O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia publicou hoje um comunicado onde considera “inaceitáveis” as sanções tomadas unilateralmente contra o Irão pelos Estados Unidos, bem como o pacote de medidas acordadas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE de pressão sobre Teerão.
“Como já assinalámos no nosso comentário sobre a aprovação da resolução 1929 do CS da ONU sobre o Irão, consideramos semelhantes atos dos parceiros como manifestação de uma política que vai contra os princípios do trabalho conjunto no “sexteto” e no quadro do CS da ONU”, lê-se no comunicado publicado.
Segundo a diplomacia russa, “para nós são inaceitáveis as tentativas de, desse modo, se colocarem “acima” do Conselho de Segurança. Rejeitamos categoricamente semelhante prática”.
“As medidas complementares de sanção contra o Irão, aprovadas por Washington, vão muito além do regime de sanções que vigoram em relação a Teerão no quadro do CS da ONU”, continua o comunicado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirma estar também ao corrente do “pacote de medidas suplementares de pressão sobre o Irão acordado pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros da UE, que foi apresentado à Comissão Europeia”.
“Estamos desiludidos com semelhantes decisões. Elas minam as bases do nosso diálogo e da interação na questão das vias ótimas de regularização da situação em torno do programa nuclear iraniano”, considera a diplomacia de Moscovo.
“De fato, repete-se sempre a mesma história: logo que nós, à custa de grandes esforços, chegamos a um acordo no CS da ONU sobre a escolha de medidas de pressão sancionária precisamente equilibradas sobre o Irão, os Estados Unidos e a UE não ficam por aí e, rigorosamente falando, revelam desprezo político para com a parceria com a Rússia”, conclui.
6 comentários:
Jogo de cena barato por parte da Rússia.
Na hora de votar as sanções contra o Irã no Conselho de Segurança, a Rússia votar a favor(junto com EUA), e o Irã se sentiu traído, Ahmadinejad mesmo mostrou seu desagravo.
Agora, a Rússia faz esse inútil, ridículo jogo de cena, que de efeito prático não tem nada.
É uma tentativa desesperada de dizer ao Irã, que sempre foi um mercado importante para a Rússia: "Olha, nós não os abandonamos! Vocês são nossos amigos e futuramente vamos fazer excelentes negócios!".
Doutor Milhazes, isto deve ser piada.
Veja lá se Moscovo esteve à espera de pronunciamentos do Conselho de Segurança para entrar pela Geórgia dentro! Ou, noutros tempos, pelo Afeganistão dentro!
Se não gostam das medidas, que o digam directamente, mas que não invoquem o Conselho de Segurança só quando dá jeito.
A Rússia tem razão. Logo a seguir a conseguirem chegar a um consenso na ONU, saltam com isto?
O resultado vai-se ver no futuro, se esta resolução já foi difícil de obter, a próxima nem precisam de tentar.
Se é para andarem com coisas destas não procurem resoluções da ONU.
Nunca ninguém ligou nenhuma ao Conselho de Segurança da ONU. Se assim fosse, não havia bomba nuclear em Israel, Paquistão e Índia (pelo menos estes, falta saber se não há mais nenhum).
PM, pensei melhor, e fiquei a concordar com Gilberto Mucio. Parece-me que o consenso a que terão chegado é diferente do que tem na ideia. Moscovo terá feito esta declaração em concordância com os restantes membros do Conselho de Segurança, sabendo que não vai dar em nada, de modo a dizer ao Irão que ainda contam para Moscovo. No fundo, para estarem com um pé em cada lado, e não fecharem totalmente as portas.
Doutor Milhazes,
uma curiosidade fora do tópico.
Quando entrei no blogue, apareceu um anúncio publicitário da GoogleAds logo debaixo das suas barbas (salvo seja), a dizer "Quer ir ao Uzbequistão?
Tashkent, Samarcanda, Khiva, Bukara combinados com países Rota da Seda"
Não me parece que o Uzbequistão seja um sítio bom para fazer turismo nestes últimos tempos ...
Se eu tivesse dinheiro e oportunidade, iria já. Trata-se de uma região muito bonita.
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