domingo, abril 06, 2014

“Fascistas” ucranianos que afinal são judeus…


"Após os meses dos esforços propagandísticos que retratavam a Revolução ucraniana como “golpe de estado nazi e anti-semita”, os mesmos propagandistas escolhem a mudança radical de acusações, afinal, os diversos líderes ucranianos possuem “as raizes étnicas judaicas” e isso é quase um crime...

Assim, no filme “documental” sobre Yulia Tymoshenko, demonstrado no horário nobre no último sábado pela TV russa NTV, os propagandistas do regime, aparentemente antifascista, revelam aos seus espectadores um segredo maior, Tymoshenko «esquece completamente as suas origens, embora para muitos, já bastante tempo não é segredo que o pai da dama com a trança – Viktor Abramovich Kapetelman – tem as origens judaicas».

Uma semana antes, uma “revelação” semelhante foi apresentada no filme Agente da Ordem Secreta, dedicado ao primeiro-ministro ucraniano em funções, Arseniy Yatsenyuk. Os autores do filme exortaram os espectadores “à ter em conta as origens judaicas do Yatsenyuk – judeu pela parte materna, ele faz a parte da lista dos 50 sionistas mais famosos da Ucrânia […] Embora ele não é judeu (pela fé), pela lei judaica ele é judeu”.

O reforço da incitação anti-semita na propaganda estatal russa foi notado pelo grupo ucraniano de Monitoramento dos direitos das minorias nacionais.

“A propaganda televisiva estatal que para justificar uma intervenção armada usa os slogans da defesa das minorias étnicas, especialmente os judeus, da ameaça representada pelos nacionalistas radicais, usa ativamente o anti-semitismo para caluniar o país que tem sido vítima de agressão," – diz o serviço de imprensa do Congresso Judaico Euro-Asiático (EAJC), escreve Israelinfo.

Blogueiro

Toda essa viragem de 180° dá que pensar, será que nos próximos tempos uma certa esquerda portuguesa não poderá optar pelo mesmo discurso anti-semita? Pelo menos o PCP, dado que no passado recente promovia a obra falsa dos Protocolos dos Sábios de Sião e tradicionalmente abomina os “sionistas”.

Enquanto refletia nisso, o cientista político russo Andranik Migranyan, bastante próximo ao poder político do seu país disse publicamente que: “é preciso distinguir Hitler antes de 1939 e Hitler após 1939”. De acordo com Migranyan, “se ele ... seria glorioso apenas pelo que sem uma única gota de sangue unir a Alemanha e a Áustria, os Sudetos com Alemanha, Memel com a Alemanha, de facto, terminando aquilo que não conseguiu Bismarck, e se Hitler teria parado nisso, ele ficaria permanecido na história do seu país como político de altíssima classe". [Izvestia]

Bem, depois de ler isso, os propagandistas da NTV ou do PCP já não me parecem tão clinicamente condenáveis, Migranyan, conseguiu ser muito mais e bastante pior, na sua simples exortação pública do Hitler..."

4 comentários:

Manuel Goncalves disse...

No que ficamos entao e que algumas licoes de historia e ate da propia vida me ensinaram que havia uma grande diferenca entre ser-se facista e ser-se judeu. Se calhar nao sao carne nem peixe sao generos daqueles que sao de quem lhes der mais.

Anónimo disse...

Não percebi se este post é do José Milhazes ou é do blogueiro feito jornalista Dmitro Yatsyuk.

Também não percebi se as reportagem referiam uma "perigosa cabala judaica" ou se referiam apenas que, ironicamente, os tais colaboradores dos neo-nazis têm origens judaicas.

Anónimo disse...

Sr.Milhazes,eu simpatizo consigo.O problema de que fala em relação às questões judaicas não têm o impacto que lhe quer dar."Eles dizem-se anti-semitas,até nazis, mas afinal a Mãe ou a Avó eram judias".Isso não interessa nada.Tenho uma filha que se apaixonou em tempos por um "judeu"português, de sangue.Contudo intitulava-se NAZI,isto é,intelectualmente, não era judeu.Tinha o curso universitário de História pela Universidade clássica de Lisboa.Teve imensos problemas porque era professor, que por razões de propagandear amiudadas vezes junto dos seus alunos a doutrina NAZI,acabou por ser,depois de processo complexo, expulso da carreira de professor, para além de se ter envolvido em questões graves com o seu grupo político,o que o levou a ter que ser internado num hospital de Lisboa por maus tratos graves em rixas internas do partido a que pertencia.Tem aqui um exemplo entre muitos de questões aparentemente contraditórias de jovens de sangue judaico a sério, que por razões intelectuais talvez,admito mal resolvidas,se transformou num NAZI mesmo convicto.Esqueça isso.Devem existir aos montes estes casos pelo mundo fora e portanto também na Ucrânia.A questão não está aí nem sequer está naqueles que defendem a religião judaica mas que apenas são pessoas que têm a sua fé mas não fazem mal a ninguém, antes pelo contrário, ajudam os outros quando precisam.São seres humanos como nós, que concerteza ajudam quem sofre quando isso depende eventualmente deles,como nós necessariamente o faríamos.É "humano,demasiado humano" como diria Nietzsche.Outra coisa diferente são judeus que intencionalmente têm ambições desmedidas de um eventual comando do mundo como se fossem enviados de Deus para prosseguirem objectivos e intentos de um poder eventualmente universal.Aí,como se costuma dizer,"a porca torce o rabo".E existe concerteza essa doentia pretensão.Admito isso, embora esteja para além do meu entendimento do BEM.Para bom entendedor,José Milhazes,esta meia palavra basta.

Pippo disse...

Confesso que também estou meio baralhado, este comentário, ou "notícia", aparentemente é do JM, mas o estilo é do Dmytro Jest Nas Wielu Yatsyuk, o nazi-tropicalista da vespe vermelha.

Afinal de contas, como é que é, JM?
As tv russas dizem que esta malta ucraniana é toda composta por "agentes de uma perigosa conspiração judaico-sionista", as tais que querem instaurar o OMG (ou OGM, GJM, ou lá o que seja desass teorias da conspiração), ou será que dizem que estes tipos são judeus (porque têm ascendência matrilinear judaica e, como tal, de acordo com a lei mosaica, são judeus) e como tal, não deveriam aliar-se a grupos neo-nazis e anti-semitas?

Gostaria de ler um esclarecimento cabal sobre estas questões.