Texto enviado pelo leitor Pippo:
"7 de outubro de 2012
Mikhail Klimentyev / RIA-Novosti
/ Reuters
Dushanbe, Tajiquistão - O
presidente Vladimir Putin supervisionou a assinatura de um acordo que prorroga a
presença militar russa no Tadjiquistão por mais 30 anos, garantindo que Moscovo
vai ser capaz de garantir a margem sul do seu antigo império soviético após as
tropas da NATO deixarem o Afeganistão.
Os Ministros da Defesa dos dois países
concordaram, sexta-feira passada, prolongar o arrendamento à Rússia de uma base
até 2042. O arrendamento iria expirar a 1 de Janeiro de 2014, no mesmo ano em
que as tropas de combate estrangeiras irão deixar o Afeganistão, país que partilha
uma fronteira muito montanhosa e porosa com o Tajiquistão.
Mais de 6.000 soldados
estacionados em três cidades no Tajiquistão compõe a Base 201 da Rússia, a maior
implantação de tropas do Kremlin no exterior.
Dirigindo-se a soldados e
oficiais na base, Putin reafirmou as familiares queixas sobre a NATO, dizendo que
a Rússia estava preocupada com a expansão das infra-estruturas da Aliança.
"Eu acredito que [a NATO] é
em grande parte um regresso à Guerra Fria", disse Putin.
Mas ele sugeriu que a Aliança
poderia ser uma força positiva, desde que não tentasse usurpar o poder do
Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia tem poder de veto.
"Até certo ponto, em
determinadas circunstâncias, se ela atuar sob um mandato do Conselho de
Segurança da ONU, a NATO pode desempenhar um papel positivo", disse Putin.
"Vamos desenvolver a nossa relação com esta organização."
Putin apoiou a cooperação com a
NATO no Afeganistão, permitindo o uso do território russo para o trânsito e
suprimentos.
Putin também assinou um acordo no
mês passado para estender o contrato de arrendamento à Rússia de uma base aérea
no Quirguistão até 2032.
"Juntamente com a base de
Kant no Quirguistão, a base no Tajiquistão servirá os interesses da
Rússia", disse Putin às tropas na Base 201.
Centenas de espectadores
assistiram ao cortejo morotizado que percorreu as ruas de Dushanbe em direcção à
base, na periferia da capital. Edifícios foram decorados com bandeiras russas e
tajiques.
O assessor de política externa de
Putin, Yury Ushakov, disse que a Rússia iria pagar uma quantia simbólica para
estender o contrato de arrendamento da base.
O Tajiquistão inicialmente queria
que a Rússia pagasse o preço total, mas a Rússia recusou, dizendo ao Tajiquistão
que seria necessária a sua protecção após a retirada da NATO.
"Nós precisamos dessa base,
e o Tajiquistão precisa disso", disse Ushakov.
Numa declaração conjunta, Putin e
o Presidente tadjique Emomali Rakhmon disseram que consideravam "travar a
ameaça do terrorismo e do tráfico de drogas a partir do território do
Afeganistão como uma de suas prioridades nos esforços para manter a
estabilidade regional."
A visita de Putin também produziu
um pacote de acordos que poderão amparar economia do Tajiquistão, incluindo um
acordo que visa melhorar as condições para os trabalhadores migrantes do
Tajiquistão na Rússia.
Cerca de 1,1 milhões de
tadjiques, um sétimo da população do país, vive na Rússia, e as suas remessas
perfazem derca de metade do PIB do seu país.
Outros acordos prometem
cooperação na construção de instalações hidrelétricas e a remoção de impostos à
importação de hidrocarburantes russos utilizados no Tajiquistão.
Rakhmon completou 60 anos na
sexta-feira, dois dias antes de Putin atingir a mesma marca. Como presente, Putin
ofereceu a Rakhmon uma espingarda de precisão de fabricação russa.
No poder há 20 anos, o presidente
tadjique vai procurar outro mandato de sete anos nas eleições de Novembro de
2013.
"É importante para Rakhmon permanecer
no poder em 2013, e o apoio do Kremlin será decisivo", disse Zafar
Abdullayev, analista de Dushanbe baseada em política.
[Em termos geopolíticos, a
assinatura deste tratado, bem como do tratado, em termos similares, com o
Quirguistão, são uma grande vitória para Moscovo.
Em primeiro lugar, com uma
presença militar continuada na Ásia Central, a Rússia fortalece a sua presença
na região, podendo ser capaz de influênciar a política local e regional e manter
aqueles países na sua órbita durante as próximas décadas.
Em segundo lugar, a presença
russa na região cria uma maior sensação de segurança face ao expectável avanço tomada
do poder no Afeganistão por parte dos taliban. As únicas forças capazes de dar
luta a infiltradores islamitas no Tajiquistão são as tropas russas, e também
serão estas as únicas capazes de apoiar um qualquer grupo de resistência além
fronteiras, como aliás já havia sido feito com a Aliança do Norte.
Em terceiro lugar, a reafirmação
da presença russa na região, a par da anunciada retitada da NATO (leia-se EUA)
representa, no fundo, o falhanço de uma política externa norte-americana que
procurou implantar-se numa região “ultra-continental”, longe, portanto, da sua
base de apoio, essencialmente marítima.]"
19 comentários:
E a adicionar a esta notícia interessante, junto uma outra:
Rússia assina contratos de armamento com o Iraque de 4,2 mil milhões de dólares
A Rússia anunciou, esta terça-feira, ter assinado contratos de armamento com o Iraque no valor de 4,2 mil milhões de dólares, noticiaram as agências russas, numa altura em que o primeiro-ministro iraquiano visita Moscovo.
Um comunicado do governo russo divulgado hoje refere que delegações iraquianas fizeram várias visitas à Rússia este ano e assinaram no segundo semestre de 2012 "uma série de contratos num montante superior a 4,2 mil milhões de dólares" (3,3 mil milhões de euros).
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, chegou na segunda-feira a Moscovo para uma visita oficial de três dias. Hoje, reuniu-se com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, e na quarta-feira será recebido pelo presidente Vladimir Putin.
"Apesar dos acontecimentos dramáticos dos últimos anos, mantivemos contactos a alto nível. Tenho a certeza que isso vai permitir desenvolver amizade, parceria e cooperação entre a Rússia e o Iraque", declarou Medvedev, citado pelas agências russas.
O Iraque precisa de meios para proteger as suas fronteiras e tem estado na dependente do fornecimento de armas norte-americanas.
As forças norte-americanas deixaram o território iraquiano em dezembro de 2011.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2818730
Com ou sem ditador, o Iraque continua pelos os vistos a ser um cliente...
E com este nível de vendas, a Rússia será o segundo maior fornecedor de armas ao Iraque.
A venda de armas a Bagdade, apesar de ser um bom negócio, poderá não ser suficiente para restabelecer a paridade entre o Irão e o Iraque pois se o primeiro é um país razoavelmente unido, o segundo está totalmente fraccionado e, como tal, nunca poderá apresentar uma frebte credível face aos seus vizinhos.
O problema do Iraque é que, até 2003, servia de contraponto ao Irão e ao seu expansionismo pseudo-religioso, mas depois da invasão deixou de ser um Estado-tampão e passou a ser um quase-satélite de Teerão, excepção feita ao autónomo Curdistão Iraquiano que tem resistido às pressões, quer iranianas, quer islamitas.
Como não há uma sem duas, adiciono outra:
Nord Stream ties EU to Russian gas
Russian efforts to diversify its natural gas transit network in Europe increases Moscow's geopolitical clout, an analysis stated.
Russian energy company Gazprom this week started delivering natural gas through the second line of the Nord Stream pipeline through the Baltic Sea to Germany. European countries get about 20 percent of their natural gas from Russia, though about 80 percent of that runs through Ukraine's transit system.
Stratfor, an independent intelligence company in Texas, said not only do projects like Nord Stream put Ukraine at a disadvantage but it gives Russia more political influence.
"While constructing underwater pipelines is incredibly expensive, such pipelines give Moscow significant geopolitical advantages," a Statfor report read.
Gazprom said a study of Nord Stream indicated a potential third or fourth string could be developed. A link may tie Great Britain to Russian natural gas supplies, the Russian company added.
"Russia's efforts to ensure consistently high volumes of natural gas to key European markets goes beyond its attempts to bring back some of its former Soviet states within its influence," notes Stratfor.
Europe is pushing for alternative suppliers for its Southern Corridor, a network planned from natural gas suppliers in the Caspian region.
http://www.upi.com/Business_News/Energy-Resources/2012/10/10/Nord-Stream-ties-EU-to-Russian-gas/UPI-44401349869864/#ixzz28usYh2TC
O segundo ramal do Nord Stream entrou em funcionamento.
A Rússia a cada ano que passa torna-se um parceiro cada vez mais importante para a Europa.
A Rússia ao criar este pipeline, gerou mais segurança no fornecimento de energia. Acabou-se os intermediários, acabou-se a chantagem por parte destes.
Acaba-se o gás subsidiado a quem não o merece.
A Europa está cada vez mais dependente da Rússia e a Rússia quer estar mais na Europa. Não existe outro fornecedor que consiga fornecer em tão grandes quantidades e de modo tão fiável.
A pressão para a Europa não menosprezar a Rússia, aumenta à medida que a Rússia faz algo que a Europa não faz, a Rússia diversifica a sua carteira de clientes energéticos para a Ásia. A Europa o que fez para diversificar os seus fornecedores energéticos?
E quanto aos países que estão a alojar componentes do sistema anti-míssil tais como a Polònia e Rep. Checa? Já fizeram bem as contas ao que se arriscar em termos energéticos?
O futuro dirá.
Caro Pippo,
Concordo consigo, é um bom negócio, para mim é surpreendente dado os montantes, mas nem pensar em paridade com o Irão.
Como você diz, isso acabou com a invasão. Neste momento, o Iraque está mais próximo do Irão, algo que não acontecia com Saddam.
Portanto o Iraque é uma manta de retalhos (e bem rico) e ainda estamos para ver o que vai sair dali.
Uma coisa é certa, o Irão tem mais hipóteses de relacionamento com este novo Iraque do que tinha na era de Saddam, uma boa oferta do tio Sam.
e parece que a Rússia vai lucrar com isto, até onde é o que se vai ver.
Repare que a Rússia está também a entrar em força com as suas companhias energéticas. A Lukoil está a apanhar fatias de leão no Iraque, veja o seguintes artigo:
LUKOIL OVERSEAS increases its share in West Qurna-2 project in Iraq
Following the withdrawal of Statoil from West Qurna-2 project in Iraq, LUKOIL Overseas (wholly-owned subsidiary of LUKOIL) has considerably increased its share in the project.
As of today, project partners have the following shares: LUKOIL Overseas - 75% and Iraqi state North Oil Company - 25%...
http://www.lukoil-overseas.com/press-centre/6638.php
Este campo é gigantesco e os Noruegueses sairam de cena, ficando os russos com a parte deles, somando 75% é obra.
Outro bastante interessante tem a ver com o projecto West Qurna-1, neste a fatia de leão foi para a Exxon, mas... algo se passa pois a Rússia também está a entrar com a Rosneft.
Exxon, Rosneft in West Qurna Talks
U.S. energy behemoth, ExxonMobil Corporation (XOM) and Russian State-owned company OAO Rosneft are in talks to jointly tap Iraq's widespread West Qurna-1 oilfield...
...Rosneft may acquire a 20% stake in the ExxonMobil-operated project in southern Iraq within a month...
...In April, ExxonMobil formed a joint venture with Rosneft allowing the latter to explore North American unconventional sources as well as gain access to the know-how for developing unreachable resources...
...Meanwhile, Russia's second-largest oil producer, LUKOIL, also proposed Rosneft to participate in the Iraq’s West Qurna-2 oilfield. The oilfield — with recoverable oil reserves of around 14 billion barrels — is the world's second-largest undeveloped field.
http://finance.yahoo.com/news/exxon-rosneft-west-qurna-talks-180034930.html
A Rússia está a ter acesso a coisas grandes, muito grandes e lucrativas. E são os EUA que se afastam para deixar passar a Rússia. O que é deveras interessante.
Há uns anos atrás os EUA através da Exxon, queriam controlar o sector energético russo, começando pela Yukos.
Hoje vemos esta reviravolta de 180º.
O que nos reservará o amanhã...
Vietnã, Cuba, India... Tem que expandir militarmente!
Primeiramente parabéns ao Sr. Milhazes pelo tópico imparcial.
O desdobramento do DAM, já acirrou a corrida armamentista e uma nova guerra fria já foi disparada pelos EU A, só que agora tem outros jogadores além da Rússia do outro lado, sim, os países detentores do sistema pagarão caro pelo passo que empreenderam.
Resta esperar.
Primeiramente parabéns ao Sr. Milhazes pelo tópico imparcial.
O desdobramento do DAM, já acirrou a corrida armamentista e uma nova guerra fria já foi disparada pelos EU A, só que agora tem outros jogadores além da Rússia do outro lado, sim, os países detentores do sistema pagarão caro pelo passo que empreenderam.
Resta esperar.
Wandard, fui eu que enviei o tópico :0)
Caro Pippo,
depois do link, já são palavras suas?
"depois do link, já são palavras suas?"
Sim, é a minha opinião sobre o assunto.
Pippo,
Desculpe pela gafe, li o texto por um smartphone de forma apressada e não consegui visualizar o autor, bem que achei estranho o texto imparcial.
Os parabéns são seus.
Abs,
Caro Pippo,
Concordo em geral com a sua análise e gostaria de acrescentar o seguinte:
A Rússia vai passar a ter um papel ainda mais relevante na Ásia Central e vai ter que se preparar para a saída dos EUA, ou seja, vai ter que investir muito mais na segurança nestes países para deter uma muito possível "contaminação" taliban nestas regiões. Quanto melhor fôr a segurança nestes países, melhor será na Rússia. E para não meter os pés no Afeganistão, a Rússia vai ter que dar muito apoio a quem não queira talibans por lá...
Quanto ao falhanço da política externa norte-americana... ela realmente existe, HOJE.
Basta ver o que se está a passar no Afeganistão e no Iraque.
Mas a situação que se está a assistir neste momento na Geórgia, faz-me interrogar, se não vão avançar por outros meios. Eles podem estar a recuar na Àsia Central, mas não estão a recuar para meter as mãos no Cáspio.
E a coisa vai depender muito de quem vai ocupar a cadeira de presidente nos próximos anos. Se fôr um republicano, isto vai aquecer muito rapidamente...
Caro PtMan,
Ao contrário do que acontece em certos países, existe um certo consenso nos EUA sobre os pilares fundamentais da sua Pol Ext, nomeadamente o controlo dos mares e dos dos seus "gargalos"; a manutenção de alianças com vista a conter a emergência de rivais regionais ou globais (Ex China e Rússia), e claro, sempre que possível, o controlo das fontes energéticas.
Assim, na sua essência, os objectivos norte-americanos manter-se-ão os mesmos. A diferença entre a categoria dos presidentes determinará o quão musculada e descabida será a política para o exterior. Assim de repente, o Mitt Romney parece ser um falcão, como o parecem todos os republicanos, mas o facto é que grandes alterações geopolíticas, com muitos tiros e violação das leis internacionais à mistura, têm ocorrido sob presidências democratas. A intervenção na Bósnia e a Guerra do Kosovo (sob Bill Clinton) vêm-me de repente à memória.
Relativamente à geopolítica na Eurásia, a grande incógnita é saber o que acontecerá (quais serão as movimentações) no Cáucaso. O novo PM georgiano tem um tom muito mais conciliador do que o agressivo presidente daquele país e certamente quererá manter relações normais, quer com a Rússia, quer com os EUA. Normalmente isso consegue-se com negócios e alguns "rebuçados", por exemplo, parcerias no campo dos transportes e da energia, e facilidades nos portos georgianos para navios russos e norte-americanos.
E claro, para além de tudo isto, temos "novos" actores na cena internacional que estão a jogar o seu jogo. Refiro-me à China e à Turquia, que ainda nos poderão reservar algumas surpresas e dissabores...
Caro Pippo,
Concordo, a política externa americana é igual independentemente de quem esteja aos seus comandos. Afinal é graças a essa política que eles estão onde estão, no topo.
Só que tenho a ideia, que os democratas ao prosseguir os objectivos são mais ponderados, enquanto que os republicanos fazem-no pela via mais directa ou seja pela força.
Quanto ao novo PM georgiano... desde que se mantenha o objectivo de entrar na NATO, a coisa vai manter-se tensa com a Rússia.
Caro PM,
Não sei se os republicanos serão, tendencialmente, mais "hot headed" e mais "confrontacionistas". Temos os casos do R. Reagan ou Bush Jr., e o paradigmático Teddy Roosevelt, mas também temos os do Franklin D. Roosevelt, o Kennedy, o Lyndon Johnson e o Bill Clinton, que entraram em guerra e em muitos casos foram "confrontacionistas".
Quanto ao Boris Ivanishvili, veremos qual será a sua Pol Ext.. A adesão à NATO poderá ser um desígnio nacional a longo prazo o qual poderá até nem vir a concretizar-se, mas para já, parece que este PM é bem mais inteligente e ponderado do que o Saakashvili, o que só poderá ser benéfico, quer para a Geórgia, quer para todo o Cáucaso.
Olhe, e relacionado com geopolítica e um daqueles "amigos" a que eu me referi mais acima, a Turquia proibiu o sobrevoo do seu espaço aéreo por aviões que se dirijam à Síria. E qual foi a desculpa para isso? Um avião proveniente da Rússia que trazia "armas" (ao que parece, radares).
http://www.guardian.co.uk/world/middle-east-live/2012/oct/14/syria-bans-turkish-flights-live
Estou curioso para ver o seguimento deste caso e qual será o envolvimento russo em todo este caso.
Pois, tenho seguido esse assunto com bastante interesse.
O que ia no avião, não é claro e os Turcos não disseram o que viram lá.
Como nada disseram, parece-me que não encontraram o que estavam à espera.
A Turquia parece estar com muita vontade de entrar neste conflito... Como se as coisas não estivessem já mais que complicadas.
Obviamente não terão encontrado nada, mas não é isso que interessa, o que interessa é dizer que encontraram "algo" proibido para assim poderem ter uma justificação para acções subsequentes.
Ankara está desejosa de modificar o regime sírio e instalar no país uma democracia, de preferência com um certo pendor islamita e sunita "a la Erdogan", de forma a abater a influência do Irão e mostrar ao mundo mais um sucesso da Pol Ext turca. O problema é que parece que a tarefa parece estar a ser mais difícil do que o previsto e daí a Turquia ter de estar a forçar a mão neste assunto.
Outro aspecto que poderá vir a ser muito interessante é a evolução do Curdistão no meio disto tudo. Os curdos sírios já controlam a totalidade do seu território e não seria de todo descabido que, num cenário de fragmentação da Síria, eles procurassem uma certa forma de união ao Curdistão iraquiano. E num cenário destes, nem imagino o que a Turquia seria levada a fazer para impedir tal união...
Sim, e falta saber qual a posição americana sobre o assunto DEPOIS das eleições...
Da maneira como os turcos se andam a mexer, parece haver vontade de fazer algo mais.
Quanto ao Curdistão... realmente é capaz de haver muitas novidades. Se por um lado os turcos não querem ouvir falar deles nem das suas intenções, por outro os americanos começaram a negociar contratos de petróleo com eles (curdos do Iraque) e penso que foi à conta disto, que foi aberta uma (grande) janela para os russos no Iraque, na àrea de energia e armamento.
Ora, com as americanos a negociar com os curdos do Iraque, Assad a cozinhar algo com os dele de modo a repelir os rebeldes, resta os curdos da Turquia, que não vão ficar quietos.
A Turquia vai ter muito com que se entreter...
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