo,
lançou um apelo a Putin para vetar o documento.
“Se forem feitos
apelos nesse sentido, claro que eles serão analisados”, declarou Dmitri Peskov,
porta-voz do Kremlin, ao responder ao apelo de Fedotov.
2 comentários:
Esta lei parece algo simples mas é a mais perigosa e injusta lei que já vi em qualquer país. Ainda por cima aprovada por um partido cuja legitimidade eleitoral é muito duvidosa.....No fundo trata-se de, sem recorrer a detenções em massa, bloquear toda e qualquer forma de manifestação dos cidadãos. Com estas multas exorbitantes, quem terá coragem de sair à rua? Como se costuma dizer, tal não lembraria ao diabo. Sim, muito parecido com o nosso Estado Novo, digam o que disserem. JM, confio na tua capacidade de denunciar esta lei, que nem tenho adjectivos suficientes para qualificar.
N interrompem nos nossos assuntos, tugas mal educados! Existe democracia soberana! Se n a gostam, vão embora!
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