A cooperação entre Moscovo e Damasco visa reforçar o poder defensivo da Síria e a Rússia continua a fornecer meios de defesa antiaérea no quadro dos compromissos com esse país, disse hoje o ministro russo dos Negócios Estrangeiros.
"Os armamentos principais foram fornecidos à Síria ainda na época da União Soviética. Atualmente estamos a terminar os nossos compromissos assumidos, ligados principalmente a fornecimentos de alguns meios de defesa antiaérea", afirmou Serguei Lavrov ao diário egípcio Al-Ahram.
Segundo o responsável, "a exportação de armamentos tem um caráter defensivo e não viola nenhuma das convenções internacionais".
"No que respeita à cooperação militar russo-síria, ela visou sempre o reforço da capacidade defensiva da Síria perante uma possível ameaça externa, e não o apoio de Bashar Assad ou de qualquer outro", frisou Lavrov.
O ministro russo encontra-se no Cairo em visita oficial, tendo abordado com as autoridades egípcias a situação no Médio Oriente e na Síria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, negou que Moscovo e Washington estejam a realizar conversações secretas
sobre mudança de regime na Síria.
"Nós nunca realizámos
conversações secretas sobre o destino de terceiros países e nunca
realizámos quaisquer conversações secretas com os EUA, nem com ninguém
sobre Bashar al-Assad", declarou o chefe da diplomacia, numa conferência
de imprensa na capital egípcia.
Lavrov voltou a defender o cumprimento do Acordo de Genebra sobre a Síria.
"Tentamos
cumprir honestamente esses acordos. Nós trabalhamos tanto com o
Governo, como com a oposição. Mas, por razões conhecidas, não temos
influência da oposição síria", frisou.
Segundo o ministro russo,
"os que têm influência devem, em conformidade com os Acordos de Genebra,
fazer tudo para unir a oposição".
"Em vez disso, alguns participantes no encontro de Genebra tentam unir a oposição na plataforma da luta armada", acrescentou.
O chefe da diplomacia russa considerou que a iniciativa sobre a formação de um "quarteto " regional para a Síria será realizada.
O quarteto é constituído pelo Egito, Arábia Saudita, Irão e Turquia.
Serguei Lavrov acusou a oposição de violar as normas do Direito Internacional com o apoio de "países estrangeiros".
"Na
Declaração de princípios do Direito Internacional, aprovada pela
Assembleia Geral da ONU em 1970, assinala-se que nenhum Estado deve
organizar, apoiar, financiar ações militares que visem o derrube de
outro Estado", sublinhou.
Lavrov concluiu que Moscovo não apoia nenhuma parte do conflito na Síria.
O
conflito na Síria já provocou desde março de 2011 mais de 36.000
mortos, de acordo com o Observatório Sírios dos Direitos Humanos (OSDH).
1 comentário:
Não temos bons.
Temos maus (muitos) e vítimas (muitas)
Assistimos a guerras de interesses, disfarçadas de outras coisas.
Quem se lixa é sempre o mesmo.
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