31 de Março de 2019, data marcada para a realização das eleições presidenciais na Ucrânia, aproxima-se a passos largos e a luta começa a aumentar de intensidade.
Uma das "surpresas" teve lugar na véspera de Ano Novo, quando o cómico e produtor de televisão, Volodimir Zelenski, anunciou que se irá candidatar ao cargo de Presidente da Ucrânia. Há muito que se falava desta possibilidade, mas só se concretizou perto da meia-noite de 31 de Dezembro. Segundo a empresa de sondagens Rating, um estudo realizado ainda antes dele anúncio mostra corrida é dirigida Iúlia Timochenko com 20% das intenções de voto, seguida de Zelenski com 13,4 %. O actual Presidente ucraniano aparece em terceiro lugar com 11,1%.
Volodimir Zelenski considera que cada ucraniano tem três oportunidades: viver como vive e deixar-se levar pela corrente, partir para o estrangeiro em busca de trabalho ou escolher a via pela qual ele próprio enveredou: "tentar mudar alguma coisa no país".
"Ao contrário dos nossos "grandes" políticos, não gostaria de fazer promessas vãs. E agora, a poucos minutos do Ano Novo, prometo uma coisa e cumpro-a. Caros ucranianos, promete-vos que serei candidato a Presidente da Ucrânia e cumpro imediatamente: vou lutar pelo cargo de Presidente da Ucrânia", declarou este popular cómico.
É de salientar que o canal televisivo "1+1", onde Zelenski apresenta um dos seus mais populares programas "Kvartal 95", atrasou a transmissão da mensagem de Ano Novo do Presidente Petro Porochenko para permitir que o cómico fizesse a sua comunicação.
Esse canal de televisão é propriedade do oligarca ucraniano Igor Kolomoysky, que, segundo alguns comentadores, irá apoiar Zelinski contra o seu adversário político orochenko.
A campanha eleitoral começou no dia 31 de Dezembro e até 8 de Fevereiro poderão surgir novos candidatos.
A Ucrânia atravessa uma profunda crise económica e política, que tem desacreditado o actual Presidente do país. As promessas de reformas económicas e de combate à corrupção não passam disso mesmo.
A guerra com a Rússia no Leste da Ucrânia também contribui para a desestabilização da situação no país.
P.S. Hoje, alguns ucranianos celebram o 110º aniversário do nascimento de Stepan Bandera, personagem histórica muito controversa. Os nacionalistas vêm nele um herói da luta pela independência da Ucrânia e organizam no dia 1 de Janeiro marchas em memória desse acontecimento. Todavia, é difícil aceitar que ele possa ser uma figura que represente a unidade do país. Entre outras coisas, foi acusado de colaborar com os nazis na repressão contra polacos e judeus. Ainda hoje não existe uma biografia ponderada e equilibrada deste líder nacionalista.
1 comentário:
Há algum tempo, numa conferencia em Madrid, Felipe Gonzalez e Manuel Valls discutiam o futuro da Europa. A determinada altura, um deles fez uma observação que, de tão óbvia, nos passa muitas vezes despercebida. Dizia um destes conferencistas, não com estas palavras, que a Itália é o barómetro da política europeia e antecede em 10 a 20 anos o futuro da política na Europa e no mundo. Recordemos Berlusconi e Trump, Obrador ou Bolsonaro, recordemos Beppo Grillo e este e outros palhaços que surgem como candidatos em eleições deste mundo e do outro...
P.S.: Muito obrigado pela informação que, com muita acuidade, nos continua a fornecer sobre o mundo a leste da cortina de ferro.
https://www.youtube.com/watch?v=MN35fDvcTV0
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