Texto traduzido e enviado pelo leitor Jest:
"O Tribunal Supremo da
Federação da Rússia aceitou o pedido do Ministério da Justiça da Rússia
de liquidar
a União dos Ucranianos da Rússia (OUR), a
única organização cívica ucraniana ao nível federal. A decisão foi
comunicada
pelo juiz do Tribunal supremo, Nikolay Romenenkov, informa página Ukrros.info.
“O Tribunal Supremo
decidiu liquidar a organização cívica russa “União dos Ucranianos da
Rússia”,
retirando a do registo único estatal das pessoas jurídicas”, disse
Romenenkov.
O
advogado da OUR, Alim
Zhgulev, informou que o Ministério da Justiça não apresentou nenhumas
provas
novas da culpa da organização, prometendo recorrer à sentença.
Em
outubro de 2011, o
Tribunal do Bairro de Zamoskvoretsk satisfez o pedido do Ministério da
Justiça
russo no caso de liquidação da União dos Ucranianos da Rússia. O antigo
copresidente
da organização, Valeriy Semenenko, foi acusado de intervir na imprensa
russa em
nome da OUR, durante o seu encerramento temporário, o que serviu de
pretexto formal
para o encerramento definitivo da União, originando os protestos e a
solidariedade
dos ucranianos residentes em Portugal.
Lembramos
que no fim de
2010, a Direção de Cultura do Circuito Administrativo Central de
Moscovo,
parcialmente interrompeu o funcionamento da única biblioteca pública
ucraniana
em toda a Federação da Rússia. A polícia russa efetuou na biblioteca
várias
rusgas, acabando por retirar os livros, que considerou “extremistas”
(sobre a
caça policial às “bestas” ler AQUI
e AQUI).
Já no
dia 24 de
novembro de 2011, o Tribunal Supremo da Rússia ordenou a liquidação da
“Autonomia
Étnico-Cultural Federal dos Ucranianos na Rússia” (FNKA), organização
cívica
que coordenava as atividades das organizações ucranianas nas diversas
regiões
da Rússia. A principal razão do encerramento da FNKA foram as
intervenções
públicas do presidente da Autonomia, Veleriy Semenenko, nos eventos
dedicados à
memória dos ucranianos mortos durante o Holodomor.
A
última interferência
estatal russa nos assuntos da comunidade ucraniana foi de tal maneira
brutal,
que provocou a declaração razoavelmente enérgica do Ministério dos
Negócios
Estrangeiros da Ucrânia, publicada hoje na página do MNE:
“Essa
decisão confirmou
o tratamento preconceituoso para com o funcionamento da diáspora
ucraniana,
apesar das inúmeras promessas no sentido oposto (feitas) ao nível
político.
Consideramos que este tipo de abordagem é contrário às tradicionais
relações de
amizade entre os nossos países e povos”.
Blogueiro
O
tema sobre a “perseguição
dos russos na Ucrânia” é um tema bem caro aos políticos e à imprensa
russa. No
entanto, assistimos o encerramento da única e última organização federal
ucraniana. Uma violação sem precedentes dos direitos humanos da
comunidade
ucraniana na Rússia, infringindo as disposições do artigo sétimo da
Convenção
Quadro do Conselho da Europa de 1985, onde é garantido às minorias
étnicas o
direito da liberdade das associações.
Tendo
em conta ainda que
a Federação da Rússia não garante o direito das minorias étnicas à
religião,
língua, património cultural, que é estipulado na mesma Convenção Ramo do
Conselho da Europa. No território russo não existe nenhuma escola onde
os
ucranianos tivessem possibilidade de aprender a língua ucraniana,
nenhuma
igreja onde poderiam rezar de acordo com as suas convicções religiosas."
13 comentários:
Apenas para sinalizar que enviei hoje um texto para publicação, para o e-mail constante neste blog.
Abraço,
Seria digno de nota o que os ucranianos, latvios, estonianos e lituanos fazem com russos vivendo nesses países. Recentemente um país do Báltico proibiu cidadãos de etnia russa ensinarem seus filhos á falarem russo.
E o tratamento ucraniano para a Frota do Mar Negro não é dos melhores.
2 Furacão das Pulgas
É pura imaginação sua e dos seus a tal proibição aos "cidadãos de etnia russa ensinarem seus filhos á falarem russo". Talvez confundem com a limitação do ensino do russo nas escolas públicas...
Ucrânia maltrata a frota de que maneira? Agride os pilotos dos Su?
Curioso... porque é que o Estado ucraniano coloca entraves ao ensino do russo na Ucrânia? Os Estados francês, alemão, etc., não impedem o ensino do português nas suas escolas.
2 Anônimo
Pode dar algum exemplo concreto destes entraves?
A situação real do ensino da língua russa na Ucrânia:
http://dt.ua/EDUCATION/rosiyska_mova_v_ukrayini
__bez_emotsiy-61069.html
Por que na Rússia as escolas ensinam russo, e não ucraniano? Pelo mesmo motivo que no Brasil ensina-se português, e não tupi ou guarani. É muito mais fácil aprender uma língua falada por mais de 200 milhões de pessoas do que uma língua cujos falantes talvez nem passem de 50 milhões.
É interessante que em países como a Suécia, as pessoas aprendem inglês e não se sentem "oprimidas" por isso, todavia alguns indivíduos ucranianos com um complexo de inferioridade acham que estão sendo "oprimidos pelos russos" por aprenderem a falar russo, e não ucraniano. É de se supor que qualquer pessoa na Rússia tenha total liberdade de aprender ucraniano, e isso tanto é verdade que conheço russos que falam ucraniano.
É uma situação diferente do que ocorre com os russos no Bálticos, uma vez que são uma população nativa que fala russo há mais de centenas de anos, mas que vive um verdadeiro Apartheid naqueles lugares, exceto quando aceitam a humilhação promovida contra o seu próprio povo.
Relativo à ação descrita como "preconceito contra ucranianos", não vejo qualquer preconceito aí, mas sim como uma ação correta da polícia em coagir um ato de russofobia e de revisionismo histórico, que são essas "exposições sobre o Holodomor", que inclusive trazem por "provas dos crimes comunistas" fotos da fome americana de 1937, um fiasco já conhecido a nível mundial.
A Página Vermelha
Ou seja, se na Rússia não existe nenhuma escola pública para uma minoria étnica de cerca de 10 milhões de habitantes que lá vive centenas de anos, é "natural".
Já quando o mesmo acontece nos Países Bálticos, onde 90% dos russos pararam após 1945 é "verdadeiro Apartheid".
A verdadeira lógica não linear, ou seja bastante ilógica...
Leia o artigo sobre Holodomor e depois venha falar sobre o assunto:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor
p.s.
Raphael Lemkin (autor do termo genocídio sobre o Holodomor):
http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2009/04/raphael-lemkin-e-o-holodomor.html
O problema não está em saber se o Holomodor (tema já enjoativamente discutido aqui!) é ou não um genocídio, pois as opiniões divergem, mas sim no facto de certas correntes nacionalistas rutenas e russófobas (eu uso o termo “rutenazi”) tentarem colar a responsabilidade do Holomodor à Rússia, argumentando absurdamente que a Rússia, por ser herdeira dos direitos e deveres (na esfera internacional) da URSS, também deve ser responsabilizada pela sua História.
Aliás, essa até é a opinião a expressa pelo partido nacionalista de extrema-direita ucraniano VO Svoboda (antigamente designado por Partido Nacional-Social da Ucrânia), cujo deputado municipal Bohdan Melnychuk até teve direito de publicação de um artigo seu aqui, neste blog. O tradutor e remetente é um habitué…
“Curiosamente”, este rutenazis são de uma duplicidade de critérios extrema. Para esta malta, quaisquer exacções que os ucranianos tenham cometido contra outros povos no passado são justificadas, ao passo que o que quer que russos, polacos, húngaros ou outros tenham feito aos ucranianos, não só é injustificável como é crime!
Para além disso, temos ainda:
- Propaganda em larga escala aquando do aniversário da Divisão SS 'Galizien';
- Repetidas tentativas de interromper celebrações em honra de polacos assassinados pela UPA;
- Apelos aos residentes russo de Lvov para 'ucranianizarem' os nomes dos seus filhos;
- Etc.
http://www.osw.waw.pl/en/publikacje/osw-commentary/2011-07-05/svoboda-party-new-phenomenon-ukrainian-rightwing-scene
2 Pippo
Não sei se haja pouca intelectualidade ou muita vontade de odiar a Ucrânia, mas creio que explicação da tal dita “duplicidade de critérios” é muito simples (vejamos apenas século XX).
Polacos: ucranianos não invadiram a Polônia, não proibiram a língua polaca, não proibiam a igreja católica, não moveram uma Pacificação contra as populações polacas. Tudo isso foi feito pela Polônia que APENAS como a reação recebeu a violência justificada da OUN e depois do UPA.
Russos: não invadimos Moscovo, não proibimos a língua russa, igreja, costumes, não os mandamos para GULAG, nem os obrigamos a vir morar na Ucrânia. Os visitantes devem respeitar as leis e costumes da terra, tal como atualmente acontece com os portugueses em África.
Hungria: não invadimos Budapeste, não proibimos a língua e cultura húngara, fomos vítimas de uma invasão militar dos húngaros, amigos do Hitler.
Apelos aos residentes russos de Lviv para “ucranianizarem”: nos passaportes internos ucranianos os nomes são escritos em ucraniano e russo, Serhiy e Sergey, Andriy e Andrey, dai a ideia sobre o tal alegado apelo à ucrainização é enganoso. Os nomes já foram ucrainizados, alias, são ucrainizados desde os tempos da URSS.
2 Jest,
Intelectualidade, aqui, tens de sobra, aliás, já foste humilhado tantas vezes que já deverias saber disso!
Quanto a "odiar a Ucrânia", meu menino, o único aqui que odeia és tu!
Relativamente às tuas desculpas, mais uma vez, TADINHOOOO!
Por acaso os polacos invadiram a Ucrânia? A Ucrânia até tinha sido deles, não sei se sabes isso...
E os húngaros, será que mataram muitos ucranianos?
Os apelos à "ucranização" não são esses, e cheira-me que sabes demasiado bem daquilo que eu estou a falar.
E relativamente ao respeito pelas "leis e costumes da terra", os russos que colonizaram o Leste da Ucrânia têm todo o respeitinho pelas suas leis e costumes. É que a terra é deles, assim como a cultura, etc. A não ser, é claro, que agora TODA a Ucrânia tenha de seguir as "leis e costumes" da Galícia! Era só o que faltava!
Mas a pedra de toque do teu discurso é mesmo a da violência da OUN e depois do UPA ser "plenamente justificada"...!
Os únicos que escrevem esse tipo de coisas são os gajos nacional-socialistas, perdão, social-nacionalistas da VO Svoboda, que já percebemos serem nazis...
A cada linha que escreves mais deixas cair a tua máscara. O que vale é que eu e outros já te topamos a léguas.
2 Pippo
Se eu foi “humilhado”, não senti, sempre pensei que aqui estamos debater as questões e não estamos se humilhar mutualmente, mas cada um é cada qual...
1) Sim, a margem direita da Ucrânia já pretencia à Polônia, mas dai dizer que “tinha sido deles”, é mesmo que Filipe reclamar a soberania sobre Maputo ou Luanda, não tenho duvida que adoraria disso, mas o povo moçambicano e angolano não gostou e vos pós lá fora...
2) Húngaros vs Ucrânia. Um “especialista” em matéria ucraniana deveria saber disso, no entanto podes ler o artigo http://en.wikipedia.org/wiki/Carpatho-Ukraine e claro, és livre de procurar outras fontes, por exemplo aqui temos: Shandor, Vincent Carpatho-Ukraine in the Twentieth Century: A Political and Legal History, Cambridge, Mass.: Harvard University Press for the Harvard Ukrainian Research Institute, 1997. ISBN 0-916458-86-5
3) Ucrainização em Lviv: creio que aqui não devemos ter segredos uns dos outros, podes dizer quais são estes exemplos terríveis da ucrainização. Ninguém parou no borsch?
4) O Leste da Ucrânia não se torna “russo”, por lá viverem alguns cidadãos ucranianos de origem étnica russa, assim como Maputo e Luanda não se tornaram “vossas” por cá viverem os portugueses.
5) Adora a sua linguagem das “máscaras”, parece, no mínimo, um camarada-cassete a falar.
2 Jest
Pois, por aqui se diz que "quem não sente não é filho de boa gente"... :0) Mas deixa estar, como não tem dás conta até é mais divertido :0D
1) Pois é, essas comparações com os África... Olha, usando o mesmo critério que tu usaste para um outro caso (para o qual, aliás, o critério nem seria aplicável!), a Polónia era a legítima possuidora da Volhynia e Galícia, e por duas vezes estes territórios lhe foram ilegalmente roubados por rebeldes ucranianos. Conseguiram-no uma primeira vez, no séc. XVII, com um enorme massacre de polacos e judeus, e uma segunda vez, nos anos 40, primeiro fazendo um horrendo massacre de polacos e depois procedendo à ocupação do território, agora com a ajuda preciosa da URSS (ou Rússia, não sei... se a responsabilizas pelas coisas más, também a responsabilizarás pelas boas, para seres justo).
2) Já sabia disto, meu caro, mas ainda não percebi bem o que é que os húngaros fizeram de tão terrível. Massacraram populações, foi?
3) Queres saber? Vou repetir: "Apelos aos residentes russo de Lvov para 'ucranianizarem' os nomes dos seus filhos". Não se trata de escrever no passaporte em duas línguas, trata-se de darem nome aos seus filhos apenas em ucraniano.
4) Quanto a Maputo ou Luanda não sei nem me interessa (mas se houvesse lá 10 milhões de portugueses, logo se veria se essas cidades seriam portuguesas ou não); quanto ao Leste da Ucrânia, lamento desiludir-te mas aquilo é russo, mas mesmo russo! A malta lá não fala ucraniano e quer o bilinguismo oficial na Ucrânia, o que, aliás, é perfeitamente aceitável já que falamos de mais de 30% da população.
5) Ainda bem que gostas da minha linguagem, aliás, acusaste o toque. :0)
Tem um merda ai subdesenvolvido terceiromundista e comunista caviar, liberasta-degenerado chamado de "portão vermelho" que nunca viveu na tirania comunista,que "ensina" aí as pessoas o que é a barbárie comunista que para esse vagabundo é "paraíso"! Esse comunista caviar e bunda mole marxista não tem coragem de Macho para viver em Cuba ou Coreia do Norte comunista, porque é cagão covarde que gosta de "sofrer" como um pederasta sadomasoquista no "capitalismo selvagem" no Brasil! Mais de 500 milhões de escravos na Europa do Leste e Rússia, em 1989, derrubaram a tirania comunista e os bundas moles comunistas em Um Dia! Agora só sobrou você panaca subdesenvolvido de comuna caviar, estas sozinho e fodido, por isso que tu e os teus merdas da "pagina vermelha", vão fazer "revolução" quando eu vou cagar barras de ouro na cara da merda da sua "pagina vermelha"!
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