Dmitri Anatolevitch Medvedev, primeiro-vice-primeiro-ministro do Governo russo e candidato a Presidente da Rússia nas eleições de 02 de Março, assinou um Belgrado um importante acordo de cooperação entre a Gazprom russa e a Sérviagaz e manifestou o apoio do seu país à unidade da Sérvia.
O contrato entre as duas empresas prevê a construção de parte do gasoduto Corrente do Sul (South Stream) nas regiões meridionais da Sérvia, de um reservatório subterrâneo na província setentrional da Voevodina, bem como a aquisição por parte da Gazprom da mairia das acções da companhia petrolífera pública sérvia NIS.O gasoduto Corrente do Sul, com uma capacidade de transporte de cerca de 30 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, deverá entrar em funcionamento em 2013 e custará mais de 10 mil milhões de dólares. A Sérvia é o sexto país, além da Rússia, Itália, Bulgária, Hungria e Grécia, a participar na construção e exploração do South Stream.
Com a construção deste gasoduto, que irá transportar gás pelas profundezas do Mar Negro para a Europa, Moscovo pertence diversificar os canais de fornecimento de gás ao Velho Continente e diminuir a dependência de países como a Ucrânia e a Bielorrússia. 40 por cento do gás consumido pelos países da União Europeia é fornecido pela Rússia.
Medvedev, nos encontros com o Presidente e o primeiro-ministro sérvios, respectivamente Boris Tadic e Vojislav Kostunica, reafirmou a posição do seu país de apoio à “Sérvia una”.
“Partimos do princípio que a Sérvia é um Estado uno, cuja jurisprudência se estende a todo o seu território, e iremos manter no futuro essa posição de princípio” – declarou o futuro Presidente russo.
Segundo Medvedev, a sua curta visita a Belgrado também teve por objectivo “expressar o apoio à Sérvia nas condições de acções ilegais como o reconhecimento unilateral do Kosovo”.
O mais provável sucessor de Putin no Kremlin assinalou também que a proclamação da independência do Kosovo complicou a situação na Europa e poderá ter consequências negativas noutras regiões.
“Nós assinalámos que a proclamação da independência complicou realmente a situação na região. Mais, complicou realmente a situação no Sudeste da Europa” – acrescentou Medvedev.
“Em considerável medida, as consequências negativas deste precedente reflectem-se em todas as outras regiões e Estados onde se coloca agudamente a questão do estatuto de algumas formações territoriais” – concluiu o dirigente russo.
“Trata-se de uma oportunidade para agradecer ao povo russo, nomeadamente ao seu Presidente Putin, pelo apoio. Isso significa que a Rússia reconhece a Sérvia com as fronteiras existentes” – respondeu Kostunica. O primeiro-ministro sérvio sublinhou que a Sérvia e a Rússia irão continuar a lutar nas Nações Unidas com vista a revogar a decisão do Kosovo de proclamar a independência.
Mas Medvedev teve de dar explicações aos dirigentes sérvios sobre a declaração do jornalista e apresentador do canal televisivo público “Rossia”, Konstantin Siomin, que apoiou o assassinato de Zoran Djindjic, antigo primeiro-ministro da Sérvia.
Na passada quinta-feira à noite, o programa de informação “Vesti plus”, transmitido em directo, foi dedicado aos acontecimentos em Belgrado, onde uma manifestação de protesto contra a independência do Kosovo terminou em desordens.
1 comentário:
Que teatro maldito essa sucessão na Rússia. É uma mera formalidade o escrutínio, chega a ser uma auto-humilhação essa encenação de ritos da democracia ocidental. É a Rússia de sempre, com seu secular complexo de rejeição da Europa, tentando desastradamente disfarçar suas vocações autoritárias. Querem ser autoritários como a China, mas aparecer na foto com pose de democrata francês. Se não fosse tão trágico, até poderíamos nos divertir com essas espetáculo eleitoral.
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