segunda-feira, novembro 05, 2012

Quem são os bons e os maus na Síria?

A cooperação entre Moscovo e Damasco visa reforçar o poder defensivo da Síria e a Rússia continua a fornecer meios de defesa antiaérea no quadro dos compromissos com esse país, disse hoje o ministro russo dos Negócios Estrangeiros. "Os armamentos principais foram fornecidos à Síria ainda na época da União Soviética. Atualmente estamos a terminar os nossos compromissos assumidos, ligados principalmente a fornecimentos de alguns meios de defesa antiaérea", afirmou Serguei Lavrov ao diário egípcio Al-Ahram. Segundo o responsável, "a exportação de armamentos tem um caráter defensivo e não viola nenhuma das convenções internacionais". "No que respeita à cooperação militar russo-síria, ela visou sempre o reforço da capacidade defensiva da Síria perante uma possível ameaça externa, e não o apoio de Bashar Assad ou de qualquer outro", frisou Lavrov. O ministro russo encontra-se no Cairo em visita oficial, tendo abordado com as autoridades egípcias a situação no Médio Oriente e na Síria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, negou que Moscovo e Washington estejam a realizar conversações secretas sobre mudança de regime na Síria.
"Nós nunca realizámos conversações secretas sobre o destino de terceiros países e nunca realizámos quaisquer conversações secretas com os EUA, nem com ninguém sobre Bashar al-Assad", declarou o chefe da diplomacia, numa conferência de imprensa na capital egípcia.
Lavrov voltou a defender o cumprimento do Acordo de Genebra sobre a Síria.
"Tentamos cumprir honestamente esses acordos. Nós trabalhamos tanto com o Governo, como com a oposição. Mas, por razões conhecidas, não temos influência da oposição síria", frisou.
Segundo o ministro russo, "os que têm influência devem, em conformidade com os Acordos de Genebra, fazer tudo para unir a oposição".
"Em vez disso, alguns participantes no encontro de Genebra tentam unir a oposição na plataforma da luta armada", acrescentou.
O chefe da diplomacia russa considerou que a iniciativa sobre a formação de um "quarteto " regional para a Síria será realizada.
O quarteto é constituído pelo Egito, Arábia Saudita, Irão e Turquia.
Serguei Lavrov acusou a oposição de violar as normas do Direito Internacional com o apoio de "países estrangeiros".
"Na Declaração de princípios do Direito Internacional, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1970, assinala-se que nenhum Estado deve organizar, apoiar, financiar ações militares que visem o derrube de outro Estado", sublinhou.
Lavrov concluiu que Moscovo não apoia nenhuma parte do conflito na Síria.
O conflito na Síria já provocou desde março de 2011 mais de 36.000 mortos, de acordo com o Observatório Sírios dos Direitos Humanos (OSDH).

1 comentário:

PortugueseMan disse...

Não temos bons.

Temos maus (muitos) e vítimas (muitas)

Assistimos a guerras de interesses, disfarçadas de outras coisas.

Quem se lixa é sempre o mesmo.