Cerca de 27 alunos guineenses que terminaram universidades em várias cidades russas não podem regressar ao seu país, pois as autoridades de Bissau não lhes enviam o título de regresso a casa.
“Aqui, na cidade de Voronej, são dois, mas o total de finalistas guineenses que não pode regressar ao país é de 27” , declarou à RDP África , por telefone, o estudante guineense Iacunda Sanha.
Um bilhete de avião de Moscovo para Bissau custa cerca de 28 mil rublos (700 euros) e os finalistas não têm esse dinheiro para o pagar.
“As autoridades guineenses não pagam qualquer tipo de bolsa de estudo e nós recebemos do Estado russo um subsídio mensal de 1100 rublos (27 euros), que não dá para nada”, declarou à RDP África, via e-mail, João Conte, guineense que estuda na cidade de Rostov no Don, no sul da Rússia.
“Só alguns finalistas conseguiram sair da Rússia com a ajuda de parentes que vivem em Portugal, mas os outros são abandonados à sua sorte”, acrescentou.
Segundo João Conte, “não obstante os estudantes guineenses serem os mais miseráveis na Rússia, trabalharem como escravos, acabam os seus estudos com honra, ganham olimpíadas, provas desportivas”.
A situação descrita repete-se ano após ano, pois Bissau não toma medidas para resolver o problema.
“No fim de cada ano letivo, os finalistas guineenses têm que de abandonar o lar estudantil para dar lugar aos outros e passam a viver nas ruas, ilegalmente”, acrescenta.
5 comentários:
A Guiné-Bissau é o verdadeiro quarto mundo. Que governo irresponsável!
Realmente é muita irresponsabildiade!
E quem me pagou o bilhete de ida e volta quando fiz Erasmus (muito antes do Schengen)? Se estivesse à espera que fosse o Estado Português...
Entäo mas se já acabaram o curso, porque é que näo se metem a trabalhar na Rùssia?
Bem sei que o neonazismo(pouco) latente da sociedade russa näo ajuda a quem é mais escuro, mas algo se há-de arranjar...
Leitor Zuruspa, quando os estudantes vêm para a Rússia, o governo da Guiné-Bissau compromete-se a pagar o bilhete de ida e volta. Se o país precisa de quadros, porque é que não faz um esforço para que eles regressem?
Compreendi entäo o busílis da questäo.
Realmente se é o governo de um país a prescindir de pessoal qualificado, se calhar o melhor a fazer é mesmo abandonar o país...
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