segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Futuro Presidente russo foi à Sérvia















Dmitri Anatolevitch Medvedev, primeiro-vice-primeiro-ministro do Governo russo e candidato a Presidente da Rússia nas eleições de 02 de Março, assinou um Belgrado um importante acordo de cooperação entre a Gazprom russa e a Sérviagaz e manifestou o apoio do seu país à unidade da Sérvia.
O contrato entre as duas empresas prevê a construção de parte do gasoduto Corrente do Sul (South Stream) nas regiões meridionais da Sérvia, de um reservatório subterrâneo na província setentrional da Voevodina, bem como a aquisição por parte da Gazprom da mairia das acções da companhia petrolífera pública sérvia NIS.
O gasoduto Corrente do Sul, com uma capacidade de transporte de cerca de 30 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, deverá entrar em funcionamento em 2013 e custará mais de 10 mil milhões de dólares. A Sérvia é o sexto país, além da Rússia, Itália, Bulgária
, Hungria e Grécia, a participar na construção e exploração do South Stream.
Com a construção deste gasoduto, que irá transportar gás pelas profundezas do Mar Negro para a Europa, Moscovo pertence diversificar os canais de fornecimento de gás ao Velho Continente e diminuir a dependência de países como a Ucrânia e a Bielorrússia. 40 por cento do gás consumido pelos países da União Europeia é fornecido pela Rússia.
Medvedev, nos encontros com o Presidente e o primeiro-ministro sérvios, respectivamente Boris Tadic e Vojislav Kostunica, reafirmou a posição do seu país de apoio à “Sérvia una”.
“Partimos do princípio que a Sérvia é um Estado uno, cuja jurisprudência se estende a todo o seu território, e iremos manter no futuro essa posição de princípio” – declarou o futuro Presidente russo.
Segundo Medvedev, a sua curta visita a Belgrado também teve por objectivo “expressar o apoio à Sérvia nas condições de acções ilegais como o reconhecimento unilateral do Kosovo”.
O mais provável sucessor de Putin no Kremlin assinalou também que a proclamação da independência do Kosovo complicou a situação na Europa e poderá ter consequências negativas noutras regiões.
“Nós assinalámos que a proclamação da independência complicou realmente a situação na região. Mais, complicou realmente a situação no Sudeste da Europa” – acrescentou Medvedev.
“Em considerável medida, as consequências negativas deste precedente reflectem-se em todas as outras regiões e Estados onde se coloca agudamente a questão do estatuto de algumas formações territoriais” – concluiu o dirigente russo.
“Trata-se de uma oportunidade para agradecer ao povo russo, nomeadamente ao seu Presidente Putin, pelo apoio. Isso significa que a Rússia reconhece a Sérvia com as fronteiras existentes” – respondeu Kostunica. O primeiro-ministro sérvio sublinhou que a Sérvia e a Rússia irão continuar a lutar nas Nações Unidas com vista a revogar a decisão do Kosovo de proclamar a independência.
Mas Medvedev teve de dar explicações aos dirigentes sérvios sobre a declaração do jornalista e apresentador do canal televisivo público “Rossia”, Konstantin Siomin, que apoiou o assassinato de Zoran Djindjic, antigo primeiro-ministro da Sérvia.
Na passada quinta-feira à noite, o programa de informação “Vesti plus”, transmitido em directo, foi dedicado aos acontecimentos em Belgrado, onde uma manifestação de protesto contra a independência do Kosovo terminou em desordens.

1 comentário:

Unknown disse...

Que teatro maldito essa sucessão na Rússia. É uma mera formalidade o escrutínio, chega a ser uma auto-humilhação essa encenação de ritos da democracia ocidental. É a Rússia de sempre, com seu secular complexo de rejeição da Europa, tentando desastradamente disfarçar suas vocações autoritárias. Querem ser autoritários como a China, mas aparecer na foto com pose de democrata francês. Se não fosse tão trágico, até poderíamos nos divertir com essas espetáculo eleitoral.