O Tribunal do Bairro Khamovnitcheski de Moscovo prolongou a detenção por mais seis meses das três jovens do grupo punk Pussy Riot, acusadas de “holiganismo” na Catedral de Cristo Redentor.
Daria Liakh, porta-voz do tribunal, anunciou que as jovens irão começar a ser julgadas no próximo dia 23 de julho.
A defesa já anunciou que vai recorrer dessa sentença.
Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutzevitch são acusadas de “concluio com o objetivo de realizar um acto de holiganismo por motivos de ódio e adversidade religiosa em relação a um grupo social sob a forma de realização de ações provocatórias e insultuosas num edifício religioso”.
Segundo a acusação, as jovens “provocaram sérios prejuízos aos valores sagrados do cristianismo”, “humilharam as bases seculares da Igreja Ortodoxa Russa”.
Madejda, Maria e Ekaterina poderão ser condenadas a penas até sete anos de prisão.
No passado 21 de fevereiro, quatro jovens mascaradas do grupo Pussy Riot entraram na Catedral de Cristo Redentor de Moscovo, subiram ao altar e começaram a cantar “Mãe de Deus, expulsa Putin”.
Depois desta ação ter sido mostrada na Internet, três delas foram detidas.
A detenção das jovens dividiu a sociedade russa. A direção da Igreja Ortodoxa Russa considera que elas devem ser “exemplarmente castigadas”, enquanto que a oposição russa e organizações internacionais como a Amnistia Internacional as consideram “presos políticos”.
Centenas de inteletuais russos assinam um abaixo-assinado para pedir a sua libertação, mas sem êxito.
P.S. Do ponto de vista moral, nunca tive dúvidas em que a acção dessas jovens no templo ortodoxo é condenável, pois trata-se de desrespeito pelos sentimentos religiosos dos outros.
Porém, considero que as autoridades judiciais, pressionadas pela Igreja Ortodoxa e o Kremlin, estão a ir longe demais. Manter estas jovens mães em prisão preventiva durante tanto tempo é ilegal e imoral.
A direcção da Igrega Ortodoxa esqueceu-se de um dos princípios fundamentais do Cristianismo: o perdão.
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