Rússia: Pintor português ganha prémio principal no concurso A Imagem da Rússia

O pintor português Diogo Navarro venceu hoje, em ex aqueo com um pintor de Monte Carlo, o primeiro prémio do concurso A Imagem da Rússia aos Olhos de Pintores Europeus Modernos.

“Chamei aos quadros, Moscovo e São Petersburgo, duas imagens monocromáticas, onde quis transpor o ritmo e contrastes da energia de Moscovo e a plenitude e simetria de São Petersburgo”, declarou o pintor de Lisboa à Lusa.

O pintor português trouxe alguns dos seus quadros cujo tema central é Lisboa e a cor azul é predominante.

“Fiquem espantado ao ver tanta semelhança no azul das cidades de Moscovo e Lisboa. Vivo perto do mar e por isso tento exprimir nos meus trabalhos a força do Oceano. As cores da minha Lisboa são diluídas, por isso cada um pode encontrar nestes quadros um pouco da sua cidade”, afirmou ele, em declarações transmitidas pelo canal televisivo Rússia 24.

Diogo Navarro e Rita Melo foram os dois pintores portugueses que foram convidados, juntamente com mais 14 artistas europeus, para exporem as suas obras numa das mais prestigiadas galerias de Moscovo: a Galeria de Belas Artes de Zurab Tsereteli.

Durante a sua estadia em Moscovo e são Petersburgo, os pintores foram desafiados, pelos organizadores do evento: a Academia de Belas Artes da Rússia, a representarem nas suas telas as suas impressões sobre as cidades de Moscovo e São Petersburgo.

“Após algumas visitas pelo centro de Moscovo e S. Petersburgo, senti que são cidades com um enorme poder económico. Toda a sua paisagem, com construções megalómanas que  contrastam com os vermelhos, azuis e dourados. Na obra, surge uma babuska [velhota], contrastando com fundo de paleta vermelha, cheio de simbologias como espaçonaves, radioatividade, tecnologia, mascaras de gás, ou elementos populares como as matrioskas e Iuri Gagarin, numa alegoria ao país russo. Pode-se sentir, um especial destaque para um diamante, colocado do lado direito, como força do poder económico e capitalista que se faz sentir por toda a parte, nesta cidade”, explica à Lusa Rita Melo.  
“O trabalho que realizei no atelier em Moscovo, durante dois dias, não pretende dar respostas nem se colocar numa posição. Pretende levantar algumas questões e potenciar  no espectador uma fruição  ao seu belo prazer”, acrescenta.

Segundo a pintora de Setúbal, “este tipo de iniciativas são uma mais valia, poderosa,  para dar a conhecer o trabalho de artistas portugueses,  incitando assim a curiosidade e o investimento”. 

A exposição dos pintores europeus estará patente na capital russa até 01 de novembro.