Um dos mais influentes chefes do mundo do crime organizado russo,
Aslan Ussoian, mais conhecido por Avô Khassan, foi hoje a sepultar num
dos cemitérios da capital russa, sob fortes medidas de vigilância.
A
urna, transportada num cadillac preto, era seguida por cerca de 100
pessoas a pé e por uma enorme fila de automóveis de luxo, com vidros
fumados. A maioria dos presentes eram caucasianos, tal como Ussoian,
arménio nascido em Tbiliss, capital da Geórgia.
Este pormenor
biográfico atrasou a chegada de um dos mais sangrentos "padrinhos" da
máfia russa à sua última morada. Ussoian desejava ser sepultado na
cidade que o viu nascer e onde começou a sua carreira no mundo do crime,
mas as autoridades georgianas tinham proibido, na véspera, a aterragem
do avião que transportava a urna em Tbiliss e o aparelho foi obrigado a
regressar a Moscovo.
Dezenas de jornalistas quiseram assistir ao
funeral de Ussoian, mas a segurança do cemitério Khovanskoe não precisou
de muitas palavras para os demover dessa intenção.
"As pessoas
que vieram ao funeral, se se sentirem incomodadas por estranhos, não
irão apresentar queixa à polícia, mas poderão castigar segundo as suas
leis", declarou um dos chefes da segurança aos jornalistas.
Segundo
testemunhas citadas pela imprensa russa, o túmulo do Avô Khassan ficou
coberto de flores e de coroas com fitas onde se podia ler: "Dos irmãos
de Iakutia", "Dos irmãos de Samara".
Após o funeral, os presentes
foram transportados para um dos restaurantes do centro de Moscovo onde,
segundo a tradição ortodoxa, deviam prestar tributo à memória do
defunto, mas o local não conseguiu receber tão grande número de pessoas e
muitos tiveram de ser transportados em autocarros para outros
restaurantes das proximidades.
Aslan Ussoian foi assassinado a
tiro, no passado dia 16 de janeiro, por um franco-atirador quando saía
de um dos restaurantes controlado por sí.
O Avô Khassan nasceu em
Tbiliss a 24 de fevereiro de 1937. Aos 19 anos, foi condenado pela
primeira vez por resistência à polícia. Em 1959, foi condenado por
assalto à mão armada a cinco anos de prisão. Em 1966, quando já cumpria
uma nova pena, foi "coroado" na prisão como um dos chefes do mundo do
crime.
Foi alvo de atentados em 1998 e 2010, mas conseguiu escapar
com vida. Porém, não escapou à terceira vez mesmo depois de ter
reforçado fortemente a sua segurança.
Os analistas russos divergem
quanto às consequências deste crime. Anatoli Kulikov, antigo ministro
do Interior da Rússia, não exclui a possibilidade do início de uma nova
guerra entre clãs mafiosos, como as que tiveram lugar nos anos de 1990.
"Nos
anos de 1990, alguns criminosos encontravam-se presos, hoje estão em
liberdade, mas os seus lugares estão ocupados. Por isso trata-se de uma
nova guerra por esferas de influência", declarou.
Alexandre
Mikhailov, ex-agente do Serviço Federal de Segurança, não acredita que
venham a ter lugar novas guerras entre os mafiosos.
"Já não foi o
primeiro atentado. Depois do último, não se viu nenhum agravamento da
situação. Hoje a situação está muito mais controlada", frisou.
P.S. A julgar pela cobertura informativa na Rússia, até parece que morreu um chefe de Estado.
2 comentários:
"P.S. A julgar pela cobertura informativa na Rússia, até parece que morreu um chefe de Estado."
Um chefe de Estado não digo, mas sem dúvida que a morte deste criminoso poderá gerar mais problemas à Rússia do que a morte de muito chefes de Estado.
Pelo título imaginei que fosse o Putin que tinha morrido.
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